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Artigo escrito em 1999
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/15/02 13:14:46
Chega de jatobá 

Mário Persona (*)
Colaborador

A cada dia fico mais convencido de que a Internet não é uma corrida do ouro, um meio fácil de se ganhar dinheiro. É antes uma ferramenta essencial para os negócios de nossos dias, e precisa ser corretamente utilizada pelas empresas. Mesmo assim, cada vez mais ela se tornará seletiva, principalmente para aqueles que só estão enxergando a espuma. É importante perceber que o poder não está na espuma, mas na onda que a produz.

E quando falamos de Internet, é importante saber que é na área dos negócios entre empresas - no business-to-business - que ela está tendo o seu maior impacto. Por ser uma área estrutural, ela não é tão facilmente percebida por quem está na superfície. Embora costume tratar do assunto de modo bem-humorado, nem por isso deixa de ser algo sério, que deve ser muito bem ponderado pelos empresários. O estilo de crônica que utilizo facilita a digestão de temas que, de outro modo, poderiam ser extremamente chatos. Usar uma linguagem técnica demais teria o mesmo efeito que distribuir jatobá para os leitores.

Quem já comeu o fruto do jatobá sabe do que estou falando. Para quem ainda não experimentou, ele é mais parecido com um amendoim gigante, com casca dura e quase preta. Dentro há um miolo parecido com um pó grudento, cor verde-fralda e sabor idem. A casca é difícil de abrir, o miolo cheira a chulé e, quando levado à boca, gruda de tal modo que impede qualquer conversa. 

Sem jatobá - Procuro evitar que assuntos técnicos possam apresentar as características do jatobá aos leitores. Aliás, são características que deveriam ser afastadas de qualquer coisa que se refira a um relacionamento de negócios na Internet. Isto porque a cada dia se descobre que o relacionamento na Internet deve ser o mais pessoal possível. Devo escrever para você, não para mil pessoas. E a informação que eu passar não pode ser hermética, difícil de ser aberta. 

Ela precisa ter um conteúdo que traga prazer, que estimule o diálogo, que não amarre a boca do leitor. Ela precisa criar relacionamentos entre pessoas. Qualquer contato na Internet precisa ter o calor de um aperto de mão, ainda que seja um aperto de mão de negócios.

(*) Mário Persona é consultor, escritor e palestrante. Esta crônica faz parte dos temas apresentados em suas palestras. Edita o boletim eletrônico Crônicas de Negócios e mantém endereço próprio na Web, onde seus textos estão disponíveis.