I – Cômputo eclesiástico. Áureo
número, 10; ciclo solar, 1; epacta, 9; letra dominical, C.
II - Martirológio. Dia 1º de
janeiro, sexta-feira; Páscoa, a 11 de abril; indicação romana, 8; período Juliano, 6.413.
III – O terreno onde hoje está assentada a cidade da
Feira de Santa Anna foi uma fazenda de gados e plantações, chamada Fazenda da Cerca de Pedras dos Olhos d'Agua, de data muito antiga, a
qual passou a Domingos Barboza de Araujo, e à sua mulher Anna Brandão, os quais fundaram na mesma fazenda uma capela com a invocação de Santa
Anna e S. Domingos.
Com a presença da capela de Santa Anna, e devoção do tempo, foi chamando para
ela os devotos, e se criando o núcleo da povoação; e a pequena reunião que se fazia em dias certos no lugar do Registo dos Gados, a três
léguas de distância, para o nascente, próximo a uma lagoa, que ficou conhecida pela Lagoa do Registo, foi transferida, sem intervenção da
autoridade, para a povoação de Santa Anna. O Registo dos Gados para a capital da Bahia e para o talho das diversas localidades, também se passou
para a Feira de Santa Anna, porque os gados tinham aí aguada suficiente, e estrada geral para o transporte.
Em 19 de fevereiro de 1733 Domingos Barboza de Araujo e sua mulher d. Anna
Brandão, não tendo filhos, por codicilo que fora aberto pelo vigário de S. José das Itapororocas, em 2 de março, e mandado cumprir pelo juiz
ordinário da vila, hoje cidade de Cachoeira, no dia seguinte 3 de março do mesmo ano de 1733, deixaram vinculados à capela de Santa Anna e S.
Domingos as fazendas do Monte-mor, e outros bens, que por caírem em comisso, a Fazenda Nacional requereu sequestro em 27 de outubro de
1841, e por sentença do juiz municipal do termo, de 7 de maio de 1847, julgada devoluta e incorporada aos próprios nacionais a referida capela de
Santa Anna dos Olhos d'Agua e todos os seus pertences instituídos por Domingos Barboza de Araujo e Anna Brandão, e passando em julgado a sentença
foram as terras do seu capelado vendidas, e tudo legalizado em 13 de março de 1848, pelo juiz municipal Leovigildo de Amorim Filgueiras.
Já sendo mui crescida a povoação da Feira de Santa Anna, os seus habitantes e
os da sua circunvizinhança, em número de duzentos e cinquenta e três moradores, no dia 25 de abril de 1828, dirigiram ao imperador uma
representação pedindo ao governo ser elevada a povoação à categoria de vila, principiando as assinaturas pela do vigário de S. José das
Itapororocas, o padre José Tavares da Silva, e terminadas pelas dos padres Francisco da Silva Moraes, Pedro Nolasco da Silva, Caetano Alves de
Cerqueira e alferes João Bernardino Borges Pinto de Meirelles.
No 1º de julho de 1829 foi remetida pela assembleia geral a representação à
comissão de Estatística que, dando o seu parecer favorável, foi a povoação da Feira elevada a vila em 1832, e no ano de 1880 foi igualmente
elevada a cidade.
A capela primitiva foi demolida, e ficava mais perto da estrada geral, e ao
lado foi construída a que hoje serve de matriz.
Antigamente a feira era nos dias de terça-feira, e agora foi mudada para as
segundas-feiras, em virtude de determinação da Câmara Municipal. A primeira cadeira de primeiras letras foi criada por decreto de 16 de julho de
1832.
IV – Na quinta-feira, 28 de janeiro de 1700, é criado,
por carta régia desta data, o lugar de juiz de fora da capitania de Pernambuco, com o mesmo ordenado que fruía o da cidade da Bahia, devendo esta
despesa ser suprida por uma nova imposição sobre couros e solas! A Corte de Portugal só se empenhava em arrancar do povo do Brasil tudo o que
podia.
