NOTÍCIAS 2002
Museu de 5 andares conta a história do cinema
Aberto em Turim, chegou a ser considerado o mais alto do mundo
Joana Lúcia Maciel (*)
Correspondente NM em Turim
Foi inaugurado em 2000 o mais alto museu de cinema do mundo. O
Museu Nacional do Cinema está
situado a 167 metros de altura, no monumento-símbolo de Turim, La Mole Antoneliana. Com cinco andares, o espaço guarda fotografias,
cartazes e objetos de artistas que fizeram a história mundial da chamada Sétima Arte.
Projeto do arquiteto e diretor artístico François Confine, o museu tem área de 3.200 metros
quadrados. Os cinco andares foram organizados de modo a proporcionar aos visitantes a possibilidade de viver emoções dentro de um
cenário de um diretor de cinema famoso, ou conhecer por dentro o camarim de estrelas cinematográficas.
O museu tem mais de cinco mil filmes que contam a história do cinema das origens até os dias
de hoje, independente da nação. Particularmente importante são as sessões dedicadas ao cinema mudo italiano, à produção francesa e
aos clássicos hollywoodianos.
Andares - O primeiro andar dá acesso a uma rica área arqueológica. Por meio de um elevador
panorâmico, entra-se diretamente na sala dedicada ao projetor cinematográfico; aí tem início um grande roteiro didático
dedicado às várias fases de realização do filme, mostrando desde os mecanismos das máquinas de produção e edição até se atingir o
produto final.
As arcadas da passarela que ligam os saguões mostram as várias fases de pesquisa, produção,
cenografia, vestuário, distribuição das cenas e o story board (história em quadrinhos das cenas a serem filmadas); além de
detalhar o uso de técnicas cinematográficas como iluminação, fotografia, música, efeitos especiais e montagem final.
O segundo andar é dedicado aos precursores da imagem em movimento: o público descobre em dez
etapas sugestivas a progressão para o cinema de hoje. Nas galerias dos andares superiores e nas áreas imensas e centrais do templo,
os itinerários percorrem sets de filmagem, produção e roteiro. Essa parte se encerra com a projeção em telas gigantes das cenas mais
sugestivas e espetaculares da história do cinema.
Depois disso pode-se escolher entre subir as escadas em caracol, de modo a apreciar uma
parte da coleção dos cartazes, ou entrar diretamente na sala do templo, localizada na área central do Museu. Nesse local os
espectadores se acomodam em confortáveis poltronas para assistir à projeção de dois breves filmes: O cinema mudo em Turim, em preto
e branco; e uma retrospectiva da história da Itália.
Quem quiser curtir o panorama da cidade pode tomar o elevador panorâmico até a
cúpula, onde existe uma mostra permanente de jovens produtores que usam o vídeo como suporte. Eles se inspiram em temas singulares
como Amor/Morte; Cinema Experimental; Horror e Ficção Científica; Desenho Animado; e Turim, Cidade do Cinema.
Arte - Atualmente, além dos cinco mil títulos de filmes da cinemateca, o Museu possui
mais de nove mil objetos de arte, entre quadros e gravuras antigas; 140 mil documentos fotográficos; 15 mil cartazes; uma biblioteca
especializada com 20 mil volumes e três mil títulos de jornais; uma fonoteca; e um arquivo de grande valor histórico.
A programação cinematográfica da multissala do Museu apresenta mais de mil filmes por ano,
além de organizar em colaboração com outras cinematecas nacionais e internacionais eventos e festivais que pretendem fazer de Turim
o novo centro internacional de promoção do cinema e de sua memória.
(*)
Joana Lúcia Maciel é jornalista, correspondente de
Novo Milênio em Turim, na Itália, onde reside.
N.E.: a Mole Antonelliana é uma torre de 167,5 m de altura que chegou a ser
considerada a mais alta do mundo, tendo sido projetada por Alessandro Antonelli. O nome Mole significa "construção maciça", e do
alto da torre é possível ver toda Turim e regiões próximas, como a Superaga e os Alpes.
A torre está situada na Via Montebello, 20, em Turim, a antiga capital
italiana do cinema, que chegou a ser chamada de "Hollywood do Rio Pó" no início do século XX. Fundado originalmente em 27/9/1958 por
Maria Adriana Prolo (carinhosamente chamada de "Madame Película de Cinema"), o
Museo Nazionale del Cinema reabriu na nova sede em 19/7/2001,
tendo como sócios-fundadores a Região Piemonte (onde se situa Turim ou Torino), a Comuna e a Provincia di Torino, a Cassa di
Risparmio di Torino, a Associazione Museo Nazionale del Cinema, a Fondazione Agnelli e a Compagnia di San Paolo.
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