São Paulo soma, em 2005, 40 milhões de habitantes
O relógio populacional do site da Fundação Seade registrará no
próximo dia 30 de julho, às 14h36, o número 40.000.000.
Em 2005, a população paulista atinge a marca de 40 milhões.
Unidade da Federação mais populosa do país, concentrando 21% da população brasileira, o Estado de São Paulo passa, assim,
a ser mais populoso do que 178 países, colocando-se abaixo de apenas 29 em termos de habitantes. Na América do Sul, somente a
Colômbia abriga um número maior de pessoas que nosso Estado. No território paulista residem 11% de todos os sul-americanos.
São Paulo atinge esse patamar após crescer a taxas sempre maiores
que a média nacional. A década de 50 foi a de maior expansão, quando o Estado cresceu 3,6% ao ano e o Brasil, 3,2%. No último
período censitário, 1991-2000, enquanto São Paulo aumentou 1,8% ao ano, o Brasil registrou incremento de 1,6%. No início do
século XXI, os ritmos de crescimento esperados para essas áreas são menores, mas o estimado para São Paulo (1,6%) ainda supera a
média nacional (1,4%).
As estatísticas vitais, processadas e organizadas pela Fundação
Seade com informações sobre nascidos vivos e óbitos provenientes dos Cartórios de Registro Civil do Estado, relacionadas com os
Censos Demográficos, realizados pelo IBGE, permitem analisar o crescimento populacional, interpretar a dinâmica demográfica
paulista e construir cenários futuros para a população do Estado.
Tabela 1
Taxas anuais de crescimento populacional
Brasil e Estado de São Paulo - 1940-2005 - Em porcentagem:
Áreas |
1940/50
|
1950/60
|
1960/70
|
1970/80
|
1980/91
|
1991/00
|
2000/05
|
Brasil |
2,3
|
3,2
|
2,8
|
2,5
|
1,9
|
1,6
|
1,4
|
Estado de S.Paulo |
2,4
|
3,6
|
3,2
|
3,5
|
2,1
|
1,8
|
1,6
|
Fonte: Fundação Seade/IBGE.
O modelo de projeção populacional adotado pelo Seade baseia-se no
chamado método dos componentes demográficos, que considera, na simulação dos possíveis cenários futuros para a população
paulista, a interação das três variáveis responsáveis pelo crescimento populacional: fecundidade, mortalidade e migração. A
tendência esperada para os componentes da dinâmica demográfica do Estado de São Paulo considera a continuidade da queda nos
níveis da fecundidade, o gradativo aumento da expectativa de vida ao nascer e a redução nas taxas de migração para o Estado. A
interação dessas tendências resulta na manutenção do processo de desaceleração do ritmo de crescimento, cuja taxa anual deve
atingir 1,6%, no primeiro qüinqüênio do século XXI.
Tais tendências também produzem importantes alterações na
estrutura etária e no ritmo de crescimento de todos os segmentos da população do Estado de São Paulo. Os resultados dessa
análise, considerando os grupos quinzenais de idade, indicam que o segmento etário menor de 15 anos manteve seu volume
populacional praticamente inalterado, enquanto os demais registraram aumentos diferenciados.
Entre 2000 e 2005, o grupo de maior volume populacional, com
idades entre 15 e 29 anos, cresceu à taxa anual de 1,0%; o contingente entre 30 e 44 anos elevou-se em 1,6%; e a população de 45
a 59 anos registrou o maior crescimento (4,2%). O número de habitantes na terceira idade (com 60 anos ou mais) também apresentou
aumento expressivo, nesse período, com um acréscimo de 510 mil pessoas. O contingente entre 60 e 74 anos elevou-se em 2,6% ao
ano e aquele com mais de 75 anos registrou a segunda maior taxa de crescimento da população paulista (3,9% ao ano).
Entre 2000 e 2005, consolida-se o processo de envelhecimento da
população residente no Estado de São Paulo, quando os grupos a partir dos 30 anos de idade aumentam sua participação relativa na
população total, enquanto os mais jovens a diminuem, com destaque para o segmento de menores de 15 anos, cuja perda proporcional
foi de aproximadamente dois pontos percentuais. A participação da população de 45 a 59 anos apresentou a maior diferença,
aumentando cerca de dois pontos percentuais em apenas cinco anos.
A composição da população paulista, por sexo, revela maior
presença de mulheres. Isso decorre, principalmente, do diferencial existente na esperança de vida ao nascer - que registra uma
margem de cerca de oito anos de vida a favor das mulheres -, além da maior participação do sexo feminino nos fluxos migratórios
recentes para o Estado.
O indicador utilizado para avaliar o equilíbrio populacional entre
os sexos é a razão de sexo, que indica quantos homens existem para cada 100 mulheres. Em 2005, há equilíbrio entre homens e
mulheres nas faixas menores de 29 anos. Com o avançar da idade, ocorre queda gradativa neste indicador, observando-se a
crescente supremacia da população feminina, que se destaca na terceira idade: para o contingente entre 60 e 74 anos, há 82
homens para cada 100 mulheres e no grupo de 75 anos e mais essa relação é ainda menor (63 homens para cada 100 mulheres).
Gráfico 1
População residente, por grupos etários -
Estado de São Paulo:
Fonte: Fundação Seade/IBGE
Gráfico 2
Distribuição da população, por grupos etários -
Estado de São Paulo:
Fonte: Fundação Seade/IBGE
Nos municípios paulistas, desaceleração generalizada
A análise do incremento populacional dos municípios paulistas,
para o primeiro qüinqüênio do século XXI, mostra desaceleração generalizada em suas taxas de crescimento e menor variabilidade
entre elas, quando comparadas àquelas registradas na década anterior. Enquanto no período 1991-2000 foram observados 86
municípios com taxas negativas de crescimento e 105 com taxas superiores a 3%, nos primeiros cinco anos do século XXI a projeção
indicou 52 municípios com taxas negativas e 69 com taxas anuais superiores a 3%.