V – Em julho de 1707, Francisco de Abreu Pereira toma
posse do governo da Paraíba do Norte, e governa durante três anos e quatro meses.
VI – Os paulistas continuaram a penetrar nos extensos
sertões minerais, e por isso puseram, ao território de que hoje se compõe a província de Minas, a denominação de Minas Gerais. O governador do Rio
de Janeiro, Arthur de Sá de Menezes, nesse ano de 1700 também foi a Minas Gerais para conhecê-los.
A notícia da descoberta das minas de ouro, e a riqueza delas, espalhando-se por
toda a parte, fez que para elas acudissem milhares de aventureiros; mas os paulistas, convencidos de serem eles os descobridores das minas
auríferas, e por conseguinte os únicos com direito de as desfrutarem, opondo-se aos demais aventureiros, originaram-se os ódios entre eles e os
portugueses europeus, a quem apelidavam de Forasteiros e de Emboabas.
VII – Cômputo eclesiástico. Áureo número 1; ciclo solar,
2; epacta 20; letra dominical, B.
VIII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, sábado; domingo
de Páscoa, a 27 de março; indicação romana, 9; período Juliano, 6.414.
IX – No dia 18 de junho de 1701 Portugal e a Espanha
celebram um tratado, e por ele cede a Espanha a Portugal o domínio pleno e perfeito da margem setentrional do Rio da Prata. Por este mesmo
tratado, ratificado no 1º de julho do mesmo ano, prometia ainda a Portugal opor-se às reclamações da Holanda sobre os negócios que com ela tinha a
respeito do Brasil.
X – O mestre de campo Fernão Carrilho, em 30 de junho
de 1701, toma posse do governo da capitania do Maranhão, em substituição a Antonio de Albuquerque Coelho, que se retirou para Lisboa.
XI – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 12; ciclo
solar, 3; epacta 1; letra dominical, A.
XII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, domingo; Páscoa,
a 16 de abril; indicação romana, 10; período Juliano, 6.415.
XIII – "D.
João de Lencastro, amigo. Eu el-rei vos envio muito saudar. A d. Rodrigo da Costa fui servido fazer mercê do governo geral desse Estado, como vos
constará da carta patente que lhe mandei passar; encomendo-vos que, na forma costumada, lhe deis a posse do dito governo que estais exercitando
com as cerimônias que em semelhantes atos se costumam, de que se fará assento, em que ambos assinareis, e havendo-lhe dado a dita posse e as
notícias que julgardes por convenientes a meu serviço, vos hei por desobrigado da homenagem que pelo dito governo me fizestes. – Escrita em Lisboa
a 17 de março de 1702. – Rei. – Conde de Alvor. – Para o governador e capitão general do Estado do Brasil".
XIV – Auto. – "Aos
dez dias do mês de abril do ano presente de 1702, nesta cidade de Lisboa, nos paços da Corte real onde ora assiste o muito alto e muito poderoso
rei d. Pedro II, nosso senhor, fez preito e homenagem em suas reais mãos, segundo ordenança, d. Rodrigo da Costa, pelo governo e capitania geral
do Estado do Brasil, de que é provido pela carta atrás escrita, e de como se fez o dito preito e homenagem se fez termo no livro delas à fl. 9,
que assinou comigo e com o conde de Villa Verde e Alvaro de Souza Mello, porteiro-mor de sua majestade que presentes foram ao dito ato. E para
constar se lhe passou esta em Lisboa a 11 de abril de 1702. - Mendo de Forjas Pereira".
XV – No dia 22 de maio de 1702 tomou posse, da diocese
metropolitana da Bahia, o quinto arcebispo d. fr. Antonio Monteiro da Vide. Foi este arcebispo que no dia 8 de setembro de 1704 deu regimento à
relação eclesiástica, e confeccionou a constituição do arcebispado, apresentando um sínodo diocesano, celebrado pela primeira vez em 12 de junho
de 1707.
