ACORDO
Israel transfere ao Brasil tecnologia
de softwares educacionais
ITP de Israel permite à
Microtec fabricar no Brasil produtos para educação
Prevendo
a fabricação local de equipamentos dedicados à Educação
e a distribuição exclusiva de softwares e demais insumos
para escolas públicas e privadas, foi fechado um acordo de joint-venture
(aventura conjunta) entre a fornecedora nacional de microcomputadores Microtec
e a empresa israelense ITP. O documento permite à Microtec fornecer
todos os serviços às escolas, incluindo planejamento, instalação
de recursos computadorizados, treinamento de professores e monitores, além
de suporte para hardware e software.
Com 15 anos de mercado, a ITP se
especializou em adaptar tecnologia desenvolvida em Israel para países
do universo ibero-americano. Dessa forma, os produtos e tecnologias da
ITP estão presentes em todos os países latino-americanos,
bem como em Portugal e Espanha, já existindo 30 títulos de
softwares em nosso idioma, para ensino de Matemática e Física.
"Nossos produtos e serviços
estão encontrando um mercado praticamente virgem: apenas 4,2% de
todas as escolas brasileiras possuem algum grau de informação,
somente 1,2% das escolas públicas usam um computador em suas áreas
pedagógicas. Estimamos, apenas considerando a rede de ensino municipal
do País, a existência de 136 mil escolas sem nenhum recurso
de informática -, afirma Antonio Geraldo Mota, responsável
pelo projeto Microtec Educacional -. O contraste com outros países
é enorme. Israel, por exemplo, terá um micro para cada dois
alunos em todo o seu território até o ano 2001. Essa situação
significa que a demanda brasileira será enorme nos próximos
períodos, e precisamos nos preparar para suportá-la". Para
a Microtec, este segmento deve representar um faturamento de R$ 40 milhões
até o final de 1999.
Fabricação local
– A empresa brasileira pretende iniciar a fabricação, ainda
este ano, da linha de coletores de dados especiais para educação
e do Class Net, um gerenciador de sala de aula que permite ao professor
intervir no processamento e telas dos micros de seus alunos a partir de
sua estação. A fabricação acontecerá
na unidade industrial da Microtec localizada em Ilhéus, na Bahia.
Esses equipamentos farão parte
também do Edulab 21, um laboratório computadorizado de arquitetura
modular com equipamentos e soluções voltadas para o ensino
das disciplinas das ciências experimentais, como Física, Química,
Biologia, Matemática e outras, e que integra o Projeto Microtec
Educacional (ver Informática de 13
de outubro). Esse projeto foi criado para oferecer toda a estrutura
de suporte para alunos e professores desenvolverem suas atividades educacionais
com o apoio de recursos de informática.
Os novos coletores de dados a serem
fabricados na Bahia possuem uma interface e, por meio de uma das portas
de comunicação, se conectam a qualquer equipamento informatizado,
com a capacidade de registrar dados como umidade relativa do ar, intensidade
de luz, PH de uma substância, percentual de oxigênio ou gás
carbônico etc. Estas medições podem ser realizadas
em tempo real ou de forma remota. Os dados obtidos são analisados
e tratados pelo software que acompanha o módulo.
Os coletores de dados apresentam
em torno de 60 sensores diferentes para medições específicas
(como ritmo cardíaco, índices de poluentes em ambientes externos
etc.), podendo operar com qualquer software educacional do mercado.
Já o Class Net é um gerenciador de sala de aula. Esse dispositivo
de comunicação faz com que o professor possa exibir nos monitores
dos alunos sua própria tela de trabalho, com experimentos, informações
ou ensaios práticos.
Fábrica de software
– Os investimentos da Microtec no mercado nacional de educação
devem se estender também para o desenvolvimento constante de tecnologia
em software. Georges St.Laurent, chairman do Grupo Vitech
(controlador da Microtec), afirma estar preparando a inauguração
de uma fábrica de software também na Bahia, que estará
envolvida na adaptação de tecnologia israelense e desenvolvimento
próprio de sistemas aplicados à educação e
outros mercados segmentados.
"Nossa idéia é criar
um pólo de desenvolvimento de tecnologia na Bahia, que terá
ênfase no desenvolvimento de softwares educacionais. Já
em 1999 implantaremos uma fábrica de software com aproximadamente
150 programadores dedicados inteiramente ao desenvolvimento de sistemas",
afirma St. Laurent. |