TELECOMUNICAÇÕES
Novas formas de telefonia ganham
destaque na Telexpo'99
Mostra paulistana ocorreu
de 23 a 25/3/1999 no Expo Center Norte
Toda
a nação alemã pode se comunicar pelo telefone, usando
o micro, e pagando apenas a ligação local. Enquanto isso,
800 mil norte-americanos já entram na Internet através de
suas TVs a cabo, multiplicando por 500 a velocidade e pagando apenas a
tarifa única. Essas micro-revoluções são permitidas
pela Telefonia IP e pelo modem a cabo (cable modem). As fabricantes
Cisco, Trellis e Hypercom demonstraram na Telexpo'99 (realizada dias 23
a 25/3/1999 no pavilhão de exposições paulistano Expo
Center Norte) soluções completas para a imediata adoção
desses sistemas no Brasil.
"Não temos mais barreiras
tecnológicas, o que nos falta é uma legislação
que forneça parâmetros para tarifação e redefina
os agentes econômicos da noa era das telecomunicações,
ou seja, quem é operador de TV a Cabo, de Internet, de telefonia",
avisa Cassio Spina, diretor da Trellis, fabricante nacional de equipamentos
para comunicação.
A norte-americana Hypercom
lançou no Brasil os equipamentos da sua linha de gateways
IP.TEL 6000, que eleva a qualidade de voz trafegada como dado (em função
de sua técnica de compressão) e oferece 960 canais de voz.
É, assim, o primeiro equipamento que atende as provedoras de Internet,
transformando-as em operadoras plenas de sinais de voz, a partir de uma
tecnologia premiada, já estabilizada pelos testes internacionais.
Tarifa única – A nova
tecnologia IP (baseada no Protocolo Internet, IP) permite a criação
de uma tarifa única para ligações telefônicas
(até com incremento de imagens e webcams), não importando
se as ligações são interurbanas ou internacionais,
pois usa a estrutura de comunicações da Internet para ligações
comuns (mesmo com pequenas perdas de qualidade em voz e segurança
de informações). Com a "internetização" dos
telefones, espera-se a "internetização" dos preços.
Atualmente, o mercado norte-americano
de telefonia IP é de US$ 560 milhões, segundo o International
Data Corp. (IDC), concentrando-se em grandes companhias que montam o mesmo
dispositivo de transmissão e recepção em suas várias
filiais. O crescimento esperado pelos institutos de pesquisa é explosivo:
a Forrester & Sullivan aponta um montante de US$ 1,89 bilhão
para 2001 e projeta perdas de até US$ 950 milhões para a
empresa de telefonia AT&T só em ligações internacionais
para os EUA no mesmo ano. Já a Forrester Research estima que 420
das maiores corporações norte-americanas estão em
condições de construir sozinhas suas telefonias IP até
o ano de 2004, causando um prejuízo de US$ 3 bilhões para
as operadoras tradicionais de telecomunicações.
No Brasil, todas as operadoras de
TV paga a cabo - que somam cerca de 2 milhões de usuários
- já iniciaram seus testes com a nova tecnologia. Além do
lançamento do modem a cabo da Trellis, a Telexpo registrou a exposição
de concentradores e cable-roteadores da Cisco. O equipamento da trellis
vai equipar os assinantes da TV a Cabo e os da Cisco transformam as operadoras
de TV a Cabo em provedoras de Internet.
Como toda a solução
(das duas empresas) é bi-direcional (os usuários também
acessam e enviam dados), o internauta brasileiro por TV a Cabo (está
surgindo o neologismo TVnauta...) vai receber dados em 30 Mbps e enviar
em 6 MBbps, trazendo a velocidade de transmissão da TV para a Intrernet:
ou seja, instantaneidade, que derruba os custos em dez vezes para aqueles
que acessam todo dia, pois a ocupação de linhas ou cabos
será muito menor.
A estrutura brasileira de cabos coaxiais
e fibras óticas necessitará pequenas mudanças, o que
significa que não mais existem barreiras físicas para a adoção
imediata dessa tecnologia. Para se ter uma idéia, em apenas meio
ano de existência nos EUA do padrão aberto de mercado de cabo,
já são 800 mil os TVnautas naquele país. A própria
Cisco já conta mais de 400 equipamentos instalados em operadoras,
com grandes sistemas ainda no Canadá, China, Taiwan e Europa. Hoje
existem cerca de 1,15 milhão de internautas brasileiros considerados
usuários pesados, segundo a última pesquisa Ibope.
Ainda na Telexpo, a empresa Attachmate,
especializada em tecnologia de acesso ao mainframe, apresentou um novo
conceito de soluções que permitem às operadoras telefônicas
a rápida implementação de uma estrutura de serviços
via Web, tanto para uso interno (em sistemas intranet), como para ligações
com fornecedores (em extranets) ou para o público em geral (pela
Internet). Na mostra, apresentou uma estrutura completa de consultoria
para esse mercado, o Attachmate Consulting Services (ACS).
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