Hackers por acaso
Mário Persona (*)
Colaborador
O jornal
Gazeta
Mercantil publicou uma matéria sobre segurança nos sistemas
de informação das empresas. Segundo pesquisa feita pela Módulo,
34% das empresas atribuem a funcionários a violação
de seus sistemas. Um número suficiente para tirar o sono de qualquer
empresário.
Faz lembrar aquele desenho do Tom &
Jerry, onde o rato entra na casa para fugir do gato e rapidamente prega
uma dúzia de tábuas na porta para fechá-la pelo lado
de dentro. Quando olha para trás, o gato está ali, bem atrás
dele.
Se existe o risco de algum funcionário
roubar suas informações ou sabotar seus sistemas, as empresas
não podem se esquecer do hacker por acaso, aquele inocente
funcionário que apagou o que não devia. Ou aquele joguinho
do tipo "E o Vírus Levou", que transformou toda a memória
de sua empresa em uma vaga lembrança.
Complicado - Não existe
solução fácil para o problema, mesmo porque nunca
se sabe quando acontecerá alguma ação destrutiva de
origem interna, premeditada ou não. Daí a tendência
mundial das empresas partirem para o outsourcing, a terceirização
dos serviços de tecnologia da informação.
É comum, por exemplo, empresas
da Inglaterra deixarem todo o processamento e hospedagem de seus dados
aos cuidados de empresas de outsourcing na Índia, onde os
custos são menores. E à medida que aumenta a rapidez na evolução
da tecnologia da informação, terceirizar um serviço
que tem um alto grau de obsolescência homem-máquina pode ser
a melhor saída para reduzir o custo com reciclagem de pessoal e
atualização de equipamento.
Apesar do horror que têm alguns
empresários de que seus dados passem a noite fora de casa, é
inevitável que a disseminação da computação
em rede venha a extinguir a mentalidade de processamento de dados do tipo
daqui-não-saio-daqui-ninguém -me-tira. Enquanto isso, empresas
que logo passariam a necessitar de um novo departamento - o de policiamento
da informática - podem se dedicar àquilo que sabem fazer
bem: produzir.
(*) Mário
Persona é consultor, escritor e palestrante. Esta crônica
faz parte dos temas apresentados em suas palestras. Edita o boletim eletrônico
Crônicas
de Negócios e mantém endereço
próprio na Web, onde seus textos estão disponíveis. |