Mandou edificar, na face do Norte do terreiro de Jesus, a igreja de S. Pedro
(Novo) e o palácio para a residência dos arcebispos próximo à Sé.
XVI – D. fr. Francisco de S. Jeronymo, terceiro bispo
do Rio de Janeiro, tomou posse do bispado no dia 11 de junho de 1702.
Foi este bispo quem mandou edificar no morro da Conceição o palácio episcopal
do Rio de Janeiro.
XVII – No dia 8 de julho de 1702, d. Manoel Rolim de
Moura toma posse do governo da capitania do Maranhão.
XVIII – D. Alvaro da Silveira e Albuquerque, no dia 15
de julho de 1702, tomou posse do governo do Rio de Janeiro.
XIX – "Porquanto
sua majestade, que Deus guarde, foi servido ordenar a meu antecessor, por carta de 14 de abril deste ano, escrita pela juntadas missões, que vendo
a cópia da petição que lhes fez o provincial da Ordem dos Pregadores, da província de Portugal, sobre terem os seus religiosos um hospício ou
convento nesta cidade, e se assentou na junta das missões dela que devia ser ouvido este povo. Ordeno, ao senado da Câmara desta mesma cidade,
chame o dito povo na forma que é estilo, ao qual se lerá a carta de sua majestade e a cópia da petição que fez ao dito senhor o provincial da
Ordem dos Pregadores, que e uma e outra se remete com esta; e ouvindo o dito povo, o senado da Câmara me informe do seu parecer com a brevidade
possível, restituindo à secretaria do Estado a dita carta como a cópia da petição. Bahia e julho de 14 de 1702. D. Rodrigo da Costa".
XX – No dia 15 de julho de 1702, d. Rodrigo da Costa
toma posse, na Bahia, do governo geral do Estado do Brasil; e foi este governador quem mandou construir a casa da pólvora no largo da igreja do
Senhor dos Aflitos, junto à qual, muitos anos depois, foi estabelecido o Passeio Público da Bahia. Mandou reparar as fortificações da cidade e
construir a fortaleza da Ilha de Itaparica, e o fortim, na entrada do Rio Paraguassú.
XXI – Provisão. – "D.
Pedro, por graça de Deus, Rei de Portugal etc.. Faço saber a voz juiz de fora, vereadores e procurador que ora servem na Câmara desta cidade, que
eu hei por bem, que este ano que entra de 1703, sirvam de vereadores dela, Gonçalo Ravasco Cavalcanti e Albuquerque, Antonio Paes de Aragão e
Miguel Calmon de Almeida, e de procurador o sargento-mor Manoel Ramos Parente, aos quais mandareis logo chamar e lhes dareis posse e juramento
para que bem e verdadeiramente sirvam os ditos cargos, conforme seu regimento, de que se fará assento no livro da vereação. Dado nesta cidade do
Salvador, Bahia de Todos os Santos, em os 28 dias do mês de dezembro do ano de 1702. Manoel Rogerio, oficial-maior da secretaria deste Estado a
fiz e subscrevi, por mandado do sr. d. Rodrigo da Costa, governador e capitão general do mesmo Estado. – D. Rodrigo da Costa."
XXII – D. Rodrigo da Costa, com carta patente passada
em 13 de maio, presta em 10 de abril, nas mãos de el-rei d. Pedro II, preito e homenagem do cargo de governador e capitão general do Estado do
Brasil, chega à Bahia em 30 de junho e a 3 de julho toma posse do governo do Estado na forma do estilo.
XXIII – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 13; ciclo
colar, 4; epacta, 12; letra dominical, G.
XXIV – Martirológio. 1º de janeiro, segunda-feira;
Páscoa, a 8 de abril; indicação romana, 11; período Juliano, 6.416.
