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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 4/8/1998.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/10/00 10:35:19
Estúdio ensina Música no computador 

Terceira Onda atua na masterização de arquivos sonoros e tem aulas de dublagem de filmes

Com um dos mais completos estúdios regionais de gravação sonora e produção/masterização digital, o Terceira Onda está iniciando a realização de cursos de teoria musical, linguagem MIDI e uso de equipamentos e software na produção musical, vindo de encontro a uma carência de ensino verificada na Baixada Santista – que, afinal, é apontada como um dos maiores centros de produção musical do Brasil, em pesquisas feitas pela Rede Globo de Televisão.

Com a média de dois meses de duração, e aulas em dias diferentes da semana, já estão programados: iniciando dia 10/8/1998, Teoria Musical, às segundas-feiras, das 10 às 11h30 ou das 19 às 20h30; nas terças-feiras, a partir do dia 11, curso sobre o software Encore, em quatro turmas (10 às 11h30, 14h30 às 16 horas, 19 às 20h30 e 20h45 às 22h15); dia 12, e sempre às quartas-feiras, curso de CakeWalk, também em quatro turmas como o Encore; dia 13 e nas quintas-feiras seguintes, curso de Áudio/Pré-masterização de CDs, das 19 às 20h30 e das 20h45 às 22h15.

As inscrições podem ser feitas pelo e-mail studio@terceiraonda.com.br, pelo telefone 221.2360 ou diretamente no local (Avenida Senador Feijó, 662, esquina da Rua Carvalho de Mendonça), e as aulas serão dadas em conjunto pelo músico saxofonista Maurício Fernandes, pelo técnico de áudio Carlos Alberto Monteiro (o Netinho, considerado uma das referências em Santos nessa área) e pelo proprietário do Estúdio Terceira Onda, Alexandre Lacerda Peres (criador do BBS Terceira Onda e personagem da seção Quem de Informática, na edição de 10/10/1995).

Talento – Alexandre comenta que os recursos da computação aplicados à Música são infinitos, porém, mais importante que o equipamento é o valor humano, o talento do músico. Os computadores Macintosh facilitam o trabalho, pois incluem muitas facilidades para a produção multimídia, mas também pode ser feito um bom trabalho nos computadores PC, usando a criatividade para explorar seus recursos.

Ele detectou a falta de cursos na Baixada Santista para este setor, à exceção das iniciativas promovidas pela Enterdata Informática – de que também participa – e pretende realizar uma série de cursos com abordagem aprofundada desses temas, e também ensinando a operar outros programas (como o Band-in-a-Box e o SoundForge), mostrando o uso da linguagem MIDI, as diferenças entre a gravação analógica e digital, instalação sonora de home-theaters, as vantagens do formato DVD (que permitirá maior qualidade na gravação sonora, por ter maior taxa de amostragem das ondas sonoras) etc.

Os cursos deverão ter grande procura pelos interessados, porque os programas de editoração musical, como o CakeWalk e o Encore, são criados pensando no músico, e mesmo suas ferramentas de ajuda (help on line) estão relacionadas aos comandos disponíveis, pouco auxiliando o usuário que não conheça teoria musical. O CakeWalk, por exemplo, permite gravar e modificar uma seqüência sonora, numa produção musical, enquanto o Encore é um programa de notação, que mostra a partitura na tela e permite modificações. Mas, esses softwares só serão produtivos para quem saiba ler a partitura e tenha um mínimo de conhecimento sobre música – daí os cursos que o Terceira Onda está abrindo.

No mesmo local, aliás, estão sendo realizados os cursos de dublagem de filmes, pelo especialista Sílvio Navas.

Prática – As aulas serão no estúdio, com os alunos observando o que acontece na prática a cada comando dado no computador ou no instrumento musical, e apostiladas. "Queremos ser o referencial para as pessoas que desejam aprender na prática, com uma estrutura forte, e que até agora teriam de procurar cursos semelhantes na capital paulista", diz Alexandre.

Adicionalmente, os alunos poderão conhecer na prática as técnicas de isolamento sonoro aplicadas na montagem de um home-theater, a importância da escolha correta de cabos e conectores, as diferenças entre os alto-falantes, e como gravar CDs com qualidade em suas casas (há uma série de cuidados que se deve tomar, e mesmo certas regras básicas não são lembradas, cita Alexandre).

Filtragem sonora – Além de músicos interessados na masterização de suas gravações, para envio às gravadoras, o estúdio é procurado por pessoas que desejam passar para a mídia digital os registros sonoros contidos em antigos long-plays e discos de vinil. O estúdio filtra os chiados e cliques da passagem da agulha nos discos riscados, e obtém um registro sonoro com qualidade próxima à dos CDs musicais. Alexandre enfatiza porém que um estúdio pode obter significativa melhoria na qualidade do som (os computadores fazem mágicas como suprimir ruídos indesejados, corrigir distorções, equalizar os canais de som etc., mas o fundamental é a gravação inicial, já que o som final sempre dependerá da qualidade do registro original).

Nesse aspecto, ele cita que o estúdio tem prestado apoio à Polícia na melhoria da qualidade de gravações usadas na investigação de crimes, geralmente feitas em equipamentos amadores como as secretárias eletrônicas. A filtragem permite clarear as gravações, facilitando a identificação das vozes ou o entendimento de uma frase dita, por exemplo.