RESGATE HISTÓRICO - Devido às dimensões de sua área, a Baixada Santista foi
privilegiada com as obras de diversos fortes e fortalezas. Algumas unidades remontam ao Século 16, mas mesmo assim exibem perfis
bem conservados, como a Fortaleza de Barra Grande, em Guarujá, e o Forte São João, em Bertioga. Mas a região também apresenta
edificações modernas como o Forte dos Andradas, que surgiu visando à defesa do território na Segunda Guerra Mundial. Sua
construção, onde se incluem túneis encravados na rocha, é considerada uma jóia da arquitetura militar
Foto: divulgação, publicada com a
matéria, na primeira página do caderno Turismo
CIRCUITO DOS FORTES
Arquitetura militar conta a nossa história
Da Reportagem
Partindo de uma sugestão da Fundação
Cultural Exército Brasileiro, que tem como orientação abrir as portas para a comunidade ao seu redor, a Agência Metropolitana da
Baixada Santista (Agem), juntamente com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, e
com o auxílio de historiadores da região como o coronel reformado e professor de História, Élcio Rogério Secomandi, teve a idéia
de criar o Circuito dos Fortes, que visa transformar todas as edificações militares da região em destinos turísticos. Fazem
parte os municípios de Bertioga, Santos, Guarujá e Praia Grande.
Privilegiada, devido principalmente ao tamanho de sua área, a Baixada Santista
abriga oito construções militares que exibem, além da importância histórica, a mescla de dois tipos de arquitetura militar: a
moderna e a secular.
Para o diretor técnico da Agem, o arquiteto Carlos Zundt, um dos mais
entusiasmados pela proposta, "a própria Baixada não conhece a Baixada" e, segundo acredita, "uma das vistas mais lindas da
cidade de Santos não é a da Ilha Porchat, como muitos pensam, mas a proporcionada pela Fortaleza da Barra que dá uma visão
panorâmica de toda a orla. Só de lá pode-se ter uma visão especial do Museu de Pesca".
O circuito, viabilizado com a parceria de agências de viagens que contribuem
com a sua experiência no setor, tem como uma das alternativas o passeio marítimo, que privilegia a contemplação dos fortes
Itapema e São Felipe. "O Canal de Bertioga é de imensa pujança ambiental, tal a riqueza da flora e fauna. No passei o de barco,
passa-se por diversas marinas. No local é possível até ter uma noção do que foi o plantio da banana, que foi tradicional na
região", acrescenta Zundt.
Atualmente, só duas unidades estão ativas, o Forte dos Andradas, em Guarujá, e
a Fortaleza de Itaipu, em Praia Grande. As duas também estão abertas à visitação pública.
Imagem: Arte A Tribuna, publicada com a matéria
SAIBA MAIS |
O roteiro turístico Circuito dos Fortes teve sua resolução assinada em fevereiro em
ato oficial que aconteceu na Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, em Guarujá. A iniciativa integra, em um pólo de
referência histórico-cultural, os municípios de Bertioga, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente.
Com o circuito, que deverá ser lançado oficialmente em setembro pelo governador
Geraldo Alckmin, os turistas poderão conhecer a Fortaleza de Itaipu (século 20), a Casa do Trem Bélico (século 17), a
Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande (século 16), o Forte Augusto (século 17), a Fortaleza dos Andradas (século 20) , a
Fortaleza do Itapema (século 16), a Fortaleza São João (século 16) e o Forte São Felipe (século 16)
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Foto: divulgação, publicada com a matéria
Fortaleza da Barra Grande
A fortificação, também conhecida como Fortaleza da Barra, Fortaleza da Barra
Grande, Fortaleza de São Miguel, Fortaleza de Santo Amaro e Santos e Forte da Praia Grande, localiza-se entre as praias do Góes
e Santa Cruz dos Navegantes, na Ilha de Santo Amaro, em Guarujá. A obra é um grande diferencial no Brasil por suas nítidas
características espanholas. Foi construída, em 1584, pelo arquiteto militar italiano Giovanni Batistta Antonelli, durante a
união dos governos português e espanhol. Esse mesmo arquiteto construiu os fortes de Porto Rico, Equador e Cuba.
Ocupando uma formação rochosa, a fortaleza está projetada sobre o estreito
canal de acesso ao Porto de Santos. Do maneirismo do século 16, passando pelo barroco, a edificação sintetiza a evolução do
gosto estético no Brasil até o fim do século 19. Suas paredes e muralhas espessas foram construídas em imensos blocos de pedras.
Sua potência também era sentida através de seus canhões, cujo estampido ecoava até Cananéia, no Vale do Ribeira, a
aproximadamente 140 quilômetros de distância.
