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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/18/01 10:57:56
Metron explica o grande elefante cinza 

Verdadeiro tiroteio de números e afirmações agita o mercado brasileiro de computadores de mesa, tendo a fabricante nacional Metron de um lado e as marcas internacionais - como Compaq, HP, Dell - de outro, na guerra pela liderança no mercado de PCs. 

Um dos lances dessa batalha é a matéria da revista ComputerWorld de 12/2001, sobre o chamado "mercado cinza" de integradores "ilegais" desses equipamentos, que competem com preços inferiores aos praticados pelas grandes empresas. A Metron se sentiu incluída nessa classificação de mercado cinza e reagiu com nota à imprensa. E a guerra também ocorre nas estatísticas: depois de anunciar em novembro que tinha obtido a liderança do mercado de PCs, precisou divulgar um esclarecimento sobre como tinha composto tais números, desmentindo-se parcialmente.

Sobre a questão do "mercado cinza", no dia 17/12/2001, a Metron emitiu o seguinte comunicado:

O Grande Elefante Cinza
Em sua edição n. 355, de 05 de dezembro deste ano, a conceituada revista ComputerWorld publica reportagem assinada por Renata Coltro, sob o título "O Grande Elefante Cinza", e reproduzida no site Terra, na página de Negócios, sob o título "Mercado Cinza atormenta indústria de PCs", que versa sobre a competitividade do mercado de PCs e mostra, basicamente, a dificuldade dos principais fabricantes do setor em competir com os preços oferecidos pelas montadoras ilegais, que compõem o chamado mercado cinza.

Para nosso espanto, porém, a reportagem não só deixou de ouvir a Metron, que também  tem sofrido as consequências da competição do mercado cinza, como foi escrita de modo a deixar a Metron como exemplo de fabricante informal e que é "uma pedra no sapato dos grandes". O que se quer dizer com isso? Que uma empresa nacional só pode competir no mercado nacional de computadores se os grandes fabricantes estrangeiros aqui estabelecidos permitirem?

A Metron é uma empresa de capital totalmente nacional, estabelecida há 17 anos, que emprega 380 pessoas e possui uma linha de produção aberta a quem quiser conhecer. Líder do mercado de varejo há muitos anos, em parcerias sólidas com as principais redes do setor, a Metron tem uma estrutura enxuta e é extremamente ágil em suas decisões, até porque não precisa se reportar a uma matriz externa. E, apesar de cumprir com todas as obrigações junto aos órgãos públicos, pode oferecer preços mais adequados ao poder aquisitivo do consumidor brasileiro, também porque não tem a obrigação de remeter lucros e royaties para a matriz.

Nós não sabemos exatamente qual foi a intenção da jornalista ao ceder espaço unicamente para executivos da Compaq, Dell e HP mostrarem sua insatisfação com a ascensão da Metron, questionando publicamente nossa idoneidade e confiabilidade. Por outro lado, também não entendemos o motivo de tanta animosidade e parcialidade na reportagem, uma vez que sequer o direito de comentário, depoimento ou consulta nos foi dado. E é evidente que a leitura das informações contidas no texto leva o público ao entendimento literal de que a Metron é uma empresa que atua ilegalmente, não paga seus impostos e não cumpre as leis. 

Diante dos fatos e do dano causado, a Metron, constrangida e ofendida com a reportagem e com os depoimentos dos tais executivos, não achando outra maneira que melhor lhe caiba, está propondo as ações competentes, para que se esclareçam os fatos e as declarações prestadas no mencionado artigo. E em havendo responsabilidade a ser apurada, ingressará com ação de reparação de danos morais e materiais, e eventualmente queixa crime fundada nos crimes de calúnia e difamação.

A verdade é que os resultados obtidos pela Metron graças à sua competência e a um árduo trabalho de muitos anos incomodaram quando se traduziram em liderança de mercado. Sobretudo quando comparados aos fracos resultados de alguns concorrentes que não demonstraram a mesma competência.