XXV – Por carta régia de 7 de dezembro de 1703 se
mandou criar na capitania de Pernambuco o Juízo da Coroa, independente do governador, composto do ouvidor e dois adjuntos pelo menos, sendo o juiz
de fora e o advogado mais antigo do auditório.
XXVI – Pela carta régia de 4 de julho de 1704, el-rei
d. Pedro II manda dar terras aos índios do Brasil e favorecê-los com outras providências.
XXVII – No 1º de dezembro de 1708 foi assinado com
Portugal o célebre tratado do comércio com a Inglaterra, que acabou com as fábricas de tecidos do Covilhan, fundadas em Portugal, em proveito das
da Inglaterra.
XXVIII – "Sem
embargo da dúvida que me representou o senado da Câmara desta cidade, sobre pagar o soldo por inteiro aos dois capitães de infantaria, que mando
com duzentos homens a socorrer a nova colônia do Sacramento. Ordeno ao mesmo senado mande pagar aos ditos capitães os seus soldos por inteiro,
desde o dia do embarque, visto o requerimento que me fizeram, e o exemplo que alegaram de haver sua majestade, que Deus guarde, mandado pagar pelo
mesmo senado o soldo por inteiro aos capitães Carlos de Affonsequa Pinto e Braz da Rocha Cardoso, que desta praça foram de guarnição na nau da
Índia S. Pedro Gonçalves, e se praticar o mesmo com os capitães das armadas e frotas de Portugal. Bahia, e outubro, 4 de 1703. – D.
Rodrigo da Costa".
XXIX – Tendo sido nomeado Fernando de Barros de
Vasconcellos governador da Paraíba do Norte, tomou posse da administração, em novembro de 1703, em cujo governo se conservou quatro anos e oito
meses.
XXX – "Dom
Pedro, por graça de Deus, rei de Portugal etc. Faço saber a vós juiz de fora, vereadores e procurador, que ora servem na Câmara desta cidade, que
eu hei por bem que, este ano que entra de 1704, sirvam de vereadores dela Sebastião da Rocha Pitta, Pedro Barbosa Leal e Salvador Corrêa de Sá, e
de procurador Antonio Pereira Soares, aos quais mandareis logo chamar, e lhe dareis posse e juramento, para que bem e verdadeiramente sirvam os
ditos cargos, conforme seu regimento, de que se fará assento no livro da vereação. Dado nesta cidade do Salvador, Bahia de Todos os Santos, em os
28 dias do mês de dezembro do ano de 1703. Manoel Rogerio, oficial-maior da secretaria deste Estado, a fez e subscreveu por mandado do sr. d.
Rodrigo da Costa, governador do Estado. – D. Rodrigo da Costa."
XXXI – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 14; ciclo
solar, 5; epacta, 23; letra dominical, F E.
XXXII – Martirológio. 1º de janeiro, terça-feira;
Páscoa, 23 de março; indicação romana, 12; período Juliano, 6.417.
XXXIII – No dia 29 de abril de 1704 morre o bispo de
Pernambuco d. Francisco de Lima, na idade de setenta anos, tão pobre que apenas se lhe acharam quarenta réis em dinheiro, tendo gasto todas as
suas rendas em serviços pios, mandando fundar trinta missões que reuniu.
XXXIV – "Ao
ouvidor da capitania de Sergipe de El-Rei escrevo que ordene logo aos juízes da vila de Santa Luzia, se abstenham de mandar fazer diligências
pelos oficiais de justiça dela, aos moradores dos distritos do Rio Real da Praia, por não serem da sua jurisdição; e ao capitão dos mesmos
distritos João Pinto de Mattos ordeno prenda aos oficiais de justiça que forem àqueles distritos a fazer diligências aos moradores deles e os
remetam à cadeia desta cidade; para evitar a queixa de que vossas mercês me dão conta, fizeram os ditos moradores. Deus guarde a vossas mercês. –
Bahia e julho, 21 de 1704. – D. Rodrigo da Costa. – Para os oficiais da Câmara desta cidade".
