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Artigo escrito em 1999
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/15/02 14:07:54
E-business, a otimização empresarial cai na rede 

Mário Persona (*)
Colaborador

À semelhança dos cogumelos, que encontramos já crescidos onde não havia nada na noite anterior, a modalidade de comércio eletrônico conhecida como business-to-business promete causar espanto aos menos avisados. Mas, ao contrário dos cogumelos - de crescimento rápido porém de consistência frágil -, o relacionamento comercial entre empresas utilizando os recursos de uma rede da amplitude da Internet estará se solidificando de vez nos próximos anos. A crescente demanda por serviços prestados on-line prova que existe um solo fértil para novos negócios na rede, e cultura suficiente para a racionalização dos processos de negócios existentes usando o mesmo meio.

De acordo com um relatório publicado pelo The Yankee Group, nos próximos cinco anos os Estados Unidos verão um crescimento do e-business a uma taxa anual de 41 porcento. Do outro lado do Atlântico, a Visa International prevê igualmente um crescimento significativo na Europa. 

A definição de e-business pode ser tão abrangente quanto o próprio ciclo comercial. Desde a identificação da necessidade de um produto para o mercado, até o fechamento de negócio e o suporte no pós-vendas, tudo pode ser incluído na lista de competências do e-business. Considerando que ele ajuda a carregar a enorme mala de produtos e serviços desse mercador dos tempos modernos que é o comércio eletrônico, temos diante de nós um horizonte impossível de ser ignorado até pelos mais céticos.

As previsões apontam para um crescimento de cogumelo para algumas empresas com visão, ficando a estagnação reservada para aquelas que se posicionarem como meras observadoras do processo. Será inevitável que estas últimas sejam, em um curto período de transição, substituídas pelos novos players que estão adaptando suas estruturas às tendências do século 21. Neste caso, a sobrevivência estará intimamente associada à capacidade de se efetuar negócios utilizando a rede. 

Números - Se as previsões estiverem corretas - e os números são significativos demais para serem desprezados - não será sensato continuar adiando a integração dos negócios com a rede mundial. Prevê-se que as transações irão partir de um trampolim de US$ 138 bilhões em 1999 para um salto que poderá atingir a marca de US$ 541 bilhões em 2003 só nos Estados Unidos. 

Na Europa, espera-se que o volume movimentado dessa forma dê um salto, dos US$ 7,15 bilhões detectados em 1998 para US$ 176 bilhões em 2003. Embora isso possa parecer muito champignon para o nosso strogonoff, não podemos nos esquecer de que o Brasil é um país promissor nesta área, com uma grande taxa de crescimento no uso da Internet.

As empresas que acordarem para as vantagens dos negócios em rede estarão indo muito além do primo chique do e-business, que é o e-commerce voltado para o consumidor final. Este obviamente continuará a crescer, providencialmente auxiliado pela infra-estrutura que já está recebendo de um intercâmbio comercial enxuto também utilizando a rede. 

É normal que um produto que tenha seus custos reduzidos em um processo de compras mais racional e dinâmico chegue ao consumidor final, via e-commerce, a um preço mais competitivo. Ainda assim terá sido o setor industrial o grande beneficiado pelo e-business, com a redução de seus custos e otimização de seus processos. Quem viver - conectado - verá.

(*) Mário Persona é consultor, escritor e palestrante. Esta crônica faz parte dos temas apresentados em suas palestras. Edita o boletim eletrônico Crônicas de Negócios e mantém endereço próprio na Web, onde seus textos estão disponíveis.