Em 1911, a fortaleza foi desativada e seus equipamentos e baterias foram
transferidos para a Fortaleza de Itaipu. Abandonada, a fortaleza deteriorou-se rapidamente, não só com a ação do tempo.
Invasores retiraram madeiras, telhas e tijolos. Enquanto o altar, revestido de azulejos brancos e azuis, era arruinado pelos
vândalos, o teto cedeu e o piso foi totalmente destruído. Em 1960, depois de um abandono de 45 anos, voltou para o círculo
militar.
A restauração e adaptação de suas salas para múltiplo uso foram empreendidas
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), tendo como parceira a Universidade Católica de Santos. A
Casa de Pólvora foi transformada em capela que conta com um painel em mosaico de vidro de 20 metros quadrados chamado de
Vento Vermelho, que simboliza o direito da arte de hoje de se integrar com aquelas produzidas no passado. Essa foi a última
obra do mestre e artista plástico Manabu Mabe. As visitas podem ser agendadas pela Universidade Católica de Santos/Núcleo de
Extensão Comunitária (Necom), telefone 3205-5555, ramal 617.
Foto: Adalberto Marques, publicada com a matéria
Fortaleza de Itaipu
Situada em Praia Grande, a Fortaleza de Itaipu ocupa uma área de 2 milhões 420
mil m² e faz parte do Parque Xixová-Japuí, a maior área de Mata Atlântica preservada da Serra do Mar. O complexo militar reúne
os fortes Duque de Caxias, Rêgo Barros e Jurubatuba. O Itaipu, como é conhecido, tem o nome originado dos índios, que assim
denominavam o movimento das ondas que cresciam e arrebentavam violentamente nos costões.
Sua construção, em 1902, surgiu da necessidade de se construir um forte mais
moderno, uma vez que a Fortaleza da Barra Grande não apresentava mais condições para defender a entrada do canal que dá acesso
ao Porto de Santos. Atuando como sentinela da nossa costa, Itaipu prestou memoráveis serviços na Revolução Paulista de 1932.
Nessa ocasião, os canhões de grosso calibre foram desmontados e levados para as linhas de combate do Exército Paulista,
enquanto, visando iludir os federais, foram colocados falsos canhões de madeira em suas baterias.
Possuindo uma riqueza em fauna e flora, sendo tombada pelo Governo Federal,
foi o último forte não artilhado construído no Brasil. A fortaleza fica na Avenida Marechal Mallet, s/n, Canto do Forte, e está
aberta à visitação sábados, domingos e feriados, das 10 às 18 horas. Mais informações nos telefones 3473-6054 e 3473-4265.
Foto: Édison Baraçal, publicada com a matéria
Forte Augusto
No mesmo local onde hoje está instalado o prédio do Museu de Pesca, existiu o
Forte Augusto, conhecido ainda como da Estacada, da Trincheira e do Castro. A sua história começa em 1734, quando a sua
construção é iniciada pelo comandante João Costa de Oliveira, nomeado elo então governador da Capitania, conde de Sarzedas.
O forte, construído sobre alicerces de pedra de alvenaria mal argamassada e
com pequena espessura, não resistiu ao contato com o mar, as intempéries e a qualquer combate sério com o inimigo. De posição
estratégica, desviava todo movimento de navio, fora da barra, da Praia do Embaré. Por ocasião da Revolta da Armada em 1893 foram
dispostas as últimas baterias pesadas contra possíveis tentativas de ataques.
A antiga construção da Ponta da Praia foi totalmente desativada em fins do
século 19 para dar lugar, em 1906, ao prédio da Escola de Aprendizes Marinheiros. Hoje, abriga o Museu de Pesca, aberto à
visitação de terça-feira a domingo, das 10 às 17 horas. Avenida Bartolomeu de Gusmão, 192, telefone 3261-5260.
Foto: Rogério Soares, publicada com a matéria
Casa do Trem Bélico
Localizada na parte mais antiga de Santos, na Rua Tiro Onze, número 11, a Casa
do Trem foi construída entre 1640 e 1656, no reinado de d. João V, e provavelmente reerguida entre 1734 e 1738. É um dos poucos
exemplares do gênero no País, considerada a única e mais antiga construção colonial militar. As paredes, feitas com uma mistura
de pedra, cascalho, cal de sambaqui e óleo de baleia, têm cerca de 90 centímetros de espessura. Serviu de armazém-depósito para
material bélico até a primeira década do século 20. O imóvel abrigava o que a vila dispunha para sua proteção: lanças, arcabuzes,
mosquetes e munição.
