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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 03/05/03 06:35:52
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NOTÍCIAS 2003

Rastreabilidade garante a segurança

 Sérgio Ribinik (*)
Colaborador

De uma forma geral, empresas e governos de todo o mundo vêm buscando maneiras de rastrear a distribuição de produtos, em especial alimentos e medicamentos, dentro da cadeia de suprimentos. A meta principal é aumentar a segurança dos consumidores. Nesse sentido, medidas eficientes para evitar a pirataria, falsificação e roubo de produtos estão sendo discutidas, visando a soluções capazes de garantir a integridade dos produtos que chegam ao consumidor e segurança para as operações das empresas. Todos são lesados, o que é muito negativo nesta era de valorização da cidadania, aprimoramento e respeito mútuo das relações de consumo e de inexorável exercício da responsabilidade social por parte das organizações.

Solução - Uma das soluções para amenizar ou acabar com esse processo é investir na rastreabilidade, ferramenta fundamental, especialmente nos casos em que o impacto causado por incidentes envolvendo a segurança suscita, além dos danos à saúde dos consumidores, a redução da confiança da população nos produtos, nos órgãos de fiscalização e nas empresas.

No varejo, a rastreabilidade vem sendo usada sistematicamente e se mostrou uma solução vital para localizar e identificar corretamente qualquer produto, em todos os elos da cadeia de suprimento. Este modelo envolve padrões de identificação de itens comerciais, unidades logísticas e mensagens para troca eletrônica de dados e é baseado no emprego do Sistema EAN.UCC, por meio do padrão UCC/EAN-128. Devido à sua capacidade de carregar dados alfanuméricos e alocá-los seqüencialmente em uma mesma barra, o UCC/EAN-128 permite a codificação de dados complementares e necessários à rastreabilidade de produtos e unidades logísticas, como o número de lote, número de série e data de validade.

É importante, ainda, deixar claro ser de responsabilidade de cada empresa gerenciar os vínculos entre o que ela recebeu de seus fornecedores e o que está entregando a seus clientes. Os vínculos também incluem a interação entre os produtos e suas unidades de transporte e armazenamento. Precisão e rapidez no registro e recuperação dos dados também são dois elementos de referência em qualquer sistema de rastreabilidade. Alguns dados precisam ser sistematicamente transmitidos entre os parceiros, enquanto outros devem ser apenas registrados.

Utilizada em vários países do mundo, a rastreabilidade vem possibilitando controle total de todas as etapas da cadeia de suprimentos, fornecendo instrumentos fundamentais para análise e gestão de riscos. Em alguns países, a rastreabilidade já é adotada como prática obrigatória para a reconstituição da origem, embalagem, transporte e armazenagem de alguns produtos. A União Européia, por exemplo, exige que toda a carne comercializada no Bloco tenha rastreabilidade. No Brasil, o governo vem tomando algumas medidas que conduzem à rastreabilidade parcial de medicamentos e alimentos, tais como o controle da distribuição de medicamentos (Portaria MS 801/98) e o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov).

Padrão único - Ou seja, controlando melhor os riscos, a empresa pode maximizar os seus resultados, além de oferecer mais segurança e confiabilidade ao consumidor. Outro aspecto fundamental é o fator diferenciação de produto. Ao obter certificação de origem e processamento, a empresa pode diferenciar e agregar valor a seus produtos. Mas, vale salientar, todo esse processo só terá resultado se houver uma comunicação integrada. Também é imprescindível que todos os parceiros comerciais da cadeia possuam um padrão único de identificação, em processos colaborativos, nos quais a informação relevante é trocada continuamente entre os componentes da cadeia.

Dessa forma, fica fácil verificar os dados de um produto, desde a produção até o consumidor. Este, com certeza, será o maior beneficiado, pois estará, sem dúvida, exercendo um de seus maiores direitos: saber a origem do que está adquirindo e, assim, consumir exatamente o que está imaginando.

(*) Sérgio Ribinik é diretor executivo da EAN Brasil.