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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/29/01 16:41:00
Bips 
Congresso - Bem a propósito esta charge animada, de autor identificado como Mariano, do Rio de Janeiro, que chegou a Novo Milênio repassada pelo internauta Sérgio Struffaldi, em 26/11/2001. Para quem achar imerecida a homenagem aos políticos nacionais, é bom lembrar que a atual Constituição data de 1988, e em treze anos não houve tempo para os congressistas votarem os regulamentos requeridos, como o do artigo 192, que regula a cobrança de juros em no máximo 12% ao ano, não capitalizáveis (isto é, incorporados ao montante da dívida principal, caso em que temos juros sobre juros), pelas instituições financeiras.

Recado aos hoteleiros - "Se você projeta hotéis, lembre-se de que há pessoas que trabalham em trânsito, usam a Internet e não são circenses. Faço meu número de contorcionismo todas as vezes que preciso ligar o modem em uma inacessível tomada de telefone atrás da cama, e a corrente na tomada da TV ou do frigobar na parede oposta. Aí começa meu número de equilibrista para manter meu notebook estável sobre uma pilha de travesseiros em algum lugar entre uma tomada e a outra. Não custa nada colocar ambas as tomadas sobre a escrivaninha do apartamento". 

O recado é de Mário Persona, articulista de inúmeros jornais e revistas e realizador de palestras em empresas de todo o Brasil. Quando é que os serviços de hotelaria vão se adaptar à Era da Informação?

Natal digital - Telefones celulares e aparelhos reprodutores de DVD devem liderar as vendas natalinas de 2001, na opinião dos fabricantes e varejistas. É o resultado da soma de novidades tecnológicas com preço bastante reduzido em relação aos anos anteriores. O aparelho de DVD, que custou R$ 2.000,00 em 1999 e R$ 1.000,00 em 2000, pode ser encontrado nas lojas por R$ 500,00. Ou melhor, R$ 499,00...

E, se as vendas natalinas em geral estão acima do esperado, a grande surpresa virá logo após o Carnaval, quando as lojas pretenderem receber as primeiras prestações dos financiamentos. Afinal, a situação econômica brasileira é tal que, na definição de um empresário, as companhias estão esperando as compras extras efetuadas com o 13º salário para pagar aos funcionários o 13º salário...

Bombas solares - Crise de energia dá nisso. No Rio de Janeiro, bombas de combustível fóssil (gasolina, diesel) estão sendo movidas a energia... solar. A primeira bomba de combustível sem eletricidade, da Siemens, foi instalada pela BR Distribuidora em um posto da zona Norte do Rio de Janeiro, com investimento de R$ 28 mil (sendo R$ 16 mil na bomba, apenas R$ 300,00 mais que custaria uma bomba elétrica convencional). 

Outras 16 bombas inéditas na América do Sul (o modelo do projeto é espanhol, foi desenvolvido pela British Petroleum), serão instaladas em sete estados brasileiros até 2003. Buguinho, nosso consultor de plantão para assuntos aleatórios, antevê o dia em que o combustível será de origem solar. Nesse dia, talvez a bomba é que passe a ser movida a gasolina...

Página Web explica detalhes do carro movido a ar comprimido
Carro a ar - Enquanto as bombas passam a usar energia solar, está sendo apresentado aos investidores o projeto do carro movido a ar... comprimido. A tecnologia é parecida com a dos carros atuais, apenas em vez da explosão da gasolina ocorre a liberação do ar sob pressão, fazendo girar a engrenagem do motor. Está na Internet, confiram. Mas ignorem aquela história de tal carro não poluir. Na verdade, a fonte de poluição seria apenas transferida das cidades para o local onde fossem instalados os equipamentos de compressão do ar, que teriam sua cota de poluição. 
 
O inventor, Guy Nègre O motor do carro a ar comprimido Van, um dos protótipos

C&A - A rede de lojas C&A está colhendo bons resultados na Internet. Inaugurado em 2000, seu site responde por uns 10% do volume total de vendas, recebendo 360 mil visitantes/mês, com o detalhe que 76% são mulheres entre 18 e 25anos de idade - perfil bem diferente da média dos internautas brasileiros, geralmente homens na faixa dos 35 anos. E metade das compras no site procedem de cidades onde não há uma loja dessa rede.

