O efeito "Melissa"
Mário Persona (*)
Colaborador
O assunto
do momento na Internet é Melissa. Não se trata de marca de
sandália, artista de cinema ou mulher influente. Trata-se do mais
contagioso vírus de computador já inventado e em poucos dias
cobriu o planeta com uma rapidez tão espantosa que passou a ser
assunto da unidade de cibercrime do FBI.
Melissa, à semelhança
do Happy99 com sua janelinha de fogos de artifício, utiliza algo
mais comum que o espirro humano para se espalhar. A inoportuna visita chega
até seu micro trazida por um inocente e-mail.
Uma vez no micro anfitrião,
a intrometida Melissa fará algumas mudanças na decoração
da nova casa, louca para descobrir a lista de endereços do Outlook,
o programa de e-mail. E como adora viajar, Melissa se encarregará
de mandar uma cópia de si mesma para os 50 primeiros e-mails
que encontrar na lista, repetindo o processo em cada nova máquina
onde se alojar. E se não bastasse ficar conhecida por sua ação
direta, Melissa consegue arrastar atrás de si toda a mídia,
que acaba fazendo o que o vírus não conseguiu: ficar conhecida
das pessoas que não usam a Internet, mas que lêem jornais
e revistas.
Professora - Tirando os aspectos
funestos da invasão, Melissa pode ser a professora ideal para quem
usa a Internet como meio de negócios. Por isso, ao invés
de se alarmar com o "Efeito Melissa", tente assimilar seus métodos.
Como foi que Melissa conseguiu ficar famosa em tão pouco tempo?
Usando o e-mail, a mais fantástica e barata ferramenta de
comunicação e marketing para qualquer negócio.
Ao contrário de uma mala direta,
que exige papel, selos e raramente é copiada para ser passada adiante,
o e-mail tem custo praticamente zero e pode ser redirecionado a
milhares de pessoas em poucos segundos. Eu mesmo me espantei com o poder
de propagação do e-mail quando um amigo descobriu
um artigo meu circulando pela rede de comunicação interna
de um dos maiores bancos do país. Sem que eu soubesse, um batalhão
de simpatizantes estava voluntariamente espalhando minhas idéias.
Do mesmo modo como Melissa se espalha
por todo o mundo, você pode usar o e-mail para levar o nome
de sua empresa e seus produtos a milhares de pessoas. Mas nem pense em
praticar "spam", que é o envio de e-mails de propaganda não
solicitados. Eles irão criar uma imagem negativa de seu negócio
e acabarão sendo tão bem recebidos quanto um vírus
de computador.
O tipo de e-mail a que me
refiro é aquele enviado a pessoas que desejam receber informações
sobre determinados assuntos. No exterior há empresas, como a PostMaster-Direct,
que se encarregam de identificar essas pessoas e fornecer listas de endereços
para áreas específicas. Se você vende CDs, por exemplo,
poderá enviar informações de seus produtos a pessoas
interessadas em música.
Alternativas - Adquirir espaço
em newsletters ou e-zines enviadas por e-mail, de
preferência aquelas que tratam de assuntos relacionados ao seu produto
ou negócio, é outra forma interessante de divulgar sua empresa.
Você irá atingir um público específico que optou
por assinar aquela publicação. Este tipo de marketing,
ainda pouco explorado no Brasil, além de ser barato, costuma dar
excelentes resultados.
Se preferir, e tiver conteúdo
para isso, você pode publicar sua própria newsletter
e divulgar informações da área em que atua, como artigos
sobre artistas e shows, caso seu negócio seja música.
Esta é uma forma extremamente simpática de se fazer marketing
pois você estará dando alguma coisa grátis para seus
clientes. Sua newsletter pode até virar um negócio
lucrativo, se despertar interesse suficiente para atrair outros anunciantes.
Uma newsletter eletrônica
não tem custos de impressão ou correio, mas exige que você
invista tempo e trabalho em sua produção. De olho neste segmento,
a empresa E-ZineZ criou um site especializado na criação
de newsletters, incluindo um E-zine Builder Tool para você
criar sua publicação em cinco minutos com artigos e notícias
que são atualizadas semanalmente. Tenha em mente que, como qualquer
publicação impressa, uma newsletter só será
uma ferramenta de marketing eficaz se cativar os leitores com boa
informação. Se não quiser criar sua newsletter,
você pode tentar escrever e enviar artigos para alguma já
existente, como a Internet & Negócios, obviamente com
sua assinatura e link para seu site.
Outra forma de usar o e-mail para
divulgar sua marca é participar de listas ou fórums de discussão
na Internet. Escolha alguma cujo tema esteja relacionado ao seu negócio,
mas não tente enviar mensagens de propaganda para essas listas pois
é bem provável que você seja expulso pelo moderador.
Em vez disso, contente-se em criar uma assinatura para seus e-mails
que tenha um link para o site de sua empresa.
Faça do "Efeito Melissa" um
meio benigno de propagar sua mensagem, usando a mesma ferramenta que os
criadores do vírus descobriram ser a mais contagiosa: o e-mail.
E como aconteceu com Melissa, você poderá ainda atrair a atenção
da mídia impressa, que ajudará a levar sua mensagem ainda
mais longe. Se você ainda duvida da eficácia deste meio de
comunicação, tenho um argumento simples que irá convencê-lo:
o artigo que acaba de ler começou seu itinerário como um
simples e-mail!
(*) Mário
Persona é consultor, escritor e palestrante. Esta crônica
faz parte dos temas apresentados em suas palestras. Edita o boletim eletrônico
Crônicas
de Negócios e mantém endereço
próprio na Web, onde seus textos estão disponíveis. |