E essa liderança tem custado um preço muito alto, seja através de denúncias contumazes feitas a todos os órgãos fiscalizadores, seja via ¨dumping¨ de preços, quando as chamadas multinacionais amontoam estoques decorrentes da incapacidade de quem as administra, ou mesmo através da concorrência desleal dos que se denominam puros, mas que se reúnem na calada da manhã ou da noite para tentar garantir market share a qualquer custo, ou uma reserva de mercado ao contrário. 

A agilidade neste mercado fez com que a Metron ficasse nele, dominasse as vendas de varejo e chegasse a primeiro lugar segundo o IDC e o Gartner, órgãos de auditoria de respeito  internacional.

Por esse reconhecimento incontestável, pela receptividade dos consumidores e pelo apoio de seus inúmeros parceiros, a Metron reafirma seu propósito de continuar trabalhando com competência e agilidade em suas decisões, bem como cumprir com suas obrigações junto aos órgãos públicos competentes. 

Entre os parceiros estratégicos da Metron na área de fabricação colocam-se a Fujitsu, IBM, Intel, Microsoft, NEC, SBT (Computador do Milhão), Unisys e AMD.  Entre os parceiros de varejo destacam-se o Carrefour, Extra, Ponto Frio, Casas Bahia, Makro, Bom Preço, Wal-Mart, Lojas Colombo, Martins , Sendas e Magazine Luiza. E alguns de seus clientes corporativos são o  HSBC,  Ministério da Minas e Energia, Correios, Sebrae, Senai, Sul América, Telemar, Terra e Polícia Militar. 

Metron L Industria Eletrônica Ltda.

Crescimento - Segundo dados do IDC Brasil divulgados em 11/2001 pela Metron, essa "empresa assumiu a liderança na venda de PCs no mercado nacional", durante o terceiro trimestre de 2001: vendeu 60.681 computadores, ficando com 7,2% do mercado, enquanto a Compaq, segunda colocada, teve 49.525 máquinas vendidas ou 5,9% do mercado e a Itautec ficou com 4,9%. Com este resultado, a Metron, em um ano, pula de terceira para primeira colocada.

"É gratificante estar na frente de poderosas concorrentes como Compaq, Itautec, IBM e Dell. Isso revela que o trabalho árduo e de qualidade que a Metron vem desenvolvendo está trazendo resultados positivos não só para nós, mas também para o público que tem em suas mãos um equipamento bom e eficiente", declara Cássio Fernandes Augusto, diretor de mercadologia e comercialização da Metron.

Desde 2000, quando cresceu 300% no ano, a Metron vem se mantendo entre os três maiores fabricantes brasileiros. E o mais importante é que, dos 60,6 mil computadores vendidos entre julho e setembro, 30% foram destinados ao segmento corporativo, mercado em que a Metron começou a investir só em maio deste ano. "Com base nesses números, acredito que cresceremos 15% no último trimestre de 2001, mantendo a liderança na venda de PCs", completa Cássio. 

Polêmica - Em nota divulgada à imprensa, porém, a Metron explica que a parcela de mercado de 7,2% inclui os números de computadores de mesa vendidos com os nomes Metron, Unisys e Blue Sky, marca de equipamentos que a empresa fabrica em OEM para a rede Carrefour, justificando a diferença entre os números divulgados pela Metron e pelo IDC Brasil. Assim, contabilizando os computadores de mesa vendidos com as marcas Metron, Unisys e Blue Sky, a empresa comercializou, de julho a setembro de 2001, 60.681 máquinas. Entretanto se forem considerados somente os equipamentos com a marca Metron, este número cai para 55.924 ou 6,7% da participação nesse mercado.

"Com relação ao segmento de mercado, por uma falha de comunicação, divulgou-se que a Metron seria líder em PCs, quando na verdade lidera apenas o mercado de computadores de mesa no terceiro trimestre. De fato, quando somados portáteis e computadores de mesa, a Metron fica em 6,4% do mercado, assumindo o segundo lugar", reconhece.

