Os fãs de simuladores de helicópteros já contam com o Enemy Engaged: Apache Havoc, que começou a ser distribuído em março no Brasil pela Greenleaf, com caixa e manual traduzidos para nosso idioma. No exterior, o jogo já é considerado um dos lançamentos mais importantes de 1999 e um dos melhores do gênero no mundo, conforme título conferido aos programadores da Razorworks (criadores de Apache, iF-16, Hind e Tornado e coligados com a produtora de jogos Empire Interactive).

É que a Razorworks pesquisou os concorrentes no mercado e descobriu uma falha significativa nos demais títulos: os simuladores de helicópteros usam as mesmas plataformas gráficas desenvolvidas para os simuladores de aviões, deficitárias na criação de relevos realistas quando o jogador está voando em baixas altitudes. Este fato pode ser conferido quando um avião é abatido e, à medida que perde altitude, as belas montanhas se transformam em pontos gigantescos na tela. 

Como helicópteros são veículos criados especialmente para combates de baixa altitude, a Razorworks desenvolveu um sistema gráfico que realmente funcionasse, dando ao jogador a sensação de realismo que não existe nos outros simuladores. Foi assim que os programadores desenvolveram o "terreno esculpido".

O processo é bem simples: ao invés de trabalhar com um número fixo de polígonos por objeto, a plataforma gráfica de Apache Havoc automaticamente elimina os polígonos excessivos nas áreas onde o terreno é plano ou necessita de poucos detalhes e os distribuí em áreas onde os detalhes são mais importantes. Para exemplificar, é como se uma árvore localizada a quilômetros de distância fosse criada com apenas dez polígonos e uma segunda árvore, localizada a 100 metros, fosse constituída de 300 polígonos. 

Assim, a produtora conseguiu criar um relevo detalhado que permite missões realistas, onde os helicópteros fazem a diferença: voando na altura das árvores, desviando de prédios, bombardeando instalações, fazendo sobrevôos rasantes em leitos e rios. E, o melhor, tudo isso sem sacrificar a velocidade do jogo.

Refinamento – Para deixar o ambiente de Apache Havoc ainda mais interessante, todos os cenários são baseados em localidades verdadeiras e reconstruídos em 3D com precisão. Os mapas do jogo são gigantescos, com aproximadamente 500x500 km! Só para fazer uma comparação, seu concorrente mais forte tem mapas com apenas 50x50 Km.

O tamanho enorme dos mapas é justificado pela natureza dinâmica das campanhas de Apache Havoc. A Razorworks decidiu inovar e desenvolveu um gerador de campanhas que, ao contrário dos outros simuladores, cria sempre situações diferentes em cada partida, garantindo que os desafios sejam sempre renovados.

Nesse enorme cenário de guerra, todos os eventos ocorrem em tempo real. Assim, o jogador pode se escolher em qual das missões simultâneas quer se engajar, pois pode acontecer de enquanto um grupo de ataque inicia uma ação para distrair as forças inimigas, investindo contra um grupo de blindados, outros helicópteros de seu time partem para cima de instalações inimigas desprotegidas de infantaria mecanizada. 

Em meio a tudo isso, o jogador pode ainda optar por uma terceira missão, para treinar o uso dos comandos, como uma rotineira patrulha de reconhecimento do espaço aéreo. E o próprio desenrolar dos eventos criará automaticamente novas e diferentes missões, como escoltas, apoio ou reabastecimento, como numa guerra real.

Mais de 60 tipos de veículos em terra, mar e ar estão presentes nos cenários de guerra (mais que em qualquer outro simulador), todos construídos com alto nível de detalhes (repare no cuidado extremo dos programadores em recriar os cockpits com alta resolução, cada um é constituído de aproximadamente 110 mil polígonos). Aliás, o jogo apresenta dois simuladores em um, pois o jogador pode voar tanto no AH-64D Apache Longbow como no Mi-28N Havoc-B, cada um com características próprias, e as missões também são alteradas conforme a escolha do jogador, para refletir o papel de cada um dos helicópteros no conflito.

Se os aparelhos possuem até limpador de pára-brisa acionável, a poderosa plataforma gráfica permite surpreender o jogador: em poucos instantes, o que era apenas uma nuvem escura pode se transformar numa grande tempestade de raios.

Outros recursos: vários ângulos de câmera, níveis de dificuldade para atender desde os principiantes até os veteranos em simulação, suporte multiplayer (via conexão serial, modem, LAN e Internet) para até 30 jogadores participarem de missões inteiras, confrontando-se ou jogando em modo cooperativo, mapas menores para quem curte ação imediata em partidas deathmatch, efeitos sonoros de alta qualidade e diálogos em estéreo. 

E, como Apache Havoc apresenta um sistema de campanhas dinâmico, os jogadores de uma partida multijogador são sempre considerados elementos ativos na fase, mesmo quando pousam o helicóptero na base: se alguém permitir que o inimigo o siga durante o reabastecimento, se tornará alvo fácil e fatalmente acabará destruído, além de comprometer as posições de seus aliados.

O programa é compatível com Windows 95/98, requer Pentium 166 ou superior, 32 MB de RAM, leitor de CD-ROMs 4x, placa de vídeo compatível com Direct3D (requer placa aceleradora 3D de 4 MB ou superior), mouse compatível com Windows, 500 MB livres no HD, placa de som compatível com Direct Sound e os equipamentos adequados ao uso multijogador. Os produtores recomendam Pentium 233, 64 Mb de RAM e joystick compatível com DirectImput.