Com desempenho 114% superior e acréscimo de preço de 4% em relação ao antecessor Deep Blue, está sendo apresentado ao mercado neste final de semana o novo supercomputador RS/6000SP da IBM, que poderá ser recebido pelos clientes no Brasil já no final de 3/1999, dependendo do desembaraço alfandegário de seus componentes.

No coração do sistema SP da IBM está o microprocessador Power3, sucessor direto do super-chip Power 2 que estava dentro do Deep Blue, o computador que venceu o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov há dois anos. O chip Power3 pode executar até dois bilhões de operações por segundo, o que é mais que o dobro da capacidade de processamento numericamente intensivo de seu antecessor.

Aplicações – Embora tenha sido originalmente voltado para aplicações como programas de análise e simulação das indústrias aeroespacial, automotiva e farmacêutica, o chip Power3 de 64 bits ultrapassa suas barreiras de projeto, levando também sua capacidade de data-mining a clientes do ambiente comercial. 

A IBM é líder em business intelligence, conceito que envolve a transformação de dados em informações que podem ser usadas para tomada de decisões e conquista de vantagem competitiva no mercado. Outro conceito usado no setor, deep computing, refere-se à capacidade das empresas de utilizar níveis inéditos de poderio computacional, software avançado e algoritmos sofisticados para resolver problemas complexos, e para entender e obter conhecimento a partir de vastas quantidades de dados.

O SP é um sistema altamente escalável, formado de módulos denominados nós. Um SP pode consistir de apenas um ou dois nós, ou centenas deles. A escala do sistema aumenta praticamente em proporção direta ao seu tamanho. Cada nó contém um ou mais microprocessadores e sua própria memória RAM. A IBM comercializa diversos tipos distintos de nós, que podem ser combinados à vontade num sistema e usados em conjunto para trabalhos de computação intensiva, ou separadamente para tarefas menores. 

Por exemplo, uma universidade pode instalar diversos nós SP usando os microprocessadores 604e de 332 MHz da IBM como um servidor Web, pois estes chips têm excelente desempenho em computação comercial. Ao mesmo tempo, os pesquisadores da universidade poderiam utilizar nós Power3, que são otimizados para computação técnica-científica, para resolver problemas complexos em Química ou dinâmica dos fluidos. O SP permite que todos os nós sejam gerenciados a partir de um mesmo console, e que apareçam numa rede como um único sistema ou como múltiplos recursos computacionais.

O Power3, introduzido originalmente em outubro passado na mais poderosa estação de trabalho IBM, o 43P Modelo 260, é o mais avançado microprocessador da empresa e tem a capacidade de executar até oito operações por ciclo de clock. Nós Power3 podem ser adicionados a qualquer sistema SP existente ou usados para substituir nós previamente existentes. 

15 mil PCs – A capacidade de processamento do RS/6000 SP permite que ele seja considerado hoje o computador de maior desempenho do mundo - 15 mil vezes mais rápido que um PC atual. Em outubro de 1998, o vice-presidente norte-americano Al Gore anunciou a instalação do Blue Pacific (um computador SP com 5.856 processadores) no Departamento de Energia dos Estados Unidos, capaz de executar 3,88 trilhões de operações por segundo - o mais rápido supercomputador do mundo.

Além disto, ainda em 1999, será instalado o mais rápido computador do mundo para uso acadêmico no Centro de Supercomputação de San Diego, também nos EUA. Será um SP com mais de 1.000 microprocessadores Power3. No ano 2000, a IBM deverá instalar um SP para o governo dos Estados Unidos que terá mais do dobro da velocidade do sistema Blue Pacific.