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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP em 2/4/1996
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 03/20/02 16:51:14
CARTÃO DE VISITA: Páscoa na Internet
As origens da festa 

A Páscoa é uma data-base no calendário cristão e deve ser celebrada no primeiro domingo seguinte à lua cheia depois do dia 21 de março (início da Primavera), conforme as tradições. Existe uma complicada fórmula matemática para calcular essa data, de que participam o ciclo lunar, o ciclo solar, o chamado áureo número, a epacta (número de dias após o início do ciclo lunar, no primeiro dia do ano civil), a letra dominical (que designa em que dia da semana começou o ano civil), entre outros ítens. A partir da Páscoa, determina-se facilmente as outras datas móveis: o domingo de Carnaval ocorrerá sempre 49 dias antes da Páscoa e o dia de Corpus Christi, 60 dias depois.

Para os cristãos, a Páscoa representa a ressurreição de Cristo, três dias depois de sua morte na cruz. Para os judeus, que não reconhecem a figura de Cristo, a comemoração ocorre durante a semana seguinte à da Páscoa cristã.

Segundo a publicação novaiorquina Family Word, em página específica sobre o tema, a Páscoa sempre foi considerada o símbolo de uma nova vida, e o ovo pascal já era conhecido pelos judeus com a mesma simbologia. A tradição dos ovos decorados chegou à Europa na Idade Média, levada pelos cruzados - era prática comum entre egípcios, persas, fenícios, gregos e romanos pintar ovos para seus festivais de Primavera. Na Polônia e na Ucrânia, essa tradição foi levada muito a sério.

Ovo-jóia de Carl Fabergé: Cuco, de 1900 Ovo-jóia de Carl Fabergé: Azova, de 1891
Jóia - Os ovos de Páscoa mais elaborados nem são ovos: um joalheiro russo, Carl Fabergé, fez seus ovos de ouro, prata e pedras preciosas. Abertos, revelavam pequenas imagens de pessoas, animais, plantas ou prédios, e eram dados como presentes pelo imperador russo aos amigos.

O costume de usar roupas novas na Páscoa começou no ano 300, com o primeiro imperador cristão, Constantino: ele decretou que os membros de sua corte deveriam trajar as melhores roupas nesse dia.

Os desfiles de Páscoa, como em Nova York, começaram na Idade Média, como continuação do Passeio de Páscoa, em que as pessoas das cidades usavam suas melhores roupas no passeio das igrejas aos campos.

Um desenho do coelho de Páscoa no deserto (Desert Easter Bunny)Em partes da Europa, as tribos tinham uma forma abreviada de chamar Eostre, a deusa da Primavera, e que começou a ser usada para descrever a direção do nascente - Leste. Daí a palavra Easter. As primeiras cestas de Páscoa se assemelhavam aos ninhos de pássaros. Antes, as pessoas colocavam os ovos nos ninhos em honra da deusa Eostre.

Coelho por lebre - O coelho de Páscoa é uma versão moderna de um símbolo pascoalino muito antigo. A lebre (parente do coelho) era sagrada para a deusa Eostre. No século XVIII, colonizadores alemães levaram para os Estados Unidos a idéia dos coelhos de Páscoa. O costume de procurar os ovos de Páscoa foi iniciado por uma duquesa alemã, ao dizer que os brilhantes ovos de Páscoa tinham sido deixados pelos coelhos para as crianças, que tinham como passatempo encontrá-los.

O quarto presidente dos Estados Unidos, James Madison; sua mulher Dolly e o filho John iniciaram na Casa Branca o costume de na segunda-feira de Páscoa fazerem anualmente uma festa em que as crianças procuram os ovos escondidos na Casa Branca.

Tradiçőes canadenses, em página da Universidade de Manitoba
Canadá - Existem muitas tradições pascoalinas, em todo o mundo. As crianças canadenses, como lembra a Universidade de Manitoba, acreditam que o coelho da Páscoa lhes trará ovos coloridos, normalmente confeitados. As famílias celebram a data comprando novas roupas, preparando cardápios especiais, além de participarem dos serviços religiosos pascoalinos.

Tradições suecas - Na Suécia, segundo a Lulea University, os rituais são parecidos, incluindo o Domingo de Ramos, que marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, recebido com ramos de palmeiras. Existe a superstição de que as bruxas ficam especialmente poderosas nesta semana. Numa terça-feira como a de hoje, elas voam em suas vassouras para se juntar ao demônio num lugar chamado “Blakulla”, retornando no sábado seguinte. Na manhã de Páscoa, as pessoas temem acender suas lareiras, porque as bruxas de Páscoa podem ter deixado algum feitiço sobre as chaminés, a caminho de Blakulla. Para se assegurarem de que estão livres de feitiços, queimam nove tipos diferentes de árvores antigas.

Para que as vassouras das bruxas voem, são molhadas com uma poção secreta, segundo a lenda, e elas se reúnem nas torres das igrejas para seguirem juntas até Blakulla. Aproveitam para raspar algum metal dos sinos, pois este seria usado nessa poção. Assim, é prova de coragem entre os rapazes passar num campanário a noite anterior à Páscoa, sem fazer qualquer movimento, pois se forem descobertos pelas bruxas tornam-se instantaneamente calvos. Também são comuns cruzes e outros Na cidade suíça de Luzerna, o festival da Páscoa ocorreu dia 30/3/1996símbolos sacros nas portas, tiros para o céu e outras práticas anti-bruxas. Crianças suecas costumam se vestir de bruxas (como no Dia das Bruxas dos Estados Unidos, doces ou travessuras), levando pequenos cartões decorados (Easter letters). Na área ocidental do país, os cartões são colocados nas caixas de correio ou sob as portas, mantendo-se secreta a identidade de quem os envia.

Na tarde antes da Páscoa, costumam comer ovos de Páscoa, que são cozidos e em muitos casos decorados, mas longe das tradições existentes em outros países. Nas manhãs de Páscoa, bem cedo, os rapazes se reúnem nas vilas, munidos de galhos, e percorrem cada fazenda na região, batendo com os galhos nas garotas, até que elas lhes dêem de beber algo que não seja água. Depois de algumas incursões, podem ser bem desagradáveis. Na noite seguinte, em algumas regiões do país, elas se vingam, aplicando-lhes seu próprio remédio...

Na quarta-feira antes da Páscoa (Dymmelsonsdagen), é comum prender objetos atrás das roupas das vítimas, de forma a que nada suspeitem e fiquem circulando com esses objetos pelo maior tempo possível.

Ovo-jóia de Carl Fabergé
Ovo-jóia de Carl Fabergé: Renaissance, de 1894
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