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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 10/11/1998.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/10/00 10:42:05
ACORDO
Israel transfere ao Brasil tecnologia de softwares educacionais 

ITP de Israel permite à Microtec fabricar no Brasil produtos para educação

Prevendo a fabricação local de equipamentos dedicados à Educação e a distribuição exclusiva de softwares e demais insumos para escolas públicas e privadas, foi fechado um acordo de joint-venture (aventura conjunta) entre a fornecedora nacional de microcomputadores Microtec e a empresa israelense ITP. O documento permite à Microtec fornecer todos os serviços às escolas, incluindo planejamento, instalação de recursos computadorizados, treinamento de professores e monitores, além de suporte para hardware e software.

Com 15 anos de mercado, a ITP se especializou em adaptar tecnologia desenvolvida em Israel para países do universo ibero-americano. Dessa forma, os produtos e tecnologias da ITP estão presentes em todos os países latino-americanos, bem como em Portugal e Espanha, já existindo 30 títulos de softwares em nosso idioma, para ensino de Matemática e Física.

"Nossos produtos e serviços estão encontrando um mercado praticamente virgem: apenas 4,2% de todas as escolas brasileiras possuem algum grau de informação, somente 1,2% das escolas públicas usam um computador em suas áreas pedagógicas. Estimamos, apenas considerando a rede de ensino municipal do País, a existência de 136 mil escolas sem nenhum recurso de informática -, afirma Antonio Geraldo Mota, responsável pelo projeto Microtec Educacional -. O contraste com outros países é enorme. Israel, por exemplo, terá um micro para cada dois alunos em todo o seu território até o ano 2001. Essa situação significa que a demanda brasileira será enorme nos próximos períodos, e precisamos nos preparar para suportá-la". Para a Microtec, este segmento deve representar um faturamento de R$ 40 milhões até o final de 1999.

Fabricação local – A empresa brasileira pretende iniciar a fabricação, ainda este ano, da linha de coletores de dados especiais para educação e do Class Net, um gerenciador de sala de aula que permite ao professor intervir no processamento e telas dos micros de seus alunos a partir de sua estação. A fabricação acontecerá na unidade industrial da Microtec localizada em Ilhéus, na Bahia.

Esses equipamentos farão parte também do Edulab 21, um laboratório computadorizado de arquitetura modular com equipamentos e soluções voltadas para o ensino das disciplinas das ciências experimentais, como Física, Química, Biologia, Matemática e outras, e que integra o Projeto Microtec Educacional (ver Informática de 13 de outubro). Esse projeto foi criado para oferecer toda a estrutura de suporte para alunos e professores desenvolverem suas atividades educacionais com o apoio de recursos de informática.

Os novos coletores de dados a serem fabricados na Bahia possuem uma interface e, por meio de uma das portas de comunicação, se conectam a qualquer equipamento informatizado, com a capacidade de registrar dados como umidade relativa do ar, intensidade de luz, PH de uma substância, percentual de oxigênio ou gás carbônico etc. Estas medições podem ser realizadas em tempo real ou de forma remota. Os dados obtidos são analisados e tratados pelo software que acompanha o módulo.

Os coletores de dados apresentam em torno de 60 sensores diferentes para medições específicas (como ritmo cardíaco, índices de poluentes em ambientes externos etc.), podendo operar com qualquer software educacional do mercado. Já o Class Net é um gerenciador de sala de aula. Esse dispositivo de comunicação faz com que o professor possa exibir nos monitores dos alunos sua própria tela de trabalho, com experimentos, informações ou ensaios práticos.

Fábrica de software – Os investimentos da Microtec no mercado nacional de educação devem se estender também para o desenvolvimento constante de tecnologia em software. Georges St.Laurent, chairman do Grupo Vitech (controlador da Microtec), afirma estar preparando a inauguração de uma fábrica de software também na Bahia, que estará envolvida na adaptação de tecnologia israelense e desenvolvimento próprio de sistemas aplicados à educação e outros mercados segmentados.

"Nossa idéia é criar um pólo de desenvolvimento de tecnologia na Bahia, que terá ênfase no desenvolvimento de softwares educacionais. Já em 1999 implantaremos uma fábrica de software com aproximadamente 150 programadores dedicados inteiramente ao desenvolvimento de sistemas", afirma St. Laurent.