XXXV – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 15; ciclo
solar, 6; epacta, 4; letra dominical, D.
XXXVI – Martirológio. 1º de janeiro, quinta-feira;
Páscoa, 12 de abril; indicação romana, 13; período Juliano, 6.418.
XXXVII – Por carta régia de 15 de abril de 1705 foi
nomeado João Vasco Molina para governar interinamente a capitania do Maranhão, pela suspensão de d. Manoel Rolim de Moura. (Gayoso, pág.
134).
XXXVIII – D. Fernando Martins Mascarenhas de Lencastro
toma posse do governo do Rio de Janeiro, no 1º de agosto de 1705, e indo a Minas Gerais apaziguar as desordens que ali existiam, sendo mal
recebido, voltou por S. Paulo, onde tendo notícia que lhe vinha sucessor, voltou para o Rio de Janeiro.
XXXIX – Foi fundada a vila de Nossa Senhora do
Bomsucesso de Pindamonhangaba em 10 de julho de 1705 pelo desembargador ouvidor geral João Saraiva de Carvalho, sem provisão, pelo que
representaram os moradores de Taubaté. Sua majestade então confirmou a vila por provisão desta data. Nada lesava ao termo da vila de Taubaté e
somente à herdeira, condessa de Vimieiro, que foi assim sendo despojada das mercês concedidas a Martim Affonso de Souza.
Fernão Vieira Tavares, medindo as terras das duas donatarias, havia com suborno e injustiça favorecido aos herdeiros de Pedro de Souza.
XL – "Aos
31 dias do mês de maio do ano presente de 1705, nos paços da Bemposta, onde ora assiste a muito alta e muito poderosa princesa d. Catharina,
rainha da Grã-Bretanha, que pela indisposição de el-rei nosso senhor tem o governo destes reinos, fez preito e homenagem nas suas reais mãos,
segundo a ordenança, Luiz Cesar de Menezes, pelo governo e capitania geral do Estado do Brasil, em que está provido pela patente atrás escrita, e
se fez termo no livro das homenagens, que assinou comigo o secretário de Estado. E para constar do referido lhe passei a presente. Lisboa no dito
dia, mês e ano supra. – D. Thomaz de Almeida."
XLI – "D.
Rodrigo da Costa. Eu a Rainha da Grã-Bretanha, infanta de Portugal, como regente destes reinos, no impedimento de meu irmão, o senhor rei d.
Pedro, vos envio muito saudar. A Luiz Cesar de Menezes fui servida fazer mercê do governo geral desse Estado, como vos constará da carta patente
que dele lhe mandei passar. Encomendo-vos que, na forma costumada, lhe deis a posse do dito governo que estais exercitando, com as cerimônias que
em semelhantes atos se costumam, de que se fará assento, em que ambos assinareis; havendo-lhe dado a dita posse, e as notícias que julgardes por
convenientes a meu serviço, vos hei por desobrigado da homenagem que pelo dito governo me fizestes. Escrita em Lisboa a 29 de abril de 1705. –
Rainha. – Para o governador e capitão general do Estado do Brasil."
XLII – Luiz Cesar de Menezes toma posse, na Bahia, do
governo geral do Estado do Brasil, no dia 8 de setembro de 1705. Foi este governador geral que promoveu a plantação da canela e do cravo da Índia
na Bahia, vindo da Ásia o franciscano fr. João da Assumpção para ensinar o modo de os cultivar.
XLIII – Portugal, estando em guerra com a Espanha, o
vice-rei do Peru teve ordem de mandar expelir os portugueses da colônia do Sacramento; e este ordenando a d. Alvaro Valdez, governador de Buenos
Aires, que executasse a ordem do governo da Espanha, à frente de dois mil homens a cavalo, e de cinco mil índios das Reduções Jesuíticas, chegando
no dia 4 de novembro de 1705 à colônia do Sacramento, depois de uma vigorosa resistência, por espaço de seis meses, foi forçado o governador
português, Sebastião da Veiga Cabral, a abandonar a praça e retirar-se por mar, com os moradores dela para o Rio de Janeiro.
