HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 35 - O futuro que vem aí
História começa no século passado
A
história do transistor se inicia com as importantes descobertas científicas do século passado, como a lâmpada de Edison, a teoria de Maxwell e a
comprovação de Hertz, a gaiola de Faraday, o rádio do jesuíta brasileiro Roberto Landell de Moura (Marconi apareceu depois, mas levou a fama...).
Tubo de vácuo de Fleming
Em 1874, o físico alemão Ferdinand Braun descobriu que cristais podiam conduzir
corrente elétrica em uma direção sob certas circunstâncias, fenômeno que chamou de "retificação". Nos recém-criados receptores de rádio, o cristal
conseguia separar a onda portadora da parte do sinal que continha a informação sonora. Mas para isso era necessário que a onda fosse bastante forte para
ser detectada, e mesmo assim o som era tão fraco que só poderia ser ouvido em fones de ouvido.
O físico inglês John Ambrose Fleming encontrou a solução, aplicando um tubo de vácuo com dois
eletrodos ao sistema de recepção de rádio. A corrente de elétrons entre o cátodo negativamente carregado e o positivo ânodo detectava e amplificava as
oscilações da onda original. O americano Lee De Forest adicionou um terceiro eletrodo ao tubo, uma rede de pequenos fios ao redor do cátodo, criando o
tubo de vácuo amplificador. Essas válvulas equiparam os primeiros computadores, como o ENIAC (que tinha 18 mil válvulas), mas com sérios inconvenientes:
geração de calor, atração de insetos, tamanho, fragilidade, gasto excessivo de energia etc.
Os inventores do transistor
Sílica – Fundados em 1925, os Laboratórios Bell pesquisavam em
diversas áreas, entre elas as propriedades dos cristais como semicondutores. Faltava um meio confiável de detectar ondas de alta freqüência para uso em
telefonia, e os cientistas notaram que a sílica era um material com duas regiões diferenciadas pela direção em que era favorecida a passagem da corrente
elétrica. Mais importante, descobriram que isso era causado por certas impurezas do material, e encontraram a forma de controlar essas propriedades, que
chamaram de Junção Positivo-Negativo (PN Junction).
Três dos cientistas - John Bardeen, Walter Brattain e William Shockley - passaram a se dedicar a
essas pesquisas, e durante um experimento com cristal de germânio acabaram inventando o primeiro semicondutor que podia trabalhar sem um tubo de vácuo:
o transistor. Por essa descoberta, ganharam em 1956 o Prêmio Nobel. Entretanto, o termo "transistor" foi cunhado por outro engenheiro do Bell Labs, J.
R. Pierce.
Em 1954, a IBM lançou o primeiro computador totalmente transistorizado (com 2.000
transistores). Por essa época, o pequeno receptor de radio transistorizado que cabia no bolso começou a se popularizar (no Brasil, virou moda ir ao jogo
de futebol com o radinho no bolso, nos anos 60...). Em 1959, surgiu o primeiro circuito integrado.
Rádio transistorizado, moda a partir de 1960
Hoje, os transistores – geralmente agrupados em chips com milhões de unidades
transistorizadas – estão presentes tanto nos aviões e carros como nos jogos de computador, no telefone celular, na televisão de alta definição (HDTV),
no radar, mas fotocopiadoras, nos satélites, nas câmaras de vídeo e fotográficas... e principalmente nos computadores! |