NOTÍCIAS 2002
Executivo usa telefone para maior segurança
Com o crescimento da violência, o medo tomou conta das grandes
cidades. Na capital paulista, por exemplo, executivos habituados a se deslocar constantemente, de um ponto a outro da cidade, já
pensam duas vezes antes de botar o pé para fora de suas confortáveis salas e correr o risco, iminente, de se tornarem alvos de
seqüestradores. Além de reforçar a segurança pessoal, muitos desses profissionais podem encontrar uma saída simples, ao alcance da
mão, como mais uma medida preventiva ante a bandidagem que ronda a cidade: o telefone.
Até há pouco tempo uma modalidade praticamente desconhecida no Brasil, a realização de
reuniões de negócios via áudio-conferência - por telefone, simplesmente - tende a conquistar a adesão de muita gente preocupada com
a segurança, acreditam os sócios da Conference Call do Brasil, empresa com dois anos de existência que já atende a clientes como
Varig, Springer Carrier, Datamark Market Intelligence, Hoster Internet Carrier, SSA, Warner Lambert e outros.
As reuniões por áudio-conferência permitem que dezenas de pessoas, a partir de locais
diferentes - bairros, cidades, países - realizem um encontro, como se estivessem todas dentro de uma mesma sala. Ao contrário
da modalidade videoconferência, que virou moda nas grandes empresas e exige equipamento especial - e caro! - por satélite, a
áudio-conferência pode ser organizada em minutos. Basta que seus participantes liguem para determinado número de telefone, fornecido
pela CCall. O custo é de apenas R$ 0,58 por minuto por participante.
"Multinacionais, bancos e outras organizações já usam com sucesso o nosso serviço, e o mesmo tende
a crescer, em demanda, em virtude do quadro de violência que choca a sociedade", salienta Christopher Potter, um dos sócios da
CCall. "Diante de todo esse cenário, nos alegra poder oferecer aos empresários uma saída para driblar a violência", emenda Steven
Woolf, que divide com Potter o comando da CCall. "Estamos todos no mesmo barco", acrescenta Steven, já quase sem sotaque britânico
(ambos são de origem inglesa). Hoje convertidos paulistanos, eles também andam com medo da cidade.
"Fica mais fácil e menos estressante usar o telefone para falar com vários executivos envolvidos
numa mesma questão, ao invés de todos terem de se deslocar a um só recinto, principalmente rumo às regiões críticas da cidade no
tocante à violência", afirma Graham Wallis, diretor-presidente da Datamark, empresa da área de inteligência de mercado - usuário
freqüente do serviço da Conference Call do Brasil.
Outro executivo, Jaime Abadi, diretor da Hoster Internet Carrier, também utiliza bastante o
serviço. Inicialmente, sua opção pela áudio-conferência estava ligada a dissabores enfrentados em congestionamentos. Contudo, a
questão da segurança, ou insegurança, já começa a pesar no momento de ele decidir entre se deslocar ou fazer suas reuniões por
telefone. "Além de deixar de ganhar pelo menos R$ 100 a cada hora perdida no trânsito, agora tenho de me preocupar como nunca com a
segurança", diz Jaime, finalizando: "Chegamos ao limite". |