Bips
Dica – Se o leitor tem problemas
com linhas telefônicas ruidosas ou familiares que tiram o telefone
do gancho no meio de uma conexão com a Internet, ou utiliza o serviço
de segunda linha de uma central telefônica por programa armazenado
(CPA), existe uma solução que geralmente dá bons resultados
para evitar a queda da conexão nesses casos.
No Windows, localize [Painel de Controle/Modems/Propriedades/Conexão/Avançadas/
Configurações Adicionais] e acrescente a string padrão
[S10=255] (sem os colchetes).
Back Orifice – Eis um teste
simples para se detectar se algum hacker implantou o Back Orifice
no seu PC e está espionando seu computador: abra uma janela DOS
e digite no prompt esta linha de comando [netstat -an | find "31337"],
sem os colchetes e com atenção para o caracter [|] que, na
maioria dos teclados, fica junto com o caracter de barra invertida [\].
Se o computador responder apenas com um prompt simples, tudo OK,
mas se ele responder com algo como [TCP [endereço IP]:31337 [endereço
IP] LISTENING], seus mais caros segredos provavelmente já estão
nas mãos do Polichinelo... A dica está na revista internet.br
de 11/1998, com extensa matéria sobre o problema, como detectar
e eliminar o Back Orifice...
Natal Nintendo – A Nintendo
of America Inc. apresenta amanhã (N.E.: 2/12/1998)
sua nova linha de produtos que chega ao mercado com vistas a este Natal.
Executivos da empresa no Brasil e na América Latina se reúnem
com a imprensa amanhã, no hotel Inter-Continental da capital paulista,
para apresentar os planos da empresa para o próximo ano, e destacar,
entre os lançamentos natalinos, o GameBoy Color e os games
The Legend of Zelda, The Ocarina Of Time, Star Wars: Rogue
Squadron.
Bug – A Zurich Seguros
desenvolveu e está distribuindo aos seus clientes o manual "Ano
2000. O que fazer?", que alerta sobre a importância de se testar
máquinas e equipamentos com relação ao Bug do Milênio.
O livrete explica no modo passo-a-passo, de forma simplificada, como fazer
essa verificação nos computadores (e outros sistemas que
utilizem processadores) e também nos programas (softwares),
podendo ser solicitada também por quem o desejar, gratuitamente,
pelo e-mail celso.barata@zurich.com.
O manual ajuda os leigos a entenderem
o problema, e inclusive tem uma lista de endereços na Internet bastante
útil para quem quiser se aprofundar no assunto, mas peca - como
outros conselhos que têm sido dados por aí - pelo simplismo
do teste, que pode dar uma falsa sensação de segurança
caso se obtenha bons resultados, ou pode causar danos se não forem
adotadas certas cautelas antes de se testar os equipamentos.
Vale a intenção, mas
o livrete não explica - e Informática já alertou
na edição passada - que, se não for feita antes uma
cópia de segurança dos arquivos, e desativados todos os programas
cuja execução dependa de data, ou que tenham prazo de validade
até o ano 2000, o teste de alterar o clock do computador
pode fazer com que arquivos sejam apagados ou softwares sejam travados
para uso futuro, pois a máquina enganada estará executando
agora procedimentos que só deveria realizar na data escolhida para
o teste. Em muitos casos, a reversão da data não reverterá
os danos causados pelo teste...
Outro problema: o Bug não
é apenas uma questão do computador apresentar a data com
quatro dígitos. Ele precisa reconhecer que o ano 2000 é bissexto
(ao contrário dos três anos seculares anteriores), e isso
não é lembrado no manual na segunda vez em que propõe
o teste. Além disso, existem sistemas que recebem a data errada
do relógio mas possuem um esquema de compensação para
apresentar uma data aparentemente correta, dando a falsa impressão
de que está tudo em ordem. Se um dos programas instalados buscar
a informação de data diretamente no relógio da máquina,
sobrepassando tais sistemas, a falha ocorrerá, e só então
é que será detectada.
Os especialistas lembram também
que existem programas tipo TSR (Terminate and Stay Resident) que
fazem a conversão de datas, resolvendo temporariamente o problema.
Mas, basta que o programa seja apagado ou danificado numa reconfiguração
futura da máquina para problemas inesperados surgirem, o que deixa
margem a um grande risco para as empresas que utilizarem esse truque.
Diz a famosa Lei de Murphy: se alguma
coisa tiver a mínima chance de dar errado, dará. E se não
houver chance alguma de uma falha surgir, então pode ter absoluta
certeza: ela aparecerá!
No seu ou no meu? – Pode-se
dizer, extrapolando um pouco, que Santos e o mundo viram, pela primeira
vez, uma situação de guerra civil por causa de um computador.
Afinal, empresários e trabalhadores se confrontaram nas ruas para
decidir em que computador será rodada a listagem dos portuários
avulsos escalados para o trabalho no porto, se no equipamento dos sindicatos
laborais, se no do OGMO... O resto são detalhes, não é?
E eles? – Buguinho fez uma
pergunta pertinente: os vírus ativados por data estão preparados
para agir a partir do ano 2000? Afinal, a redução no tamanho
dos programas, que levou ao uso do ano com dois dígitos e daí
ao surgimento do Bug, é também primordial na criação
dos vírus de computador, que precisam ser pequenos e ágeis
pela sua própria natureza. Será que estaremos livres de alguns
vírus no ano 2000, ou eles endoidarão de vez, complicando
ainda mais a vida do usuário de informática?
O inseto – O especialista
em criptografia Amílcar Brunazzo Filho lembra, via e-mail,
que a origem do termo Bug para designar falhas de computação
não seria hard, mas soft. Explica: o problema não
seria o inseto (bug) entrar nos imensos computadores a válvula
dos anos 40/50 e provocar pequenos curto-circuitos, com os conseqüentes
erros nos cálculos, mas sim de um ou alguns insetos terem sido "impressos"
nas listagens emitidas pelas máquinas. Como as listagens processadas
vinham em caracteres binários (zeros e uns), um inseto esmagado
contra o papel poderia passar, no meio de tantos dígitos, por mais
um, e um leitor desatento não teria percebido que até hoje
não foi inventada a impressão 3D. Descoberta a falha, com
a remoção do inseto do papel, os cientistas teriam passado
a usar essa piada, e a cada resultado estranho, diziam: "Vamos procurar
onde está o inseto (bug)". O termo teria pegado assim...
Bem, mantemos nossa versão,
apoiados por diversas publicações, mas registramos essa variante.
E deixamos ao leitor a polêmica: afinal, o bug surgiu como
falha de hardware (pela queima de circuitos que provocaram resultados
errôneos) ou de software (por aparecer na listagem impressa)?
Ou vice-versa (o resultado errado surgiu porque o software não
detectou o circuito danificado, ou porque o hardware "imprimiu"
o mosquito sobre uma listagem perfeita)? Ih, complicou... |