PROCESSADORES
Laboratório de pesquisa LatinChip
é criado para desenvolver protótipos nacionais
Instalações
funcionarão no campus da Universidade de São Paulo
Um acordo
para a instalação da LatinChip, primeira fábrica de
protótipos de chip destinada ao desenvolvimento de microeletrônica
e sistemas integrados no Brasil, foi assinado entre a Universidade de São
Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas, a Fundação
Centro Tecnológico para Informática (CTI, do Ministério
de Ciência e Tecnologia) e a Motorola, primeira parceira privada
a apostar no projeto. As novas instalações da LatinChip estarão
abertas a projetos educacionais e para pesquisa e desenvolvimento de universidades
latino-americanas.
A Motorola participa com investimentos
iniciais de aproximadamente US$ 1,3 milhão, envolvendo a doação
de equipamentos para a fabricação de circuitos integrados,
em instalações a serem construídas no campus
da USP. O acordo também garante investimentos para treinamento,
abrindo a possibilidade de intercâmbio de técnicos nos laboratórios
da Motorola nos EUA.
O projeto do LatinChip significa
o início de uma nova era na indústria latino-americana de
semicondutores, sendo o primeiro passo para a viabilização
do Programa de Integração de Sistemas de Informação
(Proisi), da USP, da Escola Politécnica e do Laboratório
de Sistemas Integráveis, que, ao longo de dois anos, deverá
receber investimentos na ordem de US$ 20 milhões, só para
as instalações.
Mais avançado – Segundo
Hector de Jesus Ruiz, vice-presidente executivo da Motorola Inc. e presidente
do Setor de Produtos Semicondutores, "o LatinChip disponibilizará
infra-estrutura de microeletrônica de última geração,
tornando-se o mais avançado ambiente educacional no mundo, fora
dos Estados Unidos, na área de semicondutores".
O responsável pela coordenação
da doação de equipamentos e ferramentas ao LatinChip é
o brasileiro Fábio Pintchovski. Vice-presidente do Laboratório
de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos de Semicondutores da Motorola
em Austin (Texas/EUA), Pintchovski comanda o desenvolvimento da mais avançada
tecnologia CMOS (complementary metal oxide semiconductor). Além
disso, ele e sua equipe serão consultores do projeto durante a construção,
e seus técnicos serão os responsáveis pelo programa
de intercâmbio de treinamento e capacitação de acadêmicos,
estudantes e profissionais latino-americanos que virão a gerenciar
e operar o Latin Chip.
Inicialmente, o LatinChip contará
com tecnologia de 0,8 mícron, permitindo a fabricação
de circuitos integrados com pelo menos um milhão de transistores.
Num prazo de cinco anos, pretende-se migrar para tecnologias ainda mais
avançadas, como a de 0,5 mícron e a seguir 0,35 mícron.
O LatinChip possibilitará
às indústrias e instituições latino-americanas
a obtenção de circuitos integrados dedicados por elas projetados
ou em cooperação com o centro de projetos da Motorola, visando
a prototipagem acelerada, validação e integração
de sistemas, agregando um grande conteúdo tecnológico aos
produtos desenvolvidos. "Como resultado, iremos aumentar o conhecimento
na área de semicondutores em todo o continente", explicou Pintchovski,
que, como ex-uspiano, está entusiasmado com a iniciativa.
"A idéia do LatinChip nasceu
há sete meses e agora se torna realidade. Isto prova o comprometimento
das partes envolvidas para o aprimoramento dos profissionais da América
Latina, visando o crescimento da alta tecnologia e o desenvolvimento da
economia. Dará aos estudantes da América Latina a real experiência
com processos e equipamentos de semicondutores avançados", acrescentou
Pintchovski, cuja equipe estará treinando nos Estados Unidos os
técnicos e estudantes que atuarão no projeto.
Soluções – O
LatinChip irá expandir as competências e a infra-estrutura
técnica das duas universidades, assim como do CTI. Para ilustrar
o tipo de soluções avançadas DigitalDNA que o LatinChip
trará para a pesquisa educacional, Hector Ruiz utiliza como exemplo
um micro-controlador, do tamanho de uma unha.
"Dentro de um chip deste tamanho,
que contém mais de 1,5 milhão de transistores, está
a inteligência necessária para controlar todas as funções
de seu aparelho de TV, como canais, cor, volume, tudo", explica Dr. Ruiz.
O micro-controlador foi desenvolvido no Centro de Tecnologia de Semicondutores
da Motorola, em Jaguariuna. O software para o chip foi criado
pelo novo Centro para Tecnologia de Software da Motorola, inaugurado dia
23/3/1999 em Santiago do Chile.
"Este é o conceito DigitalDNA
da Motorola, agora ainda mais enriquecido pela inovação e
tecnologia latino-americana. O mais importante para nós e que, com
este acordo os estudantes latino-americanos poderão desenvolver
e fabricar chips tão avançados quanto este, nas instalações
do LatinChip", acrescenta Ruiz.
O presidente da Motorola do Brasil,
Dante Iacovone, destacou a importância, para a Motorola, do trabalho
com as universidades brasileiras para a instalação do LatinChip
no campus da USP. "Com mais de 1.600 empregados no Brasil, a Motorola está
comprometida com o desenvolvimento de oportunidades educacionais que aprimorem
a formação de recursos humanos. O LatinChip trará
esta oportunidade e, com certeza, as vantagens serão compartilhadas
pela Motorola e toda a indústria de alta tecnologia na América
Latina", afirma Iacovone. |