Fim da Compaq - A Compaq Computer dura até 6/2002, diz o presidente da HP Brasil, Carlos Ribeiro, que comandará a fusão das duas companhias no país. Para ele, a decisão sobre o fechamento da Compaq - que, curiosamente, tem registrada a logomarca "Compaq NonStop"... -  será tomada pela diretora executiva da HP, Carly Fiorina, e pelo executivo-chefe da Compaq, Michael Capellas. A união vem sendo analisada pelo órgão regulador de fusões e aquisições nos EUA, a Security & Exchange Commission. As duas empresas atuam no mesmo nicho de mercado, sendo que a Compaq registrou faturamento de US$ 1,2 bilhão de dólares em 2000, contra US$ 854 milhões da HP.

Exatidão - Informa o presidente da República que, em suas mensagens à comunidade internacional, passa a assinar "Em nome de quase todos os brasileiros" ou "Em nome da metade, mais ou menos", se o tema envolver a sucessão presidencial, mesmo que indiretamente, como noticiou o site Artlink. Talvez fosse melhor assumir de vez números mais condizentes com sua popularidade e assinar apenas "Em nome de Fernando Henrique Cardoso". E olhe lá.

E, nesse ponto, o público externo já anda concordando com o eleitorado. Logo após o atentado de 11/9/2001, quando o presidente foi à embaixada dos EUA prestar solidariedade ao povo norte-americano, foi "recebido" por um funcionário de terceiro escalão, e ainda teve o vexame de ver sua equipe passar por revista completa, bem ao estilo de ladrão de galinha em delegacia de subúrbio. Depois, em visita à Casa Branca, teve a afronta de se ver largado no jardim pelo presidente G.Washington Bush, que se retirou logo após os jornalistas registrarem a foto oficial do encontro. 

Para que se possa avaliar como anda a popularidade do supremo mandatário nacional, foi este o texto da crônica então publicada na imprensa por Sebastião Nery:
 

Fernando Henrique com o pé na senzala
Sebastião Nery
BRASÍLIA - Esta é uma história absolutamente verdadeira, embora pareça absolutamente impossível e seja absolutamente impensável. Fernando Henrique e o ministro Celso Lafer, das Relações Exteriores, foram anteontem à embaixada norte-americana, aqui em Brasília, com toda a corte palaciana, prestar solidariedade aos Estados Unidos pela tragédia das duas torres.

Chegaram, o embaixador não estava. Só o encarregado de negócios. Fernando Henrique foi o único autorizado a entrar, sem ser apalpado. Os outros, a começar pelo ministro Celso Lafer, entraram em um corredor polonês de delegacia de subúrbio, humilhante e vexaminoso.

Os carros, todos, foram vistoriados, os capôs levantados, porta-malas vasculhados. Começando com o judaico e barbichado ministro Lafer, mal saíam dos carros, um a um eram pegados, vistoriados, apalpados, massageados. Tomaram os celulares, destarracharam as canetas, confiscaram os chaveiros. Procuravam bomba em cada pedacinho de metal. Mal dispensaram os pivôs.

Bomba na cueca - Os poucos que foram liberados para entrar, quando chegaram lá dentro, encontraram Fernando Henrique de pé, a seu lado o ministro Lafer também de pé, e um funcionário da embaixada dizendo alto, agressivo, atrevido:

- Ninguém senta.

Deviam estar com medo de que alguém carregasse uma bomba na bunda. Fernando Henrique e Celso Lafer aceitaram cabisbaixos a humilhação, entregaram a mensagem que tinham levado e foram embora. Fernando Henrique, quando tomou posse, disse que tem o pé na cozinha. Nada disso. Os vassalos têm o pé na senzala. Que presidentezinho fantoche fomos arranjar! Ele tem a síndrome do vassalo.

Impostores ou talibãs - Fernando Henrique, Pedro Malan e a tucanagem sempre disseram que a globalização é que impõe a miserável política econômica e financeria do neoliberalismo colonizador. Agora, a verdade escancarou. Ou eles são impostores ou talibãs. Terrorismo econômico é isso aí.

Os juros no mundo inteiro estão baixando. No Brasil continuam lá no último andar das torres da agiotagem internacional. O dólar no mundo inteiro está caindo. No Brasil, sobe cada dia. Logo vai chegar a R$ 3.

O presidente do Banco Central americano disse que os Estados Unidos vão segurar o dinheiro até a guerra passar. No Brasil, o Banco Central despeja todo dia centenas de milhões de dólares, os últimos das reservas internacionais do País, para encher a mamadeira dos banqueiros, patrões deles. Não são talibãs. São impostores mesmo.

(...)