Já estão definidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) as regras para os testes de acesso à Internet por meio das operadoras brasileiras de televisão a cabo. A entidade abriu uma consulta pública em outubro passado, a pedido das operadoras de televisão. As principais empresas e associações ligadas à área se manifestaram oficialmente. A Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet (Abranet) sugeriu que todos os provedores de acesso pudessem disponibilizar seus serviços via modem a cabo (cable modem), juntamente com as operadoras de televisão.

O período de consulta pública acabou em 12/1998 e os testes estão sendo iniciados agora. A Abranet se posicionou para evitar a possível ocorrência de cartéis, formados por provedores pertencentes a grupos de telecomunicações, que excluiriam de uma livre concorrência provedores de pequeno porte ou não ligados às TVs. "Os testes serão realizados de uma maneira democrática. Sairão favorecidos os provedores, por oferecerem um serviço de melhor qualidade; as operadoras de TV a cabo, por agregarem outro serviço ao seu produto; e o usuário final, por conseguir um serviço mais rápido e barato", disse o diretor-presidente da Abranet, António Tavares.

Os testes durarão seis meses e, a partir de então, o serviço estará regulamentado. "Cada operadora de TV poderá disponibilizar o acesso via cable modem para até três provedores nesse primeiro momento", diz o diretor vice-presidente da Abranet, Álvaro Marques. "Depois desse período, todos os provedores poderão utilizar a estrutura das empresas de TV para oferecerem seus serviços. Cada provedor escolherá a operadora que lhe proporcionar maiores vantagens. Com isso, o usuário final sairá ganhando".

Perfil – A Abranet foi fundada em dezembro de 1996, com 58 provedores filiados. Atualmente, mais de cem empresas estão associadas à entidade, que fornece apoio à implantação de provedores de acesso, serviços e informações, buscando o desenvolvimento da Internet no Brasil. A Abranet também lançou a campanha "Pornografia Infantil N@o" em parceria com o Ministério Público, recebendo denúncias de pedofilia via correio eletrônico.