Metron explica o grande elefante
cinza
Verdadeiro
tiroteio de números e afirmações agita o mercado brasileiro
de computadores de mesa, tendo a fabricante nacional Metron de um lado
e as marcas internacionais - como Compaq, HP, Dell - de outro, na guerra
pela liderança no mercado de PCs.
Um dos lances dessa batalha é
a matéria da revista ComputerWorld de 12/2001, sobre o chamado
"mercado cinza" de integradores "ilegais" desses equipamentos, que competem
com preços inferiores aos praticados pelas grandes empresas. A Metron
se sentiu incluída nessa classificação de mercado
cinza e reagiu com nota à imprensa. E a guerra também ocorre
nas estatísticas: depois de anunciar em novembro que tinha obtido
a liderança do mercado de PCs, precisou divulgar um esclarecimento
sobre como tinha composto tais números, desmentindo-se parcialmente.
Sobre a questão do "mercado
cinza", no dia 17/12/2001, a Metron emitiu o seguinte comunicado:
O Grande
Elefante Cinza |
Em sua edição
n. 355, de 05 de dezembro deste ano, a conceituada revista ComputerWorld
publica reportagem assinada por Renata Coltro, sob o título "O Grande
Elefante Cinza", e reproduzida no site Terra, na página de Negócios,
sob o título "Mercado Cinza atormenta indústria de PCs",
que versa sobre a competitividade do mercado de PCs e mostra, basicamente,
a dificuldade dos principais fabricantes do setor em competir com os preços
oferecidos pelas montadoras ilegais, que compõem o chamado mercado
cinza.
Para nosso
espanto, porém, a reportagem não só deixou de ouvir
a Metron, que também tem sofrido as consequências da
competição do mercado cinza, como foi escrita de modo a deixar
a Metron como exemplo de fabricante informal e que é "uma pedra
no sapato dos grandes". O que se quer dizer com isso? Que uma empresa nacional
só pode competir no mercado nacional de computadores se os grandes
fabricantes estrangeiros aqui estabelecidos permitirem?
A Metron é
uma empresa de capital totalmente nacional, estabelecida há 17 anos,
que emprega 380 pessoas e possui uma linha de produção aberta
a quem quiser conhecer. Líder do mercado de varejo há muitos
anos, em parcerias sólidas com as principais redes do setor, a Metron
tem uma estrutura enxuta e é extremamente ágil em suas decisões,
até porque não precisa se reportar a uma matriz externa.
E, apesar de cumprir com todas as obrigações junto aos órgãos
públicos, pode oferecer preços mais adequados ao poder aquisitivo
do consumidor brasileiro, também porque não tem a obrigação
de remeter lucros e royaties para a matriz.
Nós
não sabemos exatamente qual foi a intenção da jornalista
ao ceder espaço unicamente para executivos da Compaq, Dell e HP
mostrarem sua insatisfação com a ascensão da Metron,
questionando publicamente nossa idoneidade e confiabilidade. Por outro
lado, também não entendemos o motivo de tanta animosidade
e parcialidade na reportagem, uma vez que sequer o direito de comentário,
depoimento ou consulta nos foi dado. E é evidente que a leitura
das informações contidas no texto leva o público ao
entendimento literal de que a Metron é uma empresa que atua ilegalmente,
não paga seus impostos e não cumpre as leis.
Diante dos
fatos e do dano causado, a Metron, constrangida e ofendida com a reportagem
e com os depoimentos dos tais executivos, não achando outra maneira
que melhor lhe caiba, está propondo as ações competentes,
para que se esclareçam os fatos e as declarações prestadas
no mencionado artigo. E em havendo responsabilidade a ser apurada, ingressará
com ação de reparação de danos morais e materiais,
e eventualmente queixa crime fundada nos crimes de calúnia e difamação.
A verdade é
que os resultados obtidos pela Metron graças à sua competência
e a um árduo trabalho de muitos anos incomodaram quando se traduziram
em liderança de mercado. Sobretudo quando comparados aos fracos
resultados de alguns concorrentes que não demonstraram a mesma competência.
