HISTÓRIA DO COMPUTADOR
- 41 - O futuro que vem aí
Jornal do próximo milênio
já é preparado nos laboratórios de pesquisa
Brasil
participa dos estudos, reunidos no projeto Notícias no Futuro
Será
impresso em papel? Vendido em bancas de revistas? Será genérico
ou especializado? O jornal existirá, ao menos? Enfim: como os cidadãos
do milênio que se avizinha receberão as notícias do
mundo em que vivem? Questões como essa começam a ser respondidas
pelos cientistas em vários centros internacionais de pesquisa, e
sempre as respostas passam pelo uso do computador. Até a forma de
captação
das notícias poderá ser bem diferente: o próprio papel
do jornal e do jornalista está em discussão.
Para tratar
dessas questões, foi criado dentro do Laboratório de Midia
do Massachusetts Institute of Technology (MIT) o consórcio de pesquisas
News in the Future
(Nif), com a participação
de 23 órgãos de imprensa e empresas afins (como a Kodak e
a Sun Microsystems) de todo o mundo (o Brasil está representado
por O Estado de São Paulo). O consórcio tem o objetivo
de explorar e desenvolver tecnologias que afetem a reunião e disseminação
de notícias. Isso inclui a melhoria da eficiência de produção,
menor tempo de disponibilização da notícia, a praticidade
da apresentação, a relevância do conteúdo editorial
e publicitário para o consumidor..
Futuro
- Um dos cenários possíveis: repórteres irão
a locais de difícil acesso, vestidos com as chamadas roupas inteligentes:
dotadas de sensores, câmaras de vídeo e microfone, além
de computadores portáteis que não precisem ser carregados,
deixando as mãos livres até o momento de se escrever algum
texto. As informações assim captadas poderão estar
instantaneamente na rede mundial de computadores, até mesmo a freqüência
de batimentos cardíacos do repórter.
Ao mesmo tempo
em que se acredita na continuidade do jornal impresso, existe a certeza
de uma grande transformação. Os leitores receberão
o material através de rede de computadores e só imprimirão
o que desejarem. E, como já acontece hoje, o leitor terá
acesso direto à informação original, contando com
programas assistentes que selecionarão os temas de acordo com a
área de interesse de cada usuário. Assim, em termos de informação,
cada leitor terá um jornal exclusivo, feito sob medida, com imagens
e detalhes no tamanho de seu interesse e ainda diagramados conforme esses
padrões (a notícia que cada leitor considera mais importante
será automaticamente colocada em destaque maior).
Mas então,
onde entra o jornal nesse processo? Entra na análise e contextualização
dos fatos. Seu papel fundamental será captar o contexto em que os
fatos ocorrem, recordar situações semelhantes ocorridas no
passado ou em outros lugares, prognosticar o desenvolvimento das notícias.
Os tigres asiáticos miaram. Essa notícia básica poderia
ser obtida na Internet no exato momento em que o fato se caracterizou,
ou alguns instantes depois.
Mas, qual a
importância da queda das Bolsas de Valores asiáticas para
a economia brasileira? O feirante poderia aumentar o preço das hortaliças
no dia seguinte, usando como desculpa os fatos ocorridos na Coréia
e no Japão? Isso já seria mais difícil de encontrar
na Internet, se os jornais deixassem de existir. E esse é o principal
papel dos veículos de comunicação do futuro: reunir
informações obtidas por todos os órgãos dos
sentidos e transformá-la numa análise dos acontecimentos. |