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NOTÍCIAS 2002

Serviços Web: ficção ou realidade?

Roberto Rebouças (*)
Colaborador

Apesar da grande evolução ocorrida nos sistemas de negócios entre empresas, o fator "integração", que na realidade é o que dá sentido a tudo isso, ainda se mantémRoberto Rebouças como um dos maiores obstáculos a serem vencidos. Parte considerável do problema acontece por uma razão simples: o trabalho de integrar aplicações é feito ao contrário.

Primeiro, se desenvolvem sistemas a fim de atender necessidades imediatas do negócio e só em seguida, detecta-se que a empresa não é uma célula isolada e que precisa se comunicar com outras, ou até mesmo entre seus departamentos. Resultado: hoje 70% de todas as aplicações de missão crítica são integráveis com … nada!

Porém, com o surgimento dos serviços Web, pela primeira vez isto é possível. Eles permitem integrar aplicações, mudar a interface com o usuário e evoluí-las sem reescrever uma única linha de código.

E, ao contrário do que possa parecer, não se trata de nenhuma novidade. Os serviços Web são apenas um "novo sabor" de programação. Só que totalmente baseados em padrões. Assim, permitem ao programador combinar sistemas existentes de novas maneiras e recombiná-los de formas diferentes para compatibilizá-los com as necessidades dos negócios e ainda mantê-los facilmente. Eles fazem nada mais, nada menos, do que o que poderia ter sido feito antes, mas agora de uma maneira padrão, segura, fácil de entender e reutilizável.

Modulares - Pode-se comparar os serviços Web com o aparelho de som. Os primeiros eram verdadeiros móveis que nós tínhamos na sala. Tudo era integrado, a vitrola, o gravador e o rádio, sendo quase impossível acrescentar algo. Hoje, o mesmo equipamento se compõe de módulos, normalmente até de fabricantes diferentes, cada um com uma tarefa e todos interligáveis. Esta é exatamente a proposta dos serviços Web.

Talvez por parte de muitos ainda exista resistência na adoção desta tecnologia, porque ela é simples. Entretanto, funciona. E, desta vez, os grandes fornecedores (IBM, Sun, Microsoft, HP, BEA, Oracle, Attachmate e outros) concordaram em trabalhar sob padrões. Uma cooperação sem precedentes na indústria de Tecnologia da Informação (TI)!

O resultado é a possibilidade de desenvolver soluções independentes de plataforma, linguagem, baseadas em padrões independentes do sistema operacional, modulares e facilmente expansíveis. Numa aplicação, cada módulo pode ser de um fornecedor diferente e o usuário monta sua própria solução personalizada. E se houver problema em algum módulo, ele não afeta o resto do sistema.

Assim, com este conjunto de recursos, os serviços Web alavancam sistemas legados, estabelecem a comunicação entre aplicações escritas em várias linguagens, principalmente aqueles desenvolvidos e executados em diferentes ambientes ou plataformas.

Futuro - Ou seja, os Web Services podem ser considerados a tecnologia do futuro. Pois corrigem o maior de todos os problemas atuais: a integração. Além disso, fazem esta rotina acontecer de uma maneira compreensível, reutilizável e padronizada. Trata-se de uma mudança fundamental num cenário marcado por ilhas de aplicativos, fornecedores, plataformas...

A grande discussão que fica sobre os serviços Web envolvem os usos futuros: as empresas listarão seus serviços Web em diretórios públicos. Outros poderão alugar serviços prontos das empresas publicadas e os usuários poderão subscrever os serviço que desejam. Sonhos? Talvez. Mas é possível. Quem sonharia com a Internet anos atrás?

(*) Roberto Rebouças é diretor e gerente técnico da Attachmate Corporation para a América Latina.

Roberto Rebouças