Neste momento de crise mundial e escassez de emprego, um setor está caminhando no sentido contrário. Com expectativa de criar dezenas de milhares de empregos diretos e indiretos nos próximos anos, o setor de telecomunicações abre oportunidades para os especialistas nesta área. Técnicos, operadores e prestadores de serviços e consultores estão sendo procurados por empresas como a Telerj, que em menos de uma semana contratou 900 técnicos. Para capacitar estes profissionais, a Universidade Anhembi Morumbi promove, a partir de 1999, o curso de graduação em Engenharia de Telecomunicações.

O curso tem como objetivo formar profissionais tecnicamente atualizados, com o diferencial de serem especialistas no relacionamento com o cliente. A preocupação com o atendimento não era prioridade nas estatais, onde apenas 20% dos funcionários trabalhavam neste departamento, mas com as privatizações e a chegada da concorrência, o cliente passa a ser fundamental para as empresas.

"O aluno formado na Anhembi Morumbi poderá fazer desde a manutenção de equipamento até o gerenciamento de uma grande empresa. Este profissional também estará preparado para ser um consultor ou abrir sua empresa de prestação de serviços", afirma o coordenador do curso, Marcos Feitosa, diretor da Divisão de Cabling (cabeamento estruturado) da Pouyet, empresa francesa líder de vendas de equipamentos na Europa.

Convênio – A universidade assinou um convênio com a Associação Brasileira de Empresas e Profissionais de Telecomunicações (Aberismest) para dar a oportunidade do aluno entrar em contato com o mercado profissional durante o curso. Além disso, o coordenador informa que está preparando cursos de extensão para os profissionais que já estão no mercado e querem se atualizar ou se especializar.

Na corrida pela captação destes profissionais, as empresas estão utilizando quatro artifícios: tirar da concorrência, importar os talentos do exterior, oferecer treinamento na própria empresa ou buscá-los nas faculdades. Na atual fase do setor, roubar profissionais é um recurso que já está se esgotando, trazer profissionais do exterior é dispendioso para a empresa (que acaba por arcar com todas as despesas do funcionário), e fazer treinamento internamente requer tempo e gastos, que podem ser poupados com profissionais já experientes. Desta forma, buscá-los na faculdade se tornou a opção mais viável, barata e profissional para abastecer o quadro de funcionários atualizados com o mercado.

Há outros cursos que formam engenheiros com ênfase ou especialização em telecomunicações. Em São Paulo, já existem cursos semelhantes na Universidade São Marcos e na FEI. No Rio de Janeiro, na PUC, Cefet, IME, Faculdade da Cidade, Universidade Federal Fluminense (UFF), Unesa. E, em Minas Gerais, na Uniube e na Inatel.

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