Feliz ano novo para a propaganda
brasileira
Saint’ Clair de Vasconcelos (*)
Colaborador
2001
não foi exatamente o ano dos sonhos da indústria da propaganda.
Acontecimentos atípicos, como a desvalorização do
real frente ao dólar, a crise argentina, o apagão
e, por fim, os atentados terroristas, trouxeram reflexos negativos
para o negócio, assim como para toda a economia brasileira.
O mercado, porém, demonstrou
união para combater as dificuldades. Sua maturidade ficou patente
na campanha "Não Existem Grandes Empresas Sem Grandes Marcas", liderada
pela Associação Brasileira das Agências de Propaganda
e da qual participaram entidades fortes como a Associação
Brasileira das Emissoras de Rádio e TV, Associação
Nacional de Jornais, Associação Nacional de Editores de Revistas,
Associação Brasileira de Telecomunicações por
Assinatura, Federação Nacional das Agências de Propaganda
e a Central de Outdoor.
Foi por aí que a indústria
da propaganda deu uma lição a todos ao enfrentar os problemas
com ação e idéias, em vez de ficar na lamentação.
Arregaçando as mangas e encarando a crise de frente, plantamos sementes
importantes para dias melhores.
Hoje, felizmente, olhamos para o
futuro com otimismo. Trabalhamos com a certeza de que 2002 será
um ano de colheita. Nós, publicitários, somos otimistas até
por dever de ofício, é verdade. Desta vez, no entanto, podemos
falar em boas perspectivas analisando friamente a conjuntura.
Em 2002, a crise financeira da Argentina
certamente terá solução e o apagão deverá
ser melhor contornado. Os maciços investimentos do governo norte-americano
em sua economia, para amenizar os impactos dos atentados, também
terão reflexo positivo na economia mundial e, em particular, no
Brasil.
Outro fator relevante para estimular
o negócio é o posicionamento forte do Governo Federal contra
as barreiras alfandegárias. Ao combater o protecionismo americano
contra o aço brasileiro e o protecionismo europeu contra nossos
produtos agrícolas, o País abre novos horizontes para a macroeconomia.
A possibilidade do crescimento das exportações e os dividendos
que daí advirão podem se refletir em bons negócios
para a indústria da propaganda.
2002 - O próximo ano conta
ainda com um calendário extremamente interessante para a sociedade
brasileira e, particularmente para nós, publicitários. As
eleições para presidente, governadores, para Câmara,
Senado e assembléias estaduais, além da Copa do Mundo, vão
estimular os investimentos em comunicação. Todos esses pontos,
aliados com a perspectiva da diminuição da taxa de juros
internos, deixam-nos bastante animados.
Também trabalhamos com a perspectiva
de realizar bons negócios na área das telecomunicações.
O setor sofrerá a maior abertura de sua história e a disputa
pelas empresas-espelho da telefonia, pelas novas companhias de celulares,
certamente trará injeção de recursos para a Propaganda.
O mesmo vale para a área da energia elétrica, que ficará
bastante interessante com a abertura de mercado e o acirramento da concorrência.
A situação é
promissora até em termos institucionais. O Brasil seguirá
sediando importantes eventos de qualidade, como o Maximídia, o que
é interessantíssimo para toda a cadeia da Comunicação.
A consolidação do Conselho Executivo das Normas-Padrão
(CENP) e o ferramental de serviços e pesquisas que ele coloca à
disposição das pequenas e médias agências está
criando a possibilidade da propaganda crescer e ampliar sua base de anunciantes.
O Sindicato das Agências de
Propaganda do Estado de São Paulo, por sua vez, prosseguirá
com as ações para fortalecer o negócio. Em 2002, continuaremos
promovendo cursos e treinamentos, por todo o Estado de São Paulo,
com o objetivo de qualificar os serviços das agências, torná-las
mais fortes, rentáveis, e para fornecer-lhes instrumentos capazes
de fidelizar a base de clientes e multiplicá-la.
Existe, enfim, uma conjunção
de fatores que nos levam a aguardar ansiosamente a chegada de 2002, para
estourar um champanhe e festejar um feliz ano novo para a propaganda do
Brasil.
(*) Saint’
Clair de Vasconcelos é presidente do Sindicato das Agências
de Propaganda do Estado de São Paulo e diretor da Contexto Propaganda. |