Em 1937, a Casa do Trem teve a primazia de ser uma das primeiras relíquias do
território paulista a ser considerada monumento nacional, isso logo após a criação do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Em 1969, o imóvel foi tombado pelo SPHAN, sendo restaurado em 1978 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Santos
(IPHAN) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat).
A Casa do Trem Bélico é hoje a única construção deste tipo que mantém
características originais no Brasil. Fechado à visitação - há estudos para a sua reabertura -, atualmente no velho casarão
militar colonial funciona um centro de apoio à juventude, de orientação e profissionalização para crianças e adolescentes entre
7 e 18 anos. Mais informações, telefone 3221-1385.
SAIBA MAIS |
A denominação forte e fortaleza tem diferenças que podem passar despercebidas. A
palavra fortaleza designa um conjunto de construções que visam a defesa e guarda de uma área. Um exemplo é a Fortaleza de
Itaipu, em Praia Grande, que reúne os fortes Duque de Caxias, Rêgo Barros e Jurubatuba. Já um forte consiste em apenas uma
unidade como o Augusto, que hoje abriga o Museu de Pesca
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São Felipe pode ser contemplado pelo mar
Da mesma forma, a Fortaleza de Itapema também é outra construção que
deve ser apreciada através do mar, em uma incursão pelo Canal de Bertioga, que privilegia o contato com a natureza. Considerada
uma jóia da arquitetura militar, a Fortaleza dos Andradas tem túneis encravados na rocha, hotel para os oficiais e uma praia que
encanta pela limpidez de sua água. Em Bertioga, o Forte São João é a construção militar mais antiga do Brasil
O Forte São Felipe está localizado na Ponta da Baleia, em Guarujá, no extremo
Norte da Ilha de Santo Amaro, onde primitivamente existia uma paliçada para sua defesa contra os ataques indígenas. Foi
construído por Braz Cubas em 1552, através de uma solicitação do governador Tomé de Souza ao rei d. João III, que estava
preocupado com os ataques dos tupinambás, tamoios e dos franceses às cidades de Bertioga e Guarujá. Tinha o objetivo de, em
conjunto com a artilharia do Forte São João, defender o Canal de Bertioga.
A construção pode ser descrita como um baluarte de pedra, uma casa fortificada
para abrigar material pirobalístico (pólvora e munição), voltada para o canal, na Ilha de Santo Amaro, defronte de Bertioga, e
que deu origem à edificação do Forte São Felipe em 1557, pelo capitão-mor Jorge Ferreira. O projeto enviado de Portugal era
concebido dentro de novos conceitos renascentistas, determinados pelo desenvolvimento pirobalístico da época.
No ano de 1745 instituiu-se no local uma das mais importantes fábricas de óleo
de baleia do Brasil, que tinha uma filial na Praia do Góes. O óleo era utilizado nas edificações da época. Apesar de construída
para fins militares, a bateria de canhões instaurados na fortaleza nunca chegou a dar um tiro. Foi abandonado em 1577 e tombado
pelo IPHAN em 1965. Fechado à visitação, este forte também só pode ser contemplado pela água. Há planos para viabilizar sua
recuperação.
Foto: José Moraes, publicada com a matéria
Fortaleza dos Andradas
O complexo bélico está situado no Guaiúba, em Guarujá, à entrada da Baía de
Santos, no extremo Sul da Ilha de Santo Amaro, em uma extensa área de preservação ambiental da Mata Atlântica.
Inaugurada em 1942, a Fortaleza dos Andradas recebeu esse nome em homenagem
aos irmãos Andradas, José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco, e foi chamada originalmente pelos caiçaras e índios de
Monduba, cujo significado é uma corruptela de mè-nduba, barulho ensurdecedor provocado pelo choque estrondoso das ondas
nos penhascos.
Foi projetada em 1934 pelo tenente-coronel de Engenharia João Luiz Monteiro de
Barros e foi a última a ser erigida na época da Segunda Guerra Mundial. Ocupa uma área de 2,1 milhões de m² e foi construída
escavando e encravando túneis com diversas galerias nas rochas do Morro do Monduba, com o objetivo de assegurar a extensa faixa
litorânea. O conjunto das construções possui um Quartel de Paz, situado na Praia do Monduba, onde abriga o quartel-general da 1ª
Brigada de Artilharia Articulada, a Bateria do Comando e um Quartel de Guerra, atualmente desativado.
Fazia parte de um sistema defensivo junto com a Fortaleza do Itaipu em Praia
Grande, para proteger, principalmente, o Porto de Santos. Até hoje, esta fortaleza subterrânea, embora desativada, é vista como
um grande monumento da arquitetura e da engenharia militar brasileira. Suas instalações incluem até um hotel com dez suítes que
podem abrigar, com todo conforto, oficiais do Exército e civis indicados pelos militares.
