Estúdio ensina Música
no computador
Terceira Onda atua na masterização
de arquivos sonoros e tem aulas de dublagem de filmes
Com um
dos mais completos estúdios regionais de gravação
sonora e produção/masterização digital, o Terceira
Onda está iniciando a realização de cursos de teoria
musical, linguagem MIDI e uso de equipamentos e software na produção
musical, vindo de encontro a uma carência de ensino verificada na
Baixada Santista – que, afinal, é apontada como um dos maiores centros
de produção musical do Brasil, em pesquisas feitas pela Rede
Globo de Televisão.
Com a média de dois meses
de duração, e aulas em dias diferentes da semana, já
estão programados: iniciando dia 10/8/1998, Teoria Musical, às
segundas-feiras, das 10 às 11h30 ou das 19 às 20h30; nas
terças-feiras, a partir do dia 11, curso sobre o software Encore,
em quatro turmas (10 às 11h30, 14h30 às 16 horas, 19 às
20h30 e 20h45 às 22h15); dia 12, e sempre às quartas-feiras,
curso de CakeWalk, também em quatro turmas como o Encore; dia 13
e nas quintas-feiras seguintes, curso de Áudio/Pré-masterização
de CDs, das 19 às 20h30 e das 20h45 às 22h15.
As inscrições podem
ser feitas pelo e-mail studio@terceiraonda.com.br, pelo telefone
221.2360 ou diretamente no local (Avenida Senador Feijó, 662, esquina
da Rua Carvalho de Mendonça), e as aulas serão dadas em conjunto
pelo músico saxofonista Maurício Fernandes, pelo técnico
de áudio Carlos Alberto Monteiro (o Netinho, considerado uma das
referências em Santos nessa área) e pelo proprietário
do Estúdio Terceira Onda, Alexandre Lacerda Peres (criador do BBS
Terceira Onda e personagem da seção Quem de Informática,
na edição de 10/10/1995).
Talento – Alexandre comenta
que os recursos da computação aplicados à Música
são infinitos, porém, mais importante que o equipamento é
o valor humano, o talento do músico. Os computadores Macintosh facilitam
o trabalho, pois incluem muitas facilidades para a produção
multimídia, mas também pode ser feito um bom trabalho nos
computadores PC, usando a criatividade para explorar seus recursos.
Ele detectou a falta de cursos na
Baixada Santista para este setor, à exceção das iniciativas
promovidas pela Enterdata Informática – de que também participa
– e pretende realizar uma série de cursos com abordagem aprofundada
desses temas, e também ensinando a operar outros programas (como
o Band-in-a-Box e o SoundForge), mostrando o uso da linguagem MIDI, as
diferenças entre a gravação analógica e digital,
instalação sonora de home-theaters, as vantagens do
formato DVD (que permitirá maior qualidade na gravação
sonora, por ter maior taxa de amostragem das ondas sonoras) etc.
Os cursos deverão ter grande
procura pelos interessados, porque os programas de editoração
musical, como o CakeWalk e o Encore, são criados pensando no músico,
e mesmo suas ferramentas de ajuda (help on line) estão relacionadas
aos comandos disponíveis, pouco auxiliando o usuário que
não conheça teoria musical. O CakeWalk, por exemplo, permite
gravar e modificar uma seqüência sonora, numa produção
musical, enquanto o Encore é um programa de notação,
que mostra a partitura na tela e permite modificações. Mas,
esses softwares só serão produtivos para quem saiba
ler a partitura e tenha um mínimo de conhecimento sobre música
– daí os cursos que o Terceira Onda está abrindo.
No mesmo local, aliás, estão
sendo realizados os cursos de dublagem de filmes, pelo especialista Sílvio
Navas.
Prática – As aulas
serão no estúdio, com os alunos observando o que acontece
na prática a cada comando dado no computador ou no instrumento musical,
e apostiladas. "Queremos ser o referencial para as pessoas que desejam
aprender na prática, com uma estrutura forte, e que até agora
teriam de procurar cursos semelhantes na capital paulista", diz Alexandre.
Adicionalmente, os alunos poderão
conhecer na prática as técnicas de isolamento sonoro aplicadas
na montagem de um home-theater, a importância da escolha correta
de cabos e conectores, as diferenças entre os alto-falantes, e como
gravar CDs com qualidade em suas casas (há uma série de cuidados
que se deve tomar, e mesmo certas regras básicas não são
lembradas, cita Alexandre).
Filtragem sonora – Além
de músicos interessados na masterização de suas gravações,
para envio às gravadoras, o estúdio é procurado por
pessoas que desejam passar para a mídia digital os registros sonoros
contidos em antigos long-plays e discos de vinil. O estúdio
filtra os chiados e cliques da passagem da agulha nos discos riscados,
e obtém um registro sonoro com qualidade próxima à
dos CDs musicais. Alexandre enfatiza porém que um estúdio
pode obter significativa melhoria na qualidade do som (os computadores
fazem mágicas como suprimir ruídos indesejados, corrigir
distorções, equalizar os canais de som etc., mas o fundamental
é a gravação inicial, já que o som final sempre
dependerá da qualidade do registro original).
Nesse aspecto, ele cita que o estúdio
tem prestado apoio à Polícia na melhoria da qualidade de
gravações usadas na investigação de crimes,
geralmente feitas em equipamentos amadores como as secretárias eletrônicas.
A filtragem permite clarear as gravações, facilitando a identificação
das vozes ou o entendimento de uma frase dita, por exemplo. |