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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 8/12/1998.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:04:05
Bips

Recorde em USB – As portas padronizadas Universal Serial Bus (USB) que começam a equipar os computadores, em lugar dos antigos conectores seriais de todos os tipos, registraram um recorde na Comdex/Fall 98, em novembro (N.E.: de 1998): 111 periféricos conectados simultaneamente a um só PC. Essa realização foi submetida à consideração do Livro Guiness de Recordes Mundiais (o recorde anterior, de 9/1998, foi registrado no Intel Developer's Forum, com 101 dispositivos conectados com sucesso a um PC. Entre os dispositivos, estavam desde o inevitável mouse, os joysticks e teclados, até alto-falantes digitais e sistemas de videoconferência. No próximo ano, o mercado de USB deve finalmente começar a explodir, com o lançamento de novos produtos conectados dessa forma, segundo o USB Implementers Forum, que apresenta uma lista atualizada no site.

Não vende – A Natura Cosméticos deixa bem claro: NÃO vende seus produtos via Internet. Com 210 mil consultore(a)s espalhados pelo Brasil, e acreditando no atendimento personalizado como a maneira mais adequada do consumidor final entrar em contato com os seus produtos, a Natura deixa seu site apenas para divulgar suas ações na área social ou facilitar o contato com o(a)s consultore(a)s. O anúncio em contrário partiu de uma loja virtual de cosméticos, Beleza Shop, que não tem qualquer ligação com a Natura.

Música bichada? –  Não, garante a Network Associates do Brasil. Seu laboratório Anti Virus Emergency Response Team (Avert) verificou ser falso o alarme de vírus Bloat, que utilizaria uma nova tecnologia de propagação através de arquivos de música MP3 (e também via arquivos EXE). Não existe nem o vírus e nem a possibilidade de contágio ou de propagação através dos arquivos MP3, pois eles são compostos apenas por dados compactados de som.

Últimas do Bug – Está começando a temporada de anúncios de empresas que se livraram do Bug do Milênio. Lojas Brasileiras e Marisa informam, por exemplo, que depois de oito meses de trabalho intenso, concluíram dia 30/11 a adequação de seus computadores, num investimento de R$ 150 mil, incluindo consultas aos fornecedores e serviços terceirizados, para que também estejam preparados.

Valor bem pequeno, diante de perspectivas de indenizações de até US$ 1 trilhão por problemas causados pelo Bug, nos Estados Unidos, como lembra a Fundação Vanzolini (entidade sem fins lucrativos ligada à Poli/USP), que criou a norma de referência NRY2K para avaliar os procedimentos de conversão, nos moldes da ISO 9000 e do modelo CMM (Y2K é Ano 2 Mil, apelido inglês desse bug). O objetivo da norma é identificar como foi desenvolvido o trabalho de adequação ao Bug, garantindo que todas as etapas foram devidamente cumpridas, e servindo como documento comprobatório para casos de processos judiciais.

Também a gaúcha Potenza desenvolveu metodologia e acredita em rápida expansão dos negócios, pois "as empresas têm até no máximo fevereiro de 1999 para iniciar o processo de conversão de sistemas", segundo o diretor executivo Paulo Beck (são três meses de implantação e sete meses de testes, em média. São feitos 18 testes: aceitação, adequação, cobertura, compatibilidade, documentação, especificação, procedimentos de função, instalação, integração, integridade, normas/padrões, performance, programa, regressão, segurança, sistema, stress e volume. Ao final, o teste é documentado formalmente e automatizado, e há um processo formal de homologação compatível a ISO 9000, CMM/DoD/IEEE, com treinamento de uma equipe interna do cliente para testes de software.

Já o Banco de Crédito Nacional (BCN) está neste mês (N.E.: 12/1998) aplicando um teste piloto da Compuware em seu setor de poupança, para certificação contra o Bug do Milênio. Em seguida, estenderá a verificação (e certificação) aos cerca de 18 mil programas que rodam em seu sistema. Um dos primeiros bancos brasileiros a buscar soluções para a falha, está investindo um total de R$ 5,5 milhões nessa adequação.

E a Microbase, ao observar que muitas empresas brasileiras estão deixando de corrigir seus sistemas por falta de verbas, obteve a criação de uma linha de crédito externo da Concisa, detendora da ferramenta Conquer2000, que oferece taxas internacionais para o financiamento em até 12 parcelas dos serviços de correção do Bug em qualquer linguagem de programação.

Doação – Já foi encerrada oficialmente, dia 1º, a temporada de furacões na América Central, uma das mais violentas dos últimos anos. E a Intel Corporation doou US$ 1 milhão à Cruz Vermelha Norte-americana para ajudar as regiões devastadas pelos furacões Mitch e Georges. Metade da verba será designada ao International Response Fund para assistência às vítimas do furacão Mitch, e o restante, destinado ao Disaster Relief Fund, para a assistência às vitimas do furacão George. 

Normalmente, as doações da Intel se concentram na educação, nas áreas de Matemática, Ciência e Tecnologia, mas a empresa entendeu que o escopo dessa catástrofe justificaria um desvio dessas diretrizes. A Intel encoraja outras empresas, especialmente as do setor de alta tecnologia, a se unirem a ela nesse esforço.

Seriedade – Os revendedores santistas de informática estão sofrendo bastante, e há muito tempo, com a falta de seriedade de certos produtores e distribuidores de equipamentos. Buguinho sobrevoou o setor e cita apenas dois dos muitos casos que ouviu: 

Agora mesmo, uma revenda credenciada por um conceituado fabricante de computadores vendeu dois equipamentos a um cliente, passou o pedido ao fabricante e um mês depois o pedido, que deveria ser entregue de imediato, não tinha sequer previsão de entrega. O cliente cancelou o pedido e fez a compra em outra loja. O revendedor credenciado acabou perdendo o cliente de vez, por culpa do fabricante irresponsável. Que não é pequenino, não, mas uma das grandes empresas nacionais do setor. Moral da história: invertendo o processo, o revendedor é que descredenciou o fabricante.

Em outro caso, uma empresa santista foi credenciada por uma multinacional, como representante exclusiva. Um mês depois, descobriu que o serviço de atendimento aos clientes dessa multinacional estava indicando a quem telefonasse, como revendedora na Baixada Santista, não a empresa por eles credenciada, mas uma loja de produtos piratas... - que, para completar o circuito, recebia os clientes indicados pela multinacional e os convencia de que era besteira comprar produtos de griffe, melhor seria o cliente comprar computadores made in aqui perto, com a famosa "la garantia soy io"... 

Para quem ficou curioso, as duas grandes fabricantes têm a letra "M" (de "Maravilha"!) na marca. Uma, no início. Outra, no fim...