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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 6/10/1998.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/05/00 09:17:29
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Datilografia no computador vira programa

Na edição de 18/8/1998, perguntava o leitor Marcos Flávio Freixo, na Tribuna do Leitor, se os cursos de informática vão suceder as tradicionais escolas de datilografia, ou que possibilidade haveria para alguém aprender a habilidade de digitar textos no computador, sem passar antes por uma escola de datilografia. "Para arranjar o primeiro emprego, milhares de pessoas freqüentaram esse curso (datilografia) e saíram aptas para enfrentar testes nas máquinas de escrever. Será que hoje não é mais necessário? E as máquinas de escrever, virarão peças de museu?"

Bem, quanto à última pergunta, com certeza as máquinas de escrever se transformarão em artigos de colecionador ou peças raras de museu, principalmente no momento em que os todos os tipos de formulários do país deixarem de ser vendidos nas papelarias, e passarem a ser entregues em disquetes, para preenchimento e devolução eletrônicos, ou algo parecido, aposentando ao mesmo tempo as múltiplas vias preenchidas em papel carbono.

Quanto ao aprendizado de datilografia/digitação, realmente as escolas de informática ainda não perceberam esse nicho de mercado, elas geralmente apresentam noções genéricas do funcionamento do computador e dos principais programas, cabendo ao usuário treinar intensivamente em seu próprio micro o que tiver aprendido, ou apresentam cursos de alta especialização (em linguagens de programação ou programas específicos, por exemplo), onde já é pressuposto que o aluno utilize normalmente o micro.

Mas, quem quiser pode fazer esse aperfeiçoamento em digitação no próprio micro. Agora mesmo, a Editora Saraiva colocou em bancas, livrarias e revendas nacionais de informática o Guia do Digitador, escrito por Celso dos Santos e Carlos Lopes dos Santos. O Método Celso dos Santos (MCS) estabelece uma ponte entre a datilografia (praticada na máquina de escrever) e a digitação (praticada no computador). O objetivo do curso é atualizar ambas as áreas e torná-las compatíveis com o progresso dos equipamentos.

Arte – "A arte de digitar continua sendo requisitada. Ao utilizar o Método Celso dos Santos, o usuário aprenderá a digitar ou datilografar com os dez dedos e sem olhar o teclado. Optando pelo aprendizado da digitação, terá, ainda informações básicas sobre como formatar, imprimir, salvar, fechar e abrir um documento".

Na verdade, as duas formas estão incluídas no livro de 208 páginas e muitas instruções de apoio, mais disquete com o programa MCS, que programa exercícios de textos e velocidade, avaliando e controlando o tempo gasto e os erros cometidos. Existe também a preocupação em ensinar o usuário a dar estética ao texto, o emprego das teclas de serviço

O Guia do Digitador também apresenta dicas de postura que ajudam a evitar doenças como tenossinovite (inflamações nos tendões) ou neurite (inflamação nos nervos), entre muitas outras que afligem os profissionais do teclado. A obra tanto pode ser usada individualmente, para auto-instrução, como por escolas de datilografia ou digitação.

História – Já que o leitor Marcos Freixo comentou sobre as peças de museu, vale citar que o Guia também tem um pouco da história das máquinas de escrever, lembrando que as primeiras tentativas de criar um equipamento desse tipo foram feitas em 1714 pelo mecânico inglês Henry Mills. Porém, coube ao padre brasileiro Francisco João de Azevedo exibir em 1861, na Exposição Industrial e Agrícola de Pernambuco, uma máquina de escrever que também foi sucesso e obteve nesse ano os prêmios Medalha de Ouro e Menção Honrosa na Primeira Exposição Nacional do Rio de Janeiro. Apesar disso, ele teve negado pelo governo imperial o auxílio para aperfeiçoar o invento, que batizara como mecanógrafo.

Voltando à Paraíba (onde faleceria em 26/6/1880), o padre foi entretanto procurado por um agente de negócios americano, e convidado a ir aos Estados Unidos expor seu invento, mas, desgostoso, recusou. Sete anos depois, em 1868, John Pratt apresentou um modelo baseado no mecanógrafo do padre. Depois de melhorado em alguns detalhes pelos americanos Cristóvão Latham Sholes, Samuel Soulé e Carlos Glien, apareceu no mercado em 1873 com o nome de Remington...