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Datilografia no computador
vira programa
Na edição de 18/8/1998,
perguntava o leitor Marcos Flávio Freixo, na Tribuna do Leitor,
se os cursos de informática vão suceder as tradicionais escolas
de datilografia, ou que possibilidade haveria para alguém aprender
a habilidade de digitar textos no computador, sem passar antes por uma
escola de datilografia. "Para arranjar o primeiro emprego, milhares de
pessoas freqüentaram esse curso (datilografia) e saíram aptas
para enfrentar testes nas máquinas de escrever. Será que
hoje não é mais necessário? E as máquinas de
escrever, virarão peças de museu?"
Bem, quanto à última
pergunta, com certeza as máquinas de escrever se transformarão
em artigos de colecionador ou peças raras de museu, principalmente
no momento em que os todos os tipos de formulários do país
deixarem de ser vendidos nas papelarias, e passarem a ser entregues em
disquetes, para preenchimento e devolução eletrônicos,
ou algo parecido, aposentando ao mesmo tempo as múltiplas vias preenchidas
em papel carbono.
Quanto ao aprendizado de datilografia/digitação,
realmente as escolas de informática ainda não perceberam
esse nicho de mercado, elas geralmente apresentam noções
genéricas do funcionamento do computador e dos principais programas,
cabendo ao usuário treinar intensivamente em seu próprio
micro o que tiver aprendido, ou apresentam cursos de alta especialização
(em linguagens de programação ou programas específicos,
por exemplo), onde já é pressuposto que o aluno utilize normalmente
o micro.
Mas, quem quiser pode fazer esse
aperfeiçoamento em digitação no próprio micro.
Agora mesmo, a Editora Saraiva colocou em bancas, livrarias e revendas
nacionais de informática o Guia do Digitador, escrito por
Celso dos Santos e Carlos Lopes dos Santos. O Método Celso dos Santos
(MCS) estabelece uma ponte entre a datilografia (praticada na máquina
de escrever) e a digitação (praticada no computador). O objetivo
do curso é atualizar ambas as áreas e torná-las compatíveis
com o progresso dos equipamentos.
Arte – "A arte de digitar
continua sendo requisitada. Ao utilizar o Método Celso dos Santos,
o usuário aprenderá a digitar ou datilografar com os dez
dedos e sem olhar o teclado. Optando pelo aprendizado da digitação,
terá, ainda informações básicas sobre como
formatar, imprimir, salvar, fechar e abrir um documento".
Na verdade, as duas formas estão
incluídas no livro de 208 páginas e muitas instruções
de apoio, mais disquete com o programa MCS, que programa exercícios
de textos e velocidade, avaliando e controlando o tempo gasto e os erros
cometidos. Existe também a preocupação em ensinar
o usuário a dar estética ao texto, o emprego das teclas de
serviço
O Guia do Digitador também
apresenta dicas de postura que ajudam a evitar doenças como tenossinovite
(inflamações nos tendões) ou neurite (inflamação
nos nervos), entre muitas outras que afligem os profissionais do teclado.
A obra tanto pode ser usada individualmente, para auto-instrução,
como por escolas de datilografia ou digitação.
História – Já
que o leitor Marcos Freixo comentou sobre as peças de museu, vale
citar que o Guia também tem um pouco da história das máquinas
de escrever, lembrando que as primeiras tentativas de criar um equipamento
desse tipo foram feitas em 1714 pelo mecânico inglês Henry
Mills. Porém, coube ao padre brasileiro Francisco João de
Azevedo exibir em 1861, na Exposição Industrial e Agrícola
de Pernambuco, uma máquina de escrever que também foi sucesso
e obteve nesse ano os prêmios Medalha de Ouro e Menção
Honrosa na Primeira Exposição Nacional do Rio de Janeiro.
Apesar disso, ele teve negado pelo governo imperial o auxílio para
aperfeiçoar o invento, que batizara como mecanógrafo.
Voltando à Paraíba
(onde faleceria em 26/6/1880), o padre foi entretanto procurado por um
agente de negócios americano, e convidado a ir aos Estados Unidos
expor seu invento, mas, desgostoso, recusou. Sete anos depois, em 1868,
John Pratt apresentou um modelo baseado no mecanógrafo do padre.
Depois de melhorado em alguns detalhes pelos americanos Cristóvão
Latham Sholes, Samuel Soulé e Carlos Glien, apareceu no mercado
em 1873 com o nome de Remington... |