XLIV – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 16; ciclo
solar, 7; epacta, 15; letra dominical, C.
XLV – Martirológio. 1º de janeiro, sexta-feira; domingo
de Páscoa, 4 de abril; indicação romana, 14; período Juliano, 6.419.
XLVI – "Luiz
Cesar de Menezes, amigo. Eu el-rei vos envio muito saudar. Havendo visto o que me representou o reverendo arcebispo dessa cidade, acerca da
impossibilidade que se lhe oferecia a pôr no último fim a obra das casas em que ele e seus sucessores hão de viver no tempo prefixo de oito anos
que lhe dei de espaço para se acabarem no sítio que estava destinado para o seminário; assim por temer que pelas casas em que hoje assiste se não
deem os treze mil cruzados, que haviam custado, como por ser a sua côngrua tão limitada que dela não podia concorrer para a tal obra, mais que com
o que havia pagar de aluguel. Fui servido haver por bem que se lhe deem mil cruzados por ano do sobejo do contrato dos dízimos, cuja consignação
durará por tempo de oito anos, que é o tempo prefixo que lhe impus para se aperfeiçoar e concluir de todo este edifício. De que me pareceu
avisar-vos, para que assim o façais executar, e ao provedor-mor da Fazenda ordeno que execute esta minha resolução, mandando fazer o tal pagamento
no espaço dos oito anos, em que o tenho permitido a mil cruzados cada ano. Escrita em Lisboa a 5 de novembro de 1706. – Rei. – Conde de
Alvor P. – Para o governador geral do Estado do Brasil".
RESPOSTA – "Senhor. – Fico
entendendo o que vossa majestade manda por esta carta para fazer executar. A real pessoa de vossa majestade guarde Nosso Senhor como seus vassalos
havemos mister. Bahia, 4 de novembro de 1707. – Luiz Cesar de Menezes".
XLVII – El-rei d. Pedro II faleceu no dia 9 de dezembro
de 1706, sucedendo-lhe seu filho d. João V, na idade de dezenove anos, no dia 1º de janeiro de 1707. Este fanático rei, além de muitas dissipações
que praticou, comprou ao papa, em 23 de dezembro de 1748, o vaidoso título de fidelíssimo, que uniu ao de rei, pela enorme soma de
cento e quinze milhões quinhentos e nove mil e cento e trinta e dois cruzados; em ouro de lei em barra das minas do Brasil, seis mil quatrocentos
e dezessete arrobas; em prata de lei, trezentas e vinte quatro arrobas; em cobre fino para liga, quinze mil seiscentas e noventa e sete arrobas;
em diamantes, dois mil trezentos e oito quilates. Todos estes valores na nossa moeda importavam em duzentos setenta e sete mil quinhentos e trinta
contos (Vide a minha obra sobre a Independência do Brasil).
XLVIII – Secretários de Estado de el-rei d. João VI. D.
Thomaz de Almeida, cardeal e patriarca. Mendo Lopes Pereira. Diogo de Mendonça Côrte Real. Pedro da Mata e Silva. Antonio Guedes Pereira. Marco
Antonio de Azevedo Coutinho. Nuno da Cunha, cardeal e inquisidor geral.
XLIX – Carta régia de 9 de outubro de 1706, criando a
ouvidoria das Alagoas, em virtude de requisição de Francisco Caetano de Moraes, governador e capitão general de Pernambuco, em ofício de 9 de
janeiro do mesmo ano. Foi seu primeiro ouvidor o bacharel José da Cunha Soares, nomeado por carta régia de 6 de fevereiro de 1711.
L – Cômputo eclesiástico.
Áureo número, 17; ciclo solar, 8; epacta, 26; letra dominical, B.
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