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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 28/9/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/05/00 08:57:11
Bips 

Bolinho santista – Em sua coluna semanal na Internet sobre comércio eletrônico, comenta o especialista Mário Persona, conforme transcrevemos: "O último exemplar da Technology Review, produzida pelo MIT e dedicada às últimas tendências tecnológicas, traz um artigo escrito por Pascal Zachary sobre o futuro dos negócios na Web. O autor, que também escreve para o Wall Street Journal, vê um quadro desanimador."

O texto continua, transcrevendo as declarações de Zachary: "Sou pessimista quanto a negócios alicerçados unicamente na Web. Os próximos anos assistirão ao naufrágio de muitos deles. Companhias virtuais falidas e ações da rede sem valor algum devem assinalar o fim de uma era, ao mesmo tempo que negócios não virtuais bem administrados aproveitarão as vantagens do e-commerce, independente do rumo que este tome."

Mário Persona prossegue em seu comentário: "Creio que, se isto acontecer, será por ainda existir espaço para se vender sonhos na Web. Com todo o entusiasmo gerado por empresas de sucesso Internet - na verdade muitas delas fazem mais sucesso na bolsa do que nas vendas - os investidores se tornaram receptivos a projetos que tenham um [.com] no nome.

"Mas muitos deles, hoje ávidos pelo lucro rápido e fácil, terão uma surpresa quando descobrirem que investiram em negócios sem qualquer conteúdo palpável. Me faz recordar um bolinho de camarão que comprei em um bar quando estudava em Santos. Na vitrine, o bolinho era enorme. De um lado saía a cabeça do camarão e do outro o rabo. Quando mordi o meio, só havia massa."

É com bolinhos assim que se vai (des)fazendo a fama de uma cidade... Valeria até uma reflexão sobre as conseqüências negativas a longo prazo dessa tendência de lucro imediatista de parte do empresariado. Da mesma forma como o colunista não esqueceu o bolinho santista, e - a exemplo da tradicional estatística do cliente insatisfeito versus cliente satisfeito - anos depois ainda comenta como foi mal atendido, quantos outros não estarão falando, mundo afora, dos aspectos negativos da cidade, e assim anulando os (raros) esforços de atração de negócios e riquezas para a região...

Voto eletrônico – Já está sendo reconhecida no Congresso Nacional e na comunidade científica, bem como nos meios militares, a necessidade de mudanças nos requisitos de segurança das urnas eletrônicas usadas nas eleições. Embora já não haja tempo para introduzir mudanças nos equipamentos a serem usados nas eleições dos próximos anos, elas deverão ser incorporadas já nas eleições seguintes.

A campanha para a correção nas falhas de segurança foi iniciada em Santos pelo engenheiro Amilcar Brunazo Filho e divulgada pela primeira vez na edição de Informática de 15/10/1996. Segundo ele, há pelo menos dois pontos básicos: faltam garantias contra uma fraude no programa de computador que desvie parte dos votos para um dos candidatos, e contra a possibilidade de se identificar em quem o eleitor votou (como o número de seu título eleitoral é colocado na urna para liberar a votação, é simples cruzar os dados da votação com os números dos títulos e assim saber em quem o eleitor votou, o que quebra um preceito constitucional, o sigilo do voto).

Durante debate ocorrido nos últimos dias em dependências do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos (SP), as comunidades científica e militar puderam perceber claramente as dúvidas apresentadas, concordando com a necessidade de se mudar o processo. Ao mesmo tempo, em Brasília, os senadores votaram favoravelmente às mudanças pleiteadas, na semana passada. 

Agora, as empresas que participaram das concorrências para a confecção das urnas eletrônicas serão convidadas a apresentarem protótipos de equipamentos adequados às novas exigências de segurança. Curiosamente, o Tribunal Superior Eleitoral, que deveria ser o primeiro a zelar pelo sigilo do voto e pela lisura nos processos eleitorais, tem fugido aos debates e aos esclarecimentos solicitados...

Vírus – Se você receber alguma mensagem circular com alerta de vírus, citando "nós da IBM" ou de outra empresa conceituada de informática e pedindo que você a retransmita "para quantas pessoas puder", simplesmente ignore: é falsa. Ninguém da IBM, da Sun ou da Microsoft sai por aí dizendo para você enviar mensagens para os outros. Creia, se um dia eles resolverem fazer um alerta, simplesmente reúnem a imprensa, comunicam o fato e horas depois você vai ficar sabendo por televisão, rádio, jornais e revistas. 

Mais: não existe vírus impossível de ser detectado (se assim fosse, o próprio autor do alerta não poderia detectá-lo...). Colabore para a limpeza das caixas postais eletrônicas: mande tal mensagem diretamente para a lata de lixo, que é o lugar dela!