E essa liderança
tem custado um preço muito alto, seja através de denúncias
contumazes feitas a todos os órgãos fiscalizadores, seja
via ¨dumping¨ de preços, quando as chamadas multinacionais
amontoam estoques decorrentes da incapacidade de quem as administra, ou
mesmo através da concorrência desleal dos que se denominam
puros, mas que se reúnem na calada da manhã ou da noite para
tentar garantir market share a qualquer custo, ou uma reserva de
mercado ao contrário.
A agilidade
neste mercado fez com que a Metron ficasse nele, dominasse as vendas de
varejo e chegasse a primeiro lugar segundo o IDC e o Gartner, órgãos
de auditoria de respeito internacional.
Por esse reconhecimento
incontestável, pela receptividade dos consumidores e pelo apoio
de seus inúmeros parceiros, a Metron reafirma seu propósito
de continuar trabalhando com competência e agilidade em suas decisões,
bem como cumprir com suas obrigações junto aos órgãos
públicos competentes.
Entre os parceiros
estratégicos da Metron na área de fabricação
colocam-se a Fujitsu, IBM, Intel, Microsoft, NEC, SBT (Computador do Milhão),
Unisys e AMD. Entre os parceiros de varejo destacam-se o Carrefour,
Extra, Ponto Frio, Casas Bahia, Makro, Bom Preço, Wal-Mart, Lojas
Colombo, Martins , Sendas e Magazine Luiza. E alguns de seus clientes corporativos
são o HSBC, Ministério da Minas e Energia, Correios,
Sebrae, Senai, Sul América, Telemar, Terra e Polícia Militar.
Metron
L Industria Eletrônica Ltda.
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Crescimento - Segundo dados
do IDC Brasil divulgados em 11/2001 pela Metron, essa "empresa assumiu
a liderança na venda de PCs no mercado nacional", durante o terceiro
trimestre de 2001: vendeu 60.681 computadores, ficando com 7,2% do mercado,
enquanto a Compaq, segunda colocada, teve 49.525 máquinas vendidas
ou 5,9% do mercado e a Itautec ficou com 4,9%. Com este resultado, a Metron,
em um ano, pula de terceira para primeira colocada.
"É gratificante estar na frente
de poderosas concorrentes como Compaq, Itautec, IBM e Dell. Isso revela
que o trabalho árduo e de qualidade que a Metron vem desenvolvendo
está trazendo resultados positivos não só para nós,
mas também para o público que tem em suas mãos um
equipamento bom e eficiente", declara Cássio Fernandes Augusto,
diretor de mercadologia e comercialização da Metron.
Desde 2000, quando cresceu 300% no
ano, a Metron vem se mantendo entre os três maiores fabricantes brasileiros.
E o mais importante é que, dos 60,6 mil computadores vendidos entre
julho e setembro, 30% foram destinados ao segmento corporativo, mercado
em que a Metron começou a investir só em maio deste ano.
"Com base nesses números, acredito que cresceremos 15% no último
trimestre de 2001, mantendo a liderança na venda de PCs", completa
Cássio.
Polêmica - Em nota divulgada
à imprensa, porém, a Metron explica que a parcela de mercado
de 7,2% inclui os números de computadores de mesa vendidos com os
nomes Metron, Unisys e Blue Sky, marca de equipamentos que a empresa fabrica
em OEM para a rede Carrefour, justificando a diferença entre os
números divulgados pela Metron e pelo IDC Brasil. Assim, contabilizando
os computadores de mesa vendidos com as marcas Metron, Unisys e Blue Sky,
a empresa comercializou, de julho a setembro de 2001, 60.681 máquinas.
Entretanto se forem considerados somente os equipamentos com a marca Metron,
este número cai para 55.924 ou 6,7% da participação
nesse mercado.
"Com relação ao segmento
de mercado, por uma falha de comunicação, divulgou-se que
a Metron seria líder em PCs, quando na verdade lidera apenas o mercado
de computadores de mesa no terceiro trimestre. De fato, quando somados
portáteis e computadores de mesa, a Metron fica em 6,4% do mercado,
assumindo o segundo lugar", reconhece.
