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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 30/11/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/05/00 11:22:36
TECNOLOGIA
DVD? Já era! 

FMDs e FMCs são apresentados hoje (30/11/1999) e chegam ao mercado em 2000

Carlos Pimentel Mendes
Editor

Deixe que os estúdios de Hollywood brinquem com os direitos autorais e seus conceitos de zoneamento do mundo para distribuição de filmes. Esqueça os mestres noruegueses de engenharia reversa e seu recem-anunciado programa que decodifica e libera cópias de DVDs. Em poucos meses, tudo isso será passado, mesmo que a tecnologia do DVD mal tenha aportado nas lojas e nos lares brasileiros. E prepare-se para conhecer duas novas siglas: o FMD e o FMC, relativas ao Disco ou Cartão de Múltiplas camadas Fluorescentes. 

O disco custará tanto como um CD comum (pouco mais que R$ 1,00 por unidade) e armazenará pelo menos 140 gigabits de informação – o mesmo que 220 CDs –, e o cartão (marca registrada ClearCard), com as dimensões dos atuais cartões de crédito, permite armazenar ao menos 20 GB (mais do que a soma de 31 CDs atuais). A tecnologia estará sendo demonstrada hoje (30/11/1999) pela primeira vez no The Fairmont Hotel, em San Jose (California/EUA) pela empresa C3D Inc. e a produção industrial deverá começar em 2000.

A C3D tem escritórios em Nova Iorque, Florida e California, e laboratórios em Israel, Rússia e Ucrânia. As pesquisas foram conduzidas por um grupo de cientistas internacionalmente rnomado que já tem 40 patentes internacionais e aplicações no campo do armazenamento ótico de informações, segundo explica a empresa em seu site Soluções de Armazenamento de Informações para a Era Espacial.

Tecnologia – Enquanto nos discos compactos (CDs) a gravação e leitura são feitas numa só camada, o disco DVD representava uma evolução, ao permitir a gravação/leitura em camada dupla e dos dois lados. O FMD e o FMC permitem a gravação/leitura em pelo menos dez camadas na mesma face do disco. O feixe de raios laser pode ser direcionado para gravar ou ler dados numa determinada camada, como se todas as demais acima dele não existissem.

Duas vantagens extras são prometidas pela C3D: ela vai demonstrar, pela primeira vez nessa indústria, lasers pulse-diode que passam pelo teste crucial de 10 mil horas de performance contínua, um padrão exigido para as aplicações industriais. Além disso, amplos campos de informação poderão ser procurados e lidos simultaneamente. Adicionalmente, como a tecnologia é extremamente jovem, há muito aperfeiçoamento a ser feito, tanto na capacidade de armazenamento como na velocidade de acesso. As próximas gerações do FMD, por exemplo, deverão permitir capacidades na ordem de 1 terabyte, e já estão sendo planejadas versões graváveis (RAM) tanto do cartão como do disco.

A manufatura é ainda mais simples que a do CD ou DVD, pois ele não necessita de uma camada de material refletivo – o disco é completamente transparente. Com nove vezes mais possibilidade de armazenamento que a máxima capacidade de um DVD, o FMD pode conter mais de 20 horas de vídeos no formato HDTV (televisão de alta definição) comprimido. Os atuais equipamentos para fabricação de CDs e DVDs podem ser adaptados facilmente e sem grandes custos para usar a nova tecnologia, e os leitores de FMD manterão a compatibilidade com os atuais formatos de CD e DVD.

Produtos – O disco FMD-ROM será inicialmente produzido com 120 mm e dez camadas, totalizando 140 GB. Haverá uma versão compacta do disco, o FMD Microm WORM, que permite ao usuário selecionar a informação a ser gravada. O modelo inicial terá diâmetro de 30 mm e dez camadas, com 4 GB de capacidade, e sua produção objetiva o uso em aparelhos como laptops e computadores de mão, câmeras digitais e gravadores/reprodutores de vídeo, que necessitam de leveza, alta capacidade de armazenamento e rápido acesso aos dados. A tecnologia é considerada ideal para cópia (download) de informações da Internet.

O cartão FMD ClearCard ROM permitirá acesso às informações em velocidade superior a 1 GB/segundo, sendo a primeira vez na história do armazenamento ótico que se torna fácil produzir e distribuir facilmente produtos com tal tecnologia, resistente a todo tipo de impactos, de uso simplificado e baixo custo (ao ponto de os cartões serem descartáveis). 

As novas aplicações que eles permitem vão desde games até livros eletrônicos (e-books), arquivos e sistemas de navegação. O cartão também poderá ser usado em muitas das aplicações que atualmente utilizam discos. O modelo planejado para a produção inicial tem densidade de 400 MB/cm², com 20 camadas e capacidade para mais de 10 GB, ou seja, o equivalente a 12 DVDs atuais gravados de apenas um lado, mas com uma fração do custo e tamanho.

Já o cartão ClearCard WORM, que permite ao usuário selecionar a informação a ser arquivada, permitirá escrita e leitura usando um poderoso semicondutor pulse laser. A produção inicial planejada é de um modelo no tamanho de um cartão de crédito com 10 camadas e mais de 1 GB de capacidade.

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