Até algum tempo atrás, obter informações sobre sistemas Computer Aided Design (CAD - Desenho Auxiliado por Computador) era uma tarefa das mais árduas. Obviamente, por questões associadas à maturidade e disponibilidade dessa tecnologia em nosso meio.

Lembro-me que, no final da década de 80, as informações sobre CAD começaram a ser divulgadas pela Sociedade Brasileira de Automação e Controle Numérico (Sobracon), através da realização de seminários e exposições de software e hardware que, com o passar do tempo, se tornaram uma referência para a disseminação de novas tecnologias e estudos de casos de empresas que implantaram sistemas de CAD/CAE/CAM e afins.

Ainda assim, pensar em implantar sistemas CAD era realmente um grande desafio. Representava a necessidade de se realizar significativos investimentos e, mais do que isso, promover a transformação cultural dos profissionais da área de projetos - que, na época, implicava na substituição das ferramentas de trabalho até então em uso (ou seja, pranchetas, réguas, lápis etc.) pelo uso do computador. Havia o receio de não se obter êxito na implantação e o fantasma do desemprego, onde a idéia principal era a de que o computador faria tudo sozinho.

Mas, era inevitável que as coisas evoluíssem. A necessidade crescente de aumentar a produtividade e de se melhorar a qualidade dos projetos, aliada ao avanço tecnológico na área da computação, foram os ingredientes para a extraordinária arrancada no desenvolvimento dos sistemas CAD.

Normatização – A cada dia que passa, surgem novos sistemas e/ou versões de sistemas já consagrados que, cada vez mais, buscam a compatibilidade entre si. Vale a pena ressaltar o empenho dos principais desenvolvedores e de tradicionais usuários junto às instituições normativas, como a ISO, a ANSI e a ABNT, em busca da padronização das informações geradas em diferentes sistemas CAD. Um assunto que, se me permitirem, fica para uma outra oportunidade.

Além disso, já encontramos no mercado sistemas desenvolvidos por empresas brasileiras e com excelente nível técnico, tais como o UniCAD.

Talvez por conta do seu próprio destino ou influenciado pela tal globalização, o Brasil tem recebido vários investimentos no setor de produção de bens de consumo. São diversas indústrias de manufatura se instalando em nosso país e outras se modernizando. Cada qual elaborando seus projetos em diferentes sistemas CAD. É também cada vez mais comum a troca de arquivos entre empresas, seja porque cada fornecedor normalmente atende a mais de um cliente ou até mesmo pela necessidade de se agregar valor aos produtos. Daí, muitas vezes surge a necessidade de desenvolvimento conjunto entre cliente-fornecedor na elaboração de projetos.

Hoje, felizmente, obter informações sobre esses sistemas, relatos de quem já os implantou, divulgação de trabalhos técnicos sobre projetos realizados e até mesmo contratar serviços em CAD ficou mais fácil com a Internet. Para confirmar essa situação, elaborei uma pesquisa sobre alguns dos principais sistemas CAD da atualidade, através dos engine search Yahoo e AltaVista, entre os dias 17/11/97 e 15/12/97. Essa pesquisa poderá nos ajudar a conhecer um pouco melhor o perfil dos sites dos principais sistemas de CAD utilizados no Brasil e no mundo.

(*) Luís Alberto Cardoso é santista, analista de Engenharia e Projetos, responsável pela implantação de sistemas de Engenharia na Cosipa, com diversos trabalhos publicados, lecionando CAD da Faculdade de Arquitetura de Santos, CAD, Turbopascal e NovaManage na Cosipa, Fundamentos de Processamento de Dados no Colégio Objetivo, http://omnicom.com.br/lac/default.htm.

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