A crise parece passar ao largo da indústria de tecnologia da informação, que faz investimentos milionários no Brasil, de olho em um mercado que deverá ter uma expansão explosiva nos próximos três anos. Entre as corporações internacionais que estão anunciando investimentos no País estão a AOC Corporation, de origem taiwanesa, que está investindo US$ 15 milhões na industrialização e comercialização de seus monitores no Brasil; a norte-americana Xylan, que está aplicando US$ 10 milhões na conquista do mercado brasileiro de internetworking; a também americana Flextronics, que está construindo uma unidade industrial de 370 mil metros quadrados no interior de São Paulo para fabricação em regime de outsourcing; e a Epson, que investe US$ 36 milhões na produção de impressoras e na comercialização de seus produtos no Brasil.

Pesquisa realizada pela Fenasoft Feiras Comerciais indica que o setor de informática, que hoje movimenta aproximadamente US$ 19 bilhões ao ano no Brasil, deverá expandir seu faturamento local para US$ 30 bilhões no ano 2001 com a venda de equipamentos e serviços para sistemas operacionais e de comunicação de dados. Estes números - divulgados no estudo Informática no Brasil: Fatos e Números - volume III - 1998 - transformaram o País num ponto estratégico dentro do planejamento global das empresas do setor. 

Mercado local – A ampliação do mercado local de computação doméstica chamou a atenção da AOC, que está decidida a abocanhar uma boa parcela do mercado local de monitores, scanners, teclados e mouses. A empresa já iniciou a produção de seus monitores de 15 e 17 polegadas no Brasil e está comercializando outros modelos, inclusive um de 19 polegadas. A AOC, que já montou uma rede de assistência técnica no território nacional, tem como meta conquistar 10% do mercado local de monitores, avaliado em 2 milhões de unidades, até o próximo ano.

A Flextronics, uma das maiores empresas do mundo de produção terceirizada de produtos de informática e telecomunicações, está construindo no Brasil o seu quarto campus industrial em todo o mundo. Será um gigantesco complexo que, além da linha de montagem da própria empresa, abrigará fornecedores de modo a garantir a produção pelo sistema just in time. A empresa já produz no Brasil, em sua unidade de Barueri, componentes para microcomputadores, monitores de vídeo, telefones celulares, impressoras etc. A meta da Flextronics é atender 30% do mercado brasileiro de PCs e também fornecer componentes para outros países do Cone Sul.

Telecom – A expansão dos negócios em telecomunicações e Internet também está atraindo empresas como a Xylan, líder mundial em switches para redes de alta velocidade e Internet. A empresa tem um ambicioso plano de ação para o Brasil, orçado em US$ 10 milhões, que tem como objetivo faturar US$ 30 milhões em vendas em 1999 e conquistar a liderança nacional em seu setor no prazo de cinco anos. A empresa está abrindo escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

A Epson, que há um ano iniciou a produção de impressoras no Brasil, comemora a data com a expansão de sua atividade fabril: a empresa passa a montar as impressoras jato de tinta Stylus 850, indicadas para uso corporativo. Com investimentos pesados em produção, treinamento e marketing, a Epson já fabrica no Brasil dois modelos de impressora jato de tinta Stylus Color (600 e 800) e as matriciais FX-2170 e FX-880.