Com a TVA - Para oferecer a seus 42 mil assinantes acesso à Internet em alta velocidade, a TVA fechou em fins de 11/2001 um acordo com a Metron. Através dessa parceria, os usuários da TVA podem adquirir dois modelos de PCs da linha Maxima Metron: um Celeron 900 MHz e um Pentium III 1GHz, financiados em até 24 vezes pelo Banco Panamericano, além de utilizar acesso bidirecional via cabo ou tecnologia sem fio, fornecidos pela TVA. A parceria vai até o final de 2001, como projeto-piloto, podendo ser estendida e ampliada com novas opções de máquinas.

O computador com processador Celeron 900 Mhz, com disco rígido de 20 GB, pode ser adquirido à vista por R$ 1.891,50, ou financiado em até 24 vezes a partir de R$ 119,98. Já o Pentium III 1 GHz, com disco rígido de 40 GB, é comercializado à vista por R$ 2.681,50, ou financiado em 24 parcelas a partir de R$ 169,69. As duas configurações compreendem 128 MB de memória, conjunto multimídia completo, teclado e monitor de 15". Nas duas situações, o pacote inclui gratuidade nas seis primeiras mensalidades do serviço de acesso à Internet em banda larga e na taxa de instalação (gerando uma economia de R$ 270,00 para o assinante, que também não precisará pagar, durante um ano, pelo uso do modem a cabo, caso tenha assinatura do Pacote Total de programação da TVA).

PC do Milhão - A Metron também fechou em 11/2001 contrato de exclusividade com o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) para produzir todas as máquinas da segunda fase do "Computador do Milhão", de 12/2001 a 2/2002. A Metron foi escolhida por ter sido a empresa que mais vendeu máquinas na primeira fase do projeto. Dos 18 mil equipamentos comercializados, oito mil foram fabricados por essa empresa.

A fase do projeto prevê a venda de 10 mil PCs, desta vez com a marca Metron impressa nos gabinetes, porém seu diretor Cássio acredita que a quantidade comercializada será maior. "Analisando o que foi vendido na primeira fase, a época do ano que propicia o aumento das compras e a forte presença no mercado das marcas Metron e PC do Milhão, acreditamos que já no final de 1/2002 os 10 mil computadores estarão vendidos".

O Computador do Milhão, nessa segunda fase, é comercializado por preço 13% maior (R$ 2.199,00), mas é uma máquina melhor: tem processador Celeron 1 GHz, com 128 MB de memória, disco rígido de 20 GB, monitor de 15", teclado para Internet, Windows XP, estabilizador, conjunto multimídia completo, impressora Lexmark Z 22, além da enciclopédia e atlas Encarta, CD Show do Milhão 4, seis meses gratuitos de acesso à América Online e curso de informática pela Internet, oferecido pela KA Solution. Foram também ampliadas as facilidades para a aquisição do produto, o que justifica a perspectiva otimista de vendas.

A empresa - Fundada em 1984, a Metron produziu 178 mil microcomputadores no ano 2000, sendo uma das principais fabricantes do país e a marca que mais vende no varejo brasileiro. O faturamento - que foi de US$ 32,8 milhões em 1995 e saltou para U$ 63,2 milhões em 1996 - em 2000 chegou a cerca de US$ 128 milhões e a projeção para 2001 é de US$ 150 milhões para uma produção de cerca de 210 mil computadores. Com 350 funcionários e área fabril de 5.100 m², tem capacidade produtiva de 25 mil micros PC por mês.

Em 11/2001, a empresa anunciou a contratação de novo diretor financeiro: Rubens Arakawa, bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Econômicas do Estado de São Paulo (Facesp/Fecap), assumiu o recém-criado cargo, depois de ter atuado como auditor na KTMG Auditores e Consultores e como gerente financeiro por seis anos na Acer do Brasil.