TCO
Quando a rede cai,
o business é que fica
fora do ar
Custo Total de Propriedade
vai além do desktop: envolve toda a empresa
Ricardo Brognoli (*)
Colaborador
Assunto
bastante em moda no mercado de informática, o Custo Total de Propriedade
(TCO - Total Cost of Ownership) é um conceito bastante complexo
e que vai muito além do computador de mesa que está na nossa
frente. Algum tempo atrás, o Gartner Group desenvolveu um estudo
sobre o TCO na computação e chegou à conclusão
de que esse conceito não envolve apenas o custo do equipamento -
workstations, servidores, software, suporte, atualização
de hardware e software, produtos de rede etc. -, mas também
custos ligados às atividades da empresa.
Diferentes versões de TCO
estão se desenvolvendo e incorporando os custos relacionados às
necessidades específicas dos ambientes corporativos, por exemplo
o tipo de trabalho realizado e as condições necessárias
para assegurar a confiabilidade, escalabilidade e crescimento do sistema.
E, a propósito, você já parou para pensar qual é
o custo de um banco com o sistema fora do ar durante uma hora?
Java – O interesse pelo TCO
veio à tona quando o modelo da computação baseado
em Java se propôs a reduzi-lo drasticamente, a princípio com
a administração centralizada das redes corporativas. Esse
interesse gerou uma guerra de análises de TCO em sistemas desktop.
Por conta disso, muitas empresas não consideram todas essas variáveis
em suas análises de TCO e ignoram o valor desses custos para o usuário,
tornando as pesquisas mais uma ferramenta de marketing do que a
representação da realidade. Uma das variáveis mais
importantes - e constantemente ignorada - é o custo de um sistema
parado.
Há muitos anos, empresas como
a Sun vêm contribuindo para fazer do Unix uma plataforma madura,
robusta e compatível com as aplicações de missão
crítica. Pesquisas recentes com usuários finais e analistas
apontam o sistema Unix como mais estável do que o Windows NT, da
Microsoft. E, mesmo se o Windows NT se aperfeiçoar e amadurecer
ao longo dos anos, o Unix continuará à frente. Por esta razão
é a plataforma preferida nas áreas de telecomunicações,
trading floors e em empresas de engenharia, onde o downtime
do sistema é inaceitável.
TI – Como uma plataforma robusta
e confiável pode causar impacto no TCO das empresas? Isso depende
da importância do sistema no gerenciamento dos negócios. O
conceito fundamental quando se avalia o TCO está nos custos ligados
à Tecnologia de Informação (IT - Information Technology)
das empresas, que não podem ser exclusivamente medidos por custos
diretos, gastos na compra de equipamentos e custos com funcionários
da área de tecnologia. Custos indiretos, como downtime da
rede (N.E.: período em que ela fica inoperante por falha) e de usuários
finais, também têm um impacto substancial no orçamento
de TI das empresas, assim como em seus negócios.
O downtime do sistema pode
ter um impacto significativo na linha de produção da empresa
- acarretando perda na produtividade, atraso no lançamento do produto,
clientes insatisfeitos, perda de lucros e aumento nos custos de sistemas.
Sem contar ainda que, quando a empresa sofre uma falha em software
ou hardware, perdem-se por completo os trabalhos que estavam sendo
desenvolvidos. Na pior das hipóteses, a empresa perde sua capacidade
de produzir. Os departamentos de TI são chamados para dar suporte
e os backups são ativados.
Engenharia – Um excelente
exemplo desse efeito pode ser observado nos processos de modelagem em engenharia.
Os engenheiros freqüentemente rodam programas pesados que levam horas
ou dias para serem processados. Se a estação de trabalho
falhar enquanto o modelo estiver rodando os cálculos, o engenheiro
pode ser forçado a começar tudo de novo. Isso pode significar
horas, dias ou semanas de trabalho perdido. E não representa apenas
perda de produtividade para o engenheiro, como pode também afetar
a produtividade de outros membros da equipe. Além disso, rodar novamente
uma aplicação atrasa os projetos subsequentes e afeta o lançamento
de produtos no mercado, para não falar do comprometimento com a
satisfação do cliente.
Há outras áreas onde
a empresa pode limitar o downtime do sistema com a adoção
de um sistema operacional robusto para os desktops. A companhia
pode migrar uma aplicação de missão crítica
para um servidor HPC (high performance computing - computação
de alta performance) e server farms (conjuntos de servidores). Nesse
exemplo, clustering e sistema de tolerância a falhas podem
reduzir o tempo de downtime. No desktop, a expansão
do sistema e sua escalabilidade são importantes para se evitar falhas
de memória. E finalmente, processadoes mais rápidos e aplicações
sintonizadas permitem que os trabalhos sejam finalizados em tempo, limitando
o impacto de imprevistos de downtime ou a reinicialização
do sistema.
As empresas devem ter sempre em mente
o risco de falhas em seus sistemas. Um modelo de TCO precisa levar em consideração
o custo do downtime do sistema e o impacto decorrente desse problema. E
lembre-se: não foi a rede que caiu, são os negócios
que estão fora do ar.
(*) Ricardo
Brognoli é gerente de produtos da Sun Microsystems do Brasil. |