SUDÁRIO
Um mistério de 20 séculos
na Internet
Manto que teria envolvido
o corpo de Cristo é exposto em Turim e na rede mundial de computadores.
E há outro sudário em Oviedo, na Espanha
Verdadeiro?
Então como é que os testes indicam ter sido produzido na
Idade Média? Fraude? Então, como pode conter detalhes que
mesmo com os atuais conhecimentos científicos seria difícil
ou impossível reproduzir?
A Igreja Católica se rende: pesquisadores
até da agência espacial norte-americana Nasa e de outras renomadas
instituições científicas empregam as mais modernas
técnicas de informática e fazem nova bateria de exames no
Santo Sudário, que também ficou exposto até o dia
14/6/1998 em Turim, na Itália, e agora só reaparecerá
para o público no ano 2000, durante o Jubileu Cristão. Nesse
período, os internautas puderam ver o Manto Sagrado através
de uma Webcam colocada na Catedral de Turim (Torino), apontada para a vitrine
high-tech
em que a polêmica peça ficou exposta.
No endereço Sindone-Torino
são apresentados (em italiano, inglês, francês e espanhol)
imagens e textos sobre toda a histórica polêmica ligada ao
lençol de linho que teria envolvido o corpo de Cristo, nos dias
entre a Crucifixão e a Ressurreição.
Como é lembrado, embora a
Igreja reverencie o Manto, não o considera por enquanto como uma
relíquia sagrada, de vez que existem muitas e seculares dúvidas
sobre sua autenticidade. Basta dizer que as primeiras referências
ao Sudário (síndone, em italiano) já levantavam
suspeitas sobre a veracidade de ser ou não autêntico.
Polêmica – Se a Religião
tem dúvidas, a Ciência tem mais ainda. Testes de datação
com Carbono-14 indicam ser o linho produzido entre 1260 e 1390 DC, mas
dois incêndios nas igrejas onde estava guardado podem ter alterado
a chamada meia-vida do Carbono-14 em até 700 anos (ainda assim,
faltaria explicar mais cinco séculos de diferença entre a
morte de Cristo e a época presumida da confecção do
manto!).
Na verdade, esta é até
agora a única dúvida consistente quanto à autenticidade
do Sudário, pois até os vestígios da coroa de espinhos
e de outros detalhes da suplício e sepultamento de Jesus citados
nos Evangelhos (especialmente o de João) estão ali confirmados.
Os cientistas acreditam que o manto
realmente envolveu um corpo, nas condições descritas como
a da morte de Cristo (indícios de torturas, perfurações
etc.), pois não seria possível – mesmo na atualidade – pintar
o tecido da forma como as imagens aparecem: no mínimo, as tintas
penetrariam mais de uma camada do tecido, o que não ocorreu, e o
“artista” precisaria saber reproduzir, por exemplo, o efeito de substâncias
invisíveis exaladas pelo corpo – que só foram conhecidas
recentemente, mas estão presentes no Sudário.
Os computadores revelaram que a imagem
no Manto possui características tridimensionais exclusivas, e há
vestígios de sangue, bem como de pólen de flores que indicam
ter o manto passado por diversos pontos da Europa e do Oriente Médio.
O próprio detalhe da fixação
dos pregos da cruz nos punhos, indicado pelo Sudário, é outra
prova a favor da autenticidade da controvertida peça: ao contrário
do que sugerem todas as imagens da Crucifixão pintadas em séculos
anteriores, se Cristo tivesse pregos fixados nas mãos, elas se romperiam,
não suportando o peso do corpo – detalhe que só foi percebido
poucas décadas atrás.
E se já
não bastasse um, existe outro Sudário: como é mostrado
na Web, o Sudário da cidade espanhola de Oviedo tem referências
ainda mais antigas. Sua presença já era registrada na Europa
por volta do ano 850 d.C., acreditando-se que tenha envolvido a cabeça
de Cristo...
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