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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP, em 6 de janeiro de 1998
Publicado em Novo Milênio em (mês/dia/ano/horário): 12/04/00 04:43:26
HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 41 - O futuro que vem aí
Jornal do próximo milênio já é preparado nos laboratórios de pesquisa

Brasil participa dos estudos, reunidos no projeto Notícias no Futuro

Será impresso em papel? Vendido em bancas de revistas? Será genérico ou especializado? O jornal existirá, ao menos? Enfim: como os cidadãos do milênio que se avizinha receberão as notícias do mundo em que vivem? Questões como essa começam a ser respondidas pelos cientistas em vários centros internacionais de pesquisa, e sempre as respostas passam pelo uso do computador. Até a forma de captação das notícias poderá ser bem diferente: o próprio papel do jornal e do jornalista está em discussão. 

Para tratar dessas questões, foi criado dentro do Laboratório de Midia do Massachusetts Institute of Technology (MIT) o consórcio de pesquisas News in the Logo do projeto NIFFuture (Nif), com a participação de 23 órgãos de imprensa e empresas afins (como a Kodak e a Sun Microsystems) de todo o mundo (o Brasil está representado por O Estado de São Paulo). O consórcio tem o objetivo de explorar e desenvolver tecnologias que afetem a reunião e disseminação de notícias. Isso inclui a melhoria da eficiência de produção, menor tempo de disponibilização da notícia, a praticidade da apresentação, a relevância do conteúdo editorial e publicitário para o consumidor.. 

Futuro - Um dos cenários possíveis: repórteres irão a locais de difícil acesso, vestidos com as chamadas roupas inteligentes: dotadas de sensores, câmaras de vídeo e microfone, além de computadores portáteis que não precisem ser carregados, deixando as mãos livres até o momento de se escrever algum texto. As informações assim captadas poderão estar instantaneamente na rede mundial de computadores, até mesmo a freqüência de batimentos cardíacos do repórter. 

Ao mesmo tempo em que se acredita na continuidade do jornal impresso, existe a certeza de uma grande transformação. Os leitores receberão o material através de rede de computadores e só imprimirão o que desejarem. E, como já acontece hoje, o leitor terá acesso direto à informação original, contando com programas assistentes que selecionarão os temas de acordo com a área de interesse de cada usuário. Assim, em termos de informação, cada leitor terá um jornal exclusivo, feito sob medida, com imagens e detalhes no tamanho de seu interesse e ainda diagramados conforme esses padrões (a notícia que cada leitor considera mais importante será automaticamente colocada em destaque maior). 

Visão do usuário do totem de notícias de um projetado jornal futurista
Mas então, onde entra o jornal nesse processo? Entra na análise e contextualização dos fatos. Seu papel fundamental será captar o contexto em que os fatos ocorrem, recordar situações semelhantes ocorridas no passado ou em outros lugares, prognosticar o desenvolvimento das notícias. Os tigres asiáticos miaram. Essa notícia básica poderia ser obtida na Internet no exato momento em que o fato se caracterizou, ou alguns instantes depois. 

Mas, qual a importância da queda das Bolsas de Valores asiáticas para a economia brasileira? O feirante poderia aumentar o preço das hortaliças no dia seguinte, usando como desculpa os fatos ocorridos na Coréia e no Japão? Isso já seria mais difícil de encontrar na Internet, se os jornais deixassem de existir. E esse é o principal papel dos veículos de comunicação do futuro: reunir informações obtidas por todos os órgãos dos sentidos e transformá-la numa análise dos acontecimentos.