Com a TVA - Para oferecer
a seus 42 mil assinantes acesso à Internet em alta velocidade, a
TVA fechou em fins de 11/2001 um acordo com a Metron. Através dessa
parceria, os usuários da TVA podem adquirir dois modelos de PCs
da linha Maxima Metron: um Celeron 900 MHz e um Pentium III 1GHz, financiados
em até 24 vezes pelo Banco Panamericano, além de utilizar
acesso bidirecional via cabo ou tecnologia sem fio, fornecidos pela TVA.
A parceria vai até o final de 2001, como projeto-piloto, podendo
ser estendida e ampliada com novas opções de máquinas.
O computador com processador Celeron
900 Mhz, com disco rígido de 20 GB, pode ser adquirido à
vista por R$ 1.891,50, ou financiado em até 24 vezes a partir de
R$ 119,98. Já o Pentium III 1 GHz, com disco rígido de 40
GB, é comercializado à vista por R$ 2.681,50, ou financiado
em 24 parcelas a partir de R$ 169,69. As duas configurações
compreendem 128 MB de memória, conjunto multimídia completo,
teclado e monitor de 15". Nas duas situações, o pacote inclui
gratuidade nas seis primeiras mensalidades do serviço de acesso
à Internet em banda larga e na taxa de instalação
(gerando uma economia de R$ 270,00 para o assinante, que também
não precisará pagar, durante um ano, pelo uso do modem a
cabo, caso tenha assinatura do Pacote Total de programação
da TVA).
PC do Milhão - A Metron
também fechou em 11/2001 contrato de exclusividade com o Sistema
Brasileiro de Televisão (SBT) para produzir todas as máquinas
da segunda fase do "Computador do Milhão", de 12/2001 a 2/2002.
A Metron foi escolhida por ter sido a empresa que mais vendeu máquinas
na primeira fase do projeto. Dos 18 mil equipamentos comercializados, oito
mil foram fabricados por essa empresa.
A fase do projeto prevê a venda
de 10 mil PCs, desta vez com a marca Metron impressa nos gabinetes, porém
seu diretor Cássio acredita que a quantidade comercializada será
maior. "Analisando o que foi vendido na primeira fase, a época do
ano que propicia o aumento das compras e a forte presença no mercado
das marcas Metron e PC do Milhão, acreditamos que já no final
de 1/2002 os 10 mil computadores estarão vendidos".
O Computador do Milhão, nessa
segunda fase, é comercializado por preço 13% maior (R$ 2.199,00),
mas é uma máquina melhor: tem processador Celeron 1 GHz,
com 128 MB de memória, disco rígido de 20 GB, monitor de
15", teclado para Internet, Windows XP, estabilizador, conjunto multimídia
completo, impressora Lexmark Z 22, além da enciclopédia e
atlas Encarta, CD Show do Milhão 4, seis meses gratuitos
de acesso à América Online e curso de informática
pela Internet, oferecido pela KA Solution. Foram também ampliadas
as facilidades para a aquisição do produto, o que justifica
a perspectiva otimista de vendas.
A empresa - Fundada em 1984,
a Metron produziu 178 mil microcomputadores no ano 2000, sendo uma das
principais fabricantes do país e a marca que mais vende no varejo
brasileiro. O faturamento - que foi de US$ 32,8 milhões em 1995
e saltou para U$ 63,2 milhões em 1996 - em 2000 chegou a cerca de
US$ 128 milhões e a projeção para 2001 é de
US$ 150 milhões para uma produção de cerca de 210
mil computadores. Com 350 funcionários e área fabril de 5.100
m², tem capacidade produtiva de 25 mil micros PC por mês.
Em 11/2001, a empresa anunciou a
contratação de novo diretor financeiro: Rubens Arakawa, bacharel
em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Econômicas
do Estado de São Paulo (Facesp/Fecap), assumiu o recém-criado
cargo, depois de ter atuado como auditor na KTMG Auditores e Consultores
e como gerente financeiro por seis anos na Acer do Brasil. |