E-business, a otimização
empresarial cai na rede
Mário Persona (*)
Colaborador
À
semelhança dos cogumelos, que encontramos já crescidos onde
não havia nada na noite anterior, a modalidade de comércio
eletrônico conhecida como business-to-business promete causar
espanto aos menos avisados. Mas, ao contrário dos cogumelos - de
crescimento rápido porém de consistência frágil
-, o relacionamento comercial entre empresas utilizando os recursos de
uma rede da amplitude da Internet estará se solidificando de vez
nos próximos anos. A crescente demanda por serviços prestados
on-line
prova que existe um solo fértil para novos negócios na rede,
e cultura suficiente para a racionalização dos processos
de negócios existentes usando o mesmo meio.
De acordo com um relatório
publicado pelo The Yankee Group, nos próximos cinco anos os Estados
Unidos verão um crescimento do e-business a uma taxa anual
de 41 porcento. Do outro lado do Atlântico, a Visa International
prevê igualmente um crescimento significativo na Europa.
A definição de e-business
pode ser tão abrangente quanto o próprio ciclo comercial.
Desde a identificação da necessidade de um produto para o
mercado, até o fechamento de negócio e o suporte no pós-vendas,
tudo pode ser incluído na lista de competências do e-business.
Considerando que ele ajuda a carregar a enorme mala de produtos e serviços
desse mercador dos tempos modernos que é o comércio eletrônico,
temos diante de nós um horizonte impossível de ser ignorado
até pelos mais céticos.
As previsões apontam para
um crescimento de cogumelo para algumas empresas com visão, ficando
a estagnação reservada para aquelas que se posicionarem como
meras observadoras do processo. Será inevitável que estas
últimas sejam, em um curto período de transição,
substituídas pelos novos players que estão adaptando
suas estruturas às tendências do século 21. Neste caso,
a sobrevivência estará intimamente associada à capacidade
de se efetuar negócios utilizando a rede.
Números - Se as previsões
estiverem corretas - e os números são significativos demais
para serem desprezados - não será sensato continuar adiando
a integração dos negócios com a rede mundial. Prevê-se
que as transações irão partir de um trampolim de US$
138 bilhões em 1999 para um salto que poderá atingir a marca
de US$ 541 bilhões em 2003 só nos Estados Unidos.
Na Europa, espera-se que o volume
movimentado dessa forma dê um salto, dos US$ 7,15 bilhões
detectados em 1998 para US$ 176 bilhões em 2003. Embora isso possa
parecer muito
champignon para o nosso strogonoff, não
podemos nos esquecer de que o Brasil é um país promissor
nesta área, com uma grande taxa de crescimento no uso da Internet.
As empresas que acordarem para as
vantagens dos negócios em rede estarão indo muito além
do primo chique do e-business, que é o e-commerce
voltado para o consumidor final. Este obviamente continuará a crescer,
providencialmente auxiliado pela infra-estrutura que já está
recebendo de um intercâmbio comercial enxuto também utilizando
a rede.
É normal que um produto que
tenha seus custos reduzidos em um processo de compras mais racional e dinâmico
chegue ao consumidor final, via e-commerce, a um preço mais
competitivo. Ainda assim terá sido o setor industrial o grande beneficiado
pelo e-business, com a redução de seus custos e otimização
de seus processos. Quem viver - conectado - verá.
(*) Mário
Persona é consultor, escritor e palestrante. Esta crônica
faz parte dos temas apresentados em suas palestras. Edita o boletim eletrônico
Crônicas
de Negócios e mantém endereço
próprio na Web, onde seus textos estão disponíveis. |