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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 19/1/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:05:09
INFORMÁTICA
Empresas adotam remédios contra recessão 

Como expandir ou ampliar segmentos para compensar os efeitos recessivos

Alianças, investimentos em fábricas, joint-ventures, abertura de filiais. Essas são algumas das receitas executadas por empresas como Microtec, SAS Institute, Trellis, Compushop e Softtek para enfrentar os efeitos recessivos que encolhem alguns dos segmentos tradicionais de consumo de informática.

Uma aliança que resulta na construção de dois centros de excelência técnica (um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro) para desenvolvimento, treinamento e implantação de soluções de data-warehousing é a iniciativa tomada pela empresa internacional de software SAS Institute e pela multinacional de consultoria Softtek. A parceria já objetiva incrementar os negócios com algumas das maiores empresas de telecomunicações em atividade no Brasil e reforçar as opções para o mercado de automação bancária.

"Data-warehouse é a nouvelle vague (nova onda) depois da epidemia ERP (enterprise resource planning - planejamento dos recursos empresariais) e o desarme da bomba-relógio ano 2000", explica André Leite, diretor da Softtek. "Essa parceria já está montando sistemas de apoio à decisão (o que incrementa ações de marketing) para empresas como Net Brasil, Globocabo, Ecisa/Egec, Esso, CSN, e estamos apoiando o SAS em grandes projetos como o do Banco Itaú", conclui.

Mercado virgem – Já a Microtec optou por uma joint-venture que a une à israelense ITP para a fabricação no Brasil de equipamentos educacionais. A Microtec vem desenvolvendo soluções completas para o mercado de escolas desde o início do segundo semestre e coroa seus investimentos (estimados em R$ 1 milhão) com o contrato de transferência de tecnologia que irá permitir nacionalizar equipamentos como coletores de dados especiais para pedagogia, gerenciadores de salas de aula e softwares totalmente traduzidos para o português". 

"Estamos entrando em um mercado absolutamente virgem. Estimamos que apenas 4,2% das escolas particulares brasileiras estão totalmente automatizadas, e que apenas 1,2% das nossas escolas públicas possuem algum recurso de informática. Nossa expectativa de faturamento indica R$ 40 milhões em 99 com esse segmento", explica Vicente Soares, vice-presidente do Grupo Vitech América, controlador da Microtec.

Nova fábrica – Investir em ampliação dos índices de produção e em uma nova fábrica é a resposta frontal da Trellis para espantar a recessão e a crise especial que amedronta fabricantes de fax/modem no mundo todo. A empresa está finalizando um investimento total de US$ 370 mil em operações que irão aumentar em 40% sua capacidade produtora, elevando-a para 20 mil unidades ao mês, e alocá-la em nova fábrica que irá ampliar o espaço total da empresa de 650 m² para 1.000 m². 

A partir deste mês (1/1999 - data estimada para o término de todas as implementações) a Trellis estará fabricando 20 mil unidades de equipamentos fax/modem, além de produtos para redes fast ethernet como hubs, switches, placas de redes etc.

"O setor está enfrentando uma crise específica que agrava os efeitos recessivos sinalizados por várias regiões mundiais, e encontra motivos na aceitação lenta por parte dos consumidores das novas tecnologias de transmissão a 56 kbps. Apesar disso, a Trellis está conhecendo uma elevação de seu faturamento de 21%, o que faz crescer nossas receitas este ano para US$ 10,5 milhões", afirma Cassio Spina, diretor dessa empresa.

Califórnia brasileira – Expandir mercados regionais é a resposta da Compushop para a fatal retração de consumo. A rede de revendas inaugurou sua quinta filial, desta vez no interior paulista, na região de Ribeirão Preto. Os investimentos iniciais são da ordem de R$ 100 mil e o retorno esperado em vendas é de aproximadamente R$ 5 milhões para este ano. A iniciativa se justifica pelos números da região que já foi chamada de Califórnia Brasileira: renda per capita de US$ 5 mil, cerca de dois milhões de habitantes (em 80 cidades), aproximadamente 1.300 indústrias e 12.900 estabelecimentos comerciais, além de aglutinar a produção de 20% do açúcar e 32% do álcool combustível do Brasil.

"A região se assemelha, em índices econômicos, à de Salvador, na Bahia, que já representa 10% do faturamento da rede", informa Ulisses Lima, diretor da Compushop. Os investimentos totais da empresa em 1998 remontaram a R$ 1,5 milhão e seu faturamento também apresentou crescimento expressivo, passando de R$ 35 milhões em 1997 para mais de R$ 45 milhões em 1998.