A fortaleza fica na Rua Horácio Guedes Barreira, s/n, Praia do Tombo. A
visitação pode ser realizada, sábados, domingos e feriados, das 9 às 17 horas. Telefone 3354-3239, ramal 2085.
Foto: Walter Mello, publicada com a matéria
Forte São João
Também conhecido como FOrte de São Thiago de Bertioga, situa-se no extremo Sul
da praia de Bertioga, onde o canal faz junção com as águas do mar. Em 1500, nos tempos do descobrimento do Brasil, o litoral
paulista era habitado por grupos indígenas: tupiniquins, guaranis (carijós), tupinambás (tamoios) e guaianases. O viajante e
colonizador português João Ramalho, casado com a índia Bartira, leva de São Vicente para Bertioga a família de Diogo Braga, sua
esposa índia e seus cinco filhos mamelucos. Em 1531, juntamente com os tupiniquins, constroem a primeira paliçada em local
estratégico e de grande beleza natural de frente ao canal de Bertioga, para defender a sua entrada. A fortificação possibilitou
o desembarque dos primeiros portugueses, como Martim Afonso de Souza.
Em 1547, dada a importância estratégica do canal, inclusive para a defesa das
vilas de São Vicente e Santos que se iniciavam, os portugueses decidiram, então, construir uma fortificação de pedra que, mais
sólida, pudesse resistir aos ataques inimigos. Dois anos mais tarde, em 1549, Hans Staden, um jovem artilheiro alemão, náufrago
de uma tempestade, chega a Bertioga e reorganiza as armas instaladas no forte. Foi nele que, em 1563, os jesuítas Manuel da
Nóbrega, José de Anchieta e o italiano de Gênova, Francisco Adorno, se hospedaram por alguns dias, antes de irem para Ubatuba
apaziguar os índios revoltados na Confederação dos Tamoios.
Considerado o forte mais antigo do Brasil, foi tombado como Patrimônio
Nacional em 1940. Hoje, totalmente restaurado, mantém um acervo cultural preservado de duas grandes culturas. A primeira
exposição é referente à indumentária, armas, hábitos e costumes dos primeiros índios que habitaram Bertioga; a segunda mostra é
marcada pela presença de material religioso, embarcações, armas e armaduras dos colonizadores portugueses do século 16. O forte
abre diariamente das 10 às 17 horas. Telefone 3317-3567.
Foto: divulgação, publicada com a matéria
Fortaleza de Itapema
Não há certeza sobre a data de sua fundação, sabe-se apenas que, em 1638,
Torquato Ferreira de Carvalho mandou reconstruí-la e foi armada com oito peças de artilharia. Em 1905 passou à disposição da
Alfândega de Santos.
Sobre a pequena bateria de Itapema há pouco registro documental existente
desse primeiro século, a não ser alguma referência de mapas imprecisos de autoria do frei João José de Santa Tereza. Essa
bateria deveria ser apenas uma casa forte ou reduto armado com primitivas bocas-de-fogo constituídas de bombardas (máquinas de
guerra com que se arremessava grandes blocos de pedra), falcões (peça de artilharia de calibre três) e falconetes (peça antiga
de artilharia de calibre inferior ao falcão).
Com o desenvolvimento da Vila de Santos, em função de possuir o melhor porto
da capitania e em detrimento da decadência da Vila de São Vicente, a defesa da Barra Grande de Santos ganhou prioridade. No
último quartel do século 16 foram construídas, na entrada do Canal de Santos, pelo lado da Ilha de Santo Amaro (Guarujá), a
Fortaleza da Barra Grande e provavelmente também a pequena bateria de Vera Cruz de Itapema defronte do Porto de Santos.
Fechado para visitação, o local abriga um posto de fiscalização alfandegária e
conta com um atracadouro e oficina para as embarcações da Polícia Federal, que atua ali no controle policial marítimo. Sua
contemplação pode ser efetuada de duas formas: por terra, saindo do centro de Guarujá, ou por mar, através de uma embarcação que
sai da Ponte dos Práticos. O passeio pelo Canal de Bertioga é um inesquecível encontro com a natureza. Mais informações no
telefone 3352-1222.
TURISMO FORTE - O Circuito dos Fortes não será apenas mais um dos belos
roteiros para turistas que visitarem a região. Ele servirá também para que a própria população da Baixada conheça a história que
a cerca. O Forte São João, em Bertioga, exibe a imponência da arquitetura militar
Foto: Irandy Ribas,
publicada com a matéria, na primeira página |