Taxa anual de crescimento populacional - 2000/2005:
Aqueles com taxas de crescimento negativas localizam-se, em sua
maioria, na região oeste do Estado de São Paulo, ao passo que os municípios com as taxas mais elevadas concentram-se no leste
paulista.
Bertioga é o município paulista com o maior ritmo de crescimento
populacional entre 2000 e 2005 (8,4% ao ano) e sua população corresponde a 44,5 mil habitantes, em 2005. Merecem destaque,
também, Vargem Grande Paulista, Bady Bassitt, Santana de Parnaíba e Caieiras, cujas taxas anuais superam 5%.
No outro extremo, aparece Itaóca, com o maior decréscimo
populacional (-1,7% ao ano) e cuja população chega a 2.866 habitantes, em 2005. Também com taxas de crescimento populacional
inferiores a -1,0% ao ano, estão os municípios de Ribeira, São João do Pau d’Alho, Santa Rita d’Oeste e Santana da Ponte Pensa.
Em 2005, os municípios pequenos continuam a ser a maioria. Dos 645
municípios paulistas, 287 têm menos de 10 mil habitantes e 112 têm entre 10 mil e 20 mil habitantes. Borá mantém-se na posição
de menor município paulista, com apenas 831 habitantes - o único com população inferior a mil pessoas - e taxa de crescimento de
0,8% ao ano. Somente nove municípios apresentam população superior a 500 mil habitantes: São Paulo (10.744 mil); Guarulhos
(1.230 mil); Campinas (1.029 mil); São Bernardo do Campo (768 mil); Osasco (694 mil); Santo André (669 mil); São José dos Campos
(592 mil); Sorocaba (560 mil) e Ribeirão Preto (543 mil).
No total de municípios paulistas, 81,2% possuem menos de 50 mil
habitantes e abrigam 17,4% da população estadual, enquanto os 18,8% restantes concentram 82,6%.
Considerando que o crescimento vegetativo da população, no Estado
de São Paulo, é de aproximadamente 1,0%, pode-se supor que os municípios com taxas superiores a esse patamar apresentariam
atração populacional, ou seja, saldo migratório positivo, pois as entradas de migrantes seriam maiores que as saídas. De forma
semelhante, os municípios com taxas inferiores a 1,0% indicariam saldos migratórios negativos e aqueles com taxas negativas
estariam perdendo população.
No qüinqüênio 2000-2005, apenas 8% dos municípios perderam
população, quase todos com menos de 10 mil habitantes. A única exceção é São Caetano do Sul, cuja população, em 2005, atinge 137
mil habitantes, contra 140 mil habitantes em 2000.
No estrato de municípios com taxas de crescimento entre 0% e 1%,
portanto, com provável saldo migratório negativo, foram classificados 30,7% dos municípios paulistas. Em contrapartida, 61,3%
dos municípios registraram taxas de crescimento superiores a 1%, o que indicaria saldo migratório positivo ou atração
populacional. O mapa indica os municípios classificados em cada extrato de classe de taxa de crescimento.
A população residente no Estado de São Paulo já não mantém o ritmo
de crescimento observado no passado. Entre 2000 e 2005, essa taxa foi a metade da observada na década de 60. A maioria dos
municípios tem menos de 50 mil habitantes, mas a população concentra-se naqueles de maior porte.
Tabela 2
Número de municípios, por
classes de taxa de crescimento populacional,
segundo porte populacional - Estado de São Paulo - 2005:
Porte populacional |
Classes de Taxa de Crescimento Anual - 2000/05
|
Menos
de 0%
|
0%
a 1%
|
Mais de
1% a 2%
|
Mais de
2% a 3%
|
Mais
de 3%
|
Soma
|
TOTAL |
52
|
198
|
236
|
90
|
69
|
645
|
Até 10 mil hab. |
46
|
119
|
79
|
31
|
12
|
287
|
Mais de 10 mil a 20 mil hab. |
5
|
39
|
40
|
17
|
11
|
112
|
Mais de 20 mil a 50 mil hab. |
0
|
31
|
59
|
14
|
21
|
125
|
Mais de 50 mil a 100 Mil hab. |
0
|
5
|
26
|
6
|
13
|
50
|
Mais de 100 mil a 500 mil hb. |
1
|
2
|
27
|
20
|
12
|
62
|
Mais de 500 mil hab. |
0
|
2
|
5
|
2
|
0
|
9
|
Fonte: Fundação Seade
A população é hoje marcadamente adulta e sua distribuição etária
já perdeu a forma piramidal apresentada no passado. A crescente proporção da população em idade ativa e na terceira idade é
resultado da alta natalidade e da queda da mortalidade ocorridas a partir de 1945. As elevadas taxas de migração observadas
entre 1960 e 1980, quando grande número de pessoas, principalmente com idades entre 20 e 30 anos, buscava trabalho no Estado de
São Paulo, também contribuíram para a tendência registrada no presente. A existência de menor proporção de crianças e jovens na
população deve-se à redução da natalidade observada a partir de 1984.
Quanto à mobilidade da população, as projeções indicam que os
municípios localizados na porção central e norte do Estado têm apresentado saldos migratórios positivos, mas são aqueles do
entorno das sedes de regiões metropolitanas que continuam a exercer forte atração populacional. Por seu turno, grande parcela
dos municípios situados nas regiões oeste, noroeste e sul do Estado vem apresentando saldos migratórios negativos. |