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Artigo escrito em 1999
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/15/02 13:24:34
Hackers por acaso 

Mário Persona (*)
Colaborador

O jornal Gazeta Mercantil publicou uma matéria sobre segurança nos sistemas de informação das empresas. Segundo pesquisa feita pela Módulo, 34% das empresas atribuem a funcionários a violação de seus sistemas. Um número suficiente para tirar o sono de qualquer empresário.

Faz lembrar aquele desenho do Tom & Jerry, onde o rato entra na casa para fugir do gato e rapidamente prega uma dúzia de tábuas na porta para fechá-la pelo lado de dentro. Quando olha para trás, o gato está ali, bem atrás dele.

Se existe o risco de algum funcionário roubar suas informações ou sabotar seus sistemas, as empresas não podem se esquecer do hacker por acaso, aquele inocente funcionário que apagou o que não devia. Ou aquele joguinho do tipo "E o Vírus Levou", que transformou toda a memória de sua empresa em uma vaga lembrança.

Complicado - Não existe solução fácil para o problema, mesmo porque nunca se sabe quando acontecerá alguma ação destrutiva de origem interna, premeditada ou não. Daí a tendência mundial das empresas partirem para o outsourcing, a terceirização dos serviços de tecnologia da informação.

É comum, por exemplo, empresas da Inglaterra deixarem todo o processamento e hospedagem de seus dados aos cuidados de empresas de outsourcing na Índia, onde os custos são menores. E à medida que aumenta a rapidez na evolução da tecnologia da informação, terceirizar um serviço que tem um alto grau de obsolescência homem-máquina pode ser a melhor saída para reduzir o custo com reciclagem de pessoal e atualização de equipamento.

Apesar do horror que têm alguns empresários de que seus dados passem a noite fora de casa, é inevitável que a disseminação da computação em rede venha a extinguir a mentalidade de processamento de dados do tipo daqui-não-saio-daqui-ninguém -me-tira. Enquanto isso, empresas que logo passariam a necessitar de um novo departamento - o de policiamento da informática - podem se dedicar àquilo que sabem fazer bem: produzir.

(*) Mário Persona é consultor, escritor e palestrante. Esta crônica faz parte dos temas apresentados em suas palestras. Edita o boletim eletrônico Crônicas de Negócios e mantém endereço próprio na Web, onde seus textos estão disponíveis.