NOTÍCIAS 2002
Empresas usam mais as áudio-conferências
O sistema de videoconferência, que virou coqueluche nas
empresas nos últimos anos, ganhou uma concorrência incômoda no Brasil: a áudio-conferência, uma modalidade de reunião que pode
envolver dezenas de executivos ao mesmo tempo, a partir de diversos lugares do mundo e a custos bem mais competitivos. Esse modelo
de encontro de negócios conquista a cada dia novos adeptos, a se medir pelo desempenho da Conference Call do Brasil, empresa
especializada na área, que registrou volume de negócios em 2001 100% superior ao ano anterior.
Criada há dois anos, em São Paulo, pelos executivos de origem britânica Christopher Potter e
Steven Woolf, ela presta serviços de áudio-conferência a empresas como Warner Lambert, Varig, Tendências Consultoria, Springer
Carrier, Datamark e Hoster Internet, entre outras multinacionais e bancos estrangeiros.
Telefonia melhorou - Contribuem ao incremento do serviço de áudio-conferência fatores
como a dificuldade de deslocamento nos grandes centros, principalmente a cidade de São Paulo; a necessidade de redução de custos nas
empresas, incluindo viagens, e a insegurança urbana. Há dois anos, a modalidade áudio-conferência perdia de goleada da
videoconferência por uma razão simples de entender: então, a qualidade dos serviços de telefonia no Brasil era precária, ao
contrário do que acontece hoje.
"Antes, quando não existiam tais facilidades, os executivos tinham mesmo de viajar e gastar bem
mais", diz Dorita Perez, executiva da marca norte-americana de aparelhos de ar condicionado Springer Carrier, usuária constante do
serviço de áudio-conferência. "Mesmo sem viajar, demorava-se dias para telefonar, mandar e receber certas informações a todos os
executivos envolvidos numa questão", emenda Graham Wallis, diretor da Datamark, empresa ponto.com da área de inteligência de
mercado.
O diretor da Hoster Internet Carrier, Jaime Abadi, aponta outra razão para a escolha da
áudio-conferência: as chuvas que costumam atingir a capital paulista. "Se chover, tudo fica mais difícil, sem contar o problema da
insegurança que qualquer cidadão enfrenta na região metropolitana", diz Jaime. "O telefone agiliza muito o processo", afirma,
ressaltando que deixa de ganhar R$ 100 a cada hora perdida num congestionamento.
Custo menor - A Conference Call cobra em torno de R$ 0,58 por minuto para cada
participante. "Quando o serviço é comparado com custos de viagens e hospedagens, mesmo entre Rio de Janeiro e São Paulo, os
benefícios financeiros são visíveis", destaca Steven Woolf, um dos diretores da CCall. Seu sócio, Christopher Potter, traça um
comparativo entre a áudio-conferência e a videoconferência.
"Por telefone, podemos conectar a dezenas de pessoas rapidamente, em vários lugares, sem a
necessidade de qualquer equipamento especial", diz Christopher. "Já a videoconferência limita o número de participantes e exige que
os mesmos se desloquem, com prévio aviso, a um local único, dotado de equipamento caro, isso sem falar na verificação de detalhes
técnicos e compatibilidade de sistemas além da relação custo-benefício, que favorece sem precedentes à áudio-conferência",
finaliza. |