Bips
iPC – O leitor santista/californiano
William Peel Poulin conta, via e-mail, que "picaretagem existe em
todo o mundo. Nos Estados Unidos, a Future Power, uma pequena montadora
de PCs, teve a cara de pau de roubar o design patenteado
pela Apple e fazer um iMac versão PC (ou poderíamos dizer
um iPC?). Por dentro, ele traz um processador Celeron de 466 MHz, CD-ROM
Sony 40x, modem 3Com de 56 Kbps V.90 e 64 MB de SDRAM. Também traz
duas portas USB, é claro, além de um disco de 6,4 GB Ultra
DMA, slot PCI, drive de disquete, placa de vídeo Diamond
Multimedia 8 MB 3D AGP e monitor de 15 polegadas embutido. Tudo isso pelo
impressionante preço de US$ 799.
"Seria ótimo para a turma
dos PCs e para a própria Future Power, se o design da máquina
não fosse completamente chupado do iMac, do sistema de ventilação
ao botão circular de força, e dos cabos translúcidos
ao teclado levemente arqueado. Só faltou mesmo a alça do
iMac, porque o resto está tudo lá. O E-power está
sendo apresentado na Expo PC, que está acontecendo esta semana (N.E.:a
semana passada - 6/1999) em Nova Iorque. Os
advogados da Apple já apareceram no estande e disseram que vão
processar a Future Power por violação dos direitos de patente.
"Os representantes da pequena empresa
reconhecem que roubaram o design da Apple e responderam as questões
de como iriam ganhar o processo com frases desse tipo: 'Sabem por quê
eles não podem nos processar? Porque há uma grande diferença:
nossa máquina tem disquete!'. Eles ainda disseram que o mouse
não é redondo que nem o do iMac, tentando mostrar as 'evidentes
diferenças' do produto que, não estranhamente, estará
disponível em cinco cores: rubi, topázio, safira, esmeralda
e ametista. Os próprios funcionários da Future Power divergiam
na hora de dizer quando o E-power será lançado, falando em
datas como outubro, começo do ano que vem e 'em breve estará
numa rede de mais de 500 revendedores'. Se depender da Apple, não
vai não".
Grande Irmão –
Parabenizando Informática pela edição anterior,
que chamou a atenção pela geladeira
"internética", o leitor Amilcar Brunazo Filho destaca a sátira
publicada em Bips sobre o Big Brother e a invenção
cubana: "Seu estilo tem evoluído e seus textos estão se tornando
pequenas peças de valor literário. Com um humor leve, sutil
e refinado (bem informado).", cita em seu e-mail, que tem como subject
"Cozinha dos Jetsons". Gracias...
"Quanto a questão da cozinha
e banheiro internetizados - continua ele, seguindo o tom do texto
citado - achei ótima a idéia de enviar um alerta pela Internet
para que as geladeiras e fogões bloqueiem (deletem?) as comidas
estragadas. Aí um hacker poderá enviar comando que
faça as geladeiras jogarem todas as comidas na lixeira... (esta
história vai longe...)
"Você reparou que peças
de ficção cientifica (livros de bolso e até filmes)
relativamente recentes (de 10 anos atrás) estão ficando surpreendentemente
desatualizados, prevendo pro futuro costumes que já estão
sendo abandonados hoje?", completa.
Sim, a ficção científica
é sempre um exercício de futurologia, mas o nosso futuro
é mudado a cada instante. Assim, o mesmo Júlio Verne que
previu em detalhes como seria a viagem à Lua e o funcionamento do
submarino atômico, mais de cem anos atrás, também cometeu
a previsão de uma Paris com trânsito congestionado de aerocarros
(no ensaio "O dia de um jornalista americano em 2889", onde previa o uso
do videotelefoto (misto de videofone e fax), mas não o uso de um
gravador cassete...)
Nike I – "A respeito de artigo
publicado na seção Informática do dia 27
de abril, gostaríamos de esclarecer que não existem
trabalhadoras de minorias lésbicas muçulmanas com L.E.R.
acorrentadas às máquinas costurando tênis Nike. A Nike
não tolera uso de trabalho forçado em nenhuma de suas fábricas
sub-contratadas. Todas as fábricas que produzem calçados,
vestuário ou equipamentos Nike devem cumprir um Código de
Conduta da empresa que estabelece várias normas, dentre as quais
a proibição expressa de uso de trabalho forçado. Existe
monitoramento periódico em cada fábrica realizado pela empresa
de auditoria independente Pricewaterhouse Coopers, para assegurar que esta
e outras normas do Código de Conduta sejam cumpridas. A Nike inclusive
é líder na melhoria de condições de trabalho
na Ásia e tem trabalhado com diversas organizações
não governamentais e de direitos humanos em projetos para aperfeiçoar
continuamente as práticas trabalhistas.
"Gostaríamos que os leitores
do jornal A Tribuna tivessem acesso às informações
corretas sobre o tema e estamos à disposição para
esclarecimentos necessários no tel. (011) 7295-0145", completa o
e-mail
enviado pela gerente de comunicação da Nike do Brasil, Kátia
Gianone.
Nike II – Kátia se
refere a um trecho de uma sátira divulgada por e-mail circular
e reproduzida nesta coluna, e que imitava os onipresentes falsos alertas
de vírus (fakes) que infernizam os usuários da Internet.
O autor do satírico fake, entretanto, citou a Nike por existirem
muitas mensagens na rede com denúncias de exploração
de trabalhadores, referindo-se principalmente a empresas de origem coreana,
e o próprio exagero da denúncia, misturando alhos com bugalhos
("...lésbicas muçulmanas com L.E.R. ..."), já servia
como alerta ao leitor de que se tratava de uma peça humorística.
Enquadrar as atividades das empresas
nos padrões cada vez mais altos de defesa ecológica e humana
é um problema que aflige muito empresário sério na
atualidade: por mais que existam normas internas severas para que a empresa
se enquadre nesses padrões, basta que os ativistas descubram um
pequeno fornecedor de produtos e serviços fora desses padrões
para que todo o trabalho da empresa seja atacado. Daí a tendência
crescente em todo o mundo de se criar monitoramentos que atinjam também
os fornecedores e subcontratados, como o citado pela Nike. |