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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 09/26/01 15:02:58
TERROR NOS EUA
Tragédia é comparada com outras 

Enquanto em New York e Washington os bombeiros desistem de encontrar sobreviventes e as listas de milhares de desaparecidos continuam sendo conferidas e ajustadas, as pessoas em diferentes lugares do mundo começam a colocar em perspectiva as tragédias estadunidenses, distribuindo mensagens pela Internet nas quais comparam o número de mortos nos atentados de 11/9/2001 com os de outras tragédias que continuam a ocorrer em todo o planeta.

Uma das mensagens, repassada a Novo Milênio em 20/9/2001 pelo internauta J. Carlos Santana Cardoso, sugere:
 

"Se você ainda está chocado com as imagens da semana passada,aproveite para fazer um minuto de silêncio em homenagem aos 10.000 (?) americanos, a maioria civis inocentes, mortos covardemente por terroristas que ainda não se sabe quem são.

Já que você está em silêncio, fique quieto mais treze minutos em homenagem aos 130.000 civis iraquianos mortos em 1991 por ordem do Bush Pai. Aproveite para lembrar que naquela ocasião os americanos também fizeram festa, como os palestinos fizeram.

Emende mais 20 minutos pelos 200.000 iranianos mortos pelos iraquianos com armas e dinheiro fornecidos a Sadam Hussein (ainda novinho na época) pelos mesmos americanos que mais tarde virariam sua artilharia contra ele.

Mais quinze minutos pelos russos e 150.000 afegãos mortos pelo Taliban, também com armas e dinheiro americano.

Mais dez minutos pelos 100.000 japoneses mortos direta e indiretamente em Hiroshima e Nagasaki, também por ação direta da águia.

Você já está em silêncio uma hora (um minuto pelos americanos e 59 por suas vítimas).

Se você ainda está perplexo, fique mais uma hora em silêncio pelos mortos na guerra do Vietnã, da qual os americanos não gostam de ser lembrados.

Tomara (embora os índices de belicosidade dos americanos indiquem o contrário) que os americanos comecem a entender que eles também são vulneráveis e que as tragédias que eles provocam são tão bárbaras e covardes como as dos outros.

Os mortos dos outros povos doem tanto quanto os deles."

Aliás, os nortos na tragédia dos EUA nem seriam rigorosamente todos estadunidenses, conforme divulgou no mesmo dia 20/9/2001 o boletim eletrônico Relatório Alfa, reproduzindo informações de jornalista norte-americano (notando-se que não são números finais, pois estão sendo continuamente revistos pelas autoridades estadunidenses):
 

41.184 Assinantes
Edição número 264  -  Ano III  -  20 de Setembro de 2001
http://www.relatorioalfa.com.br - Enviado somente para assinantes

R  E  L  A  T  Ó  R  I  O
A L F A
Descubra o que não querem que você saiba.
©1998-2001  -  Diretor Responsável: Aldo Novak 
Destaque:
Imprensa esquece que estrangeiros morreram em maior número que americanos no WTC

Ao contrário do que parece, quando lemos aos jornais e revistas, os americanos que morreram ou desapareceram no atentado feito contra as torres do World Trade Center são em menor número do que os estrangeiros, entre os quais podem estar 84 brasileiros, informa Wayne Madsen.

por Aldo Novak (aldonovak@relatorioalfa.com.br)

[Agência Alfa]  Um momento de ilusão de parte da imprensa está fazendo com que redes de televisão, jornais e revistas repitam que o ataque matou milhares de americanos, enquanto os estrangeiros parecem colocados "à reboque", mas os números compilados na noite de ontem, dia 19, por Wayne Madsen, nos Estados Unidos, mostra que a realidade é oposta.

Madsen afirma, com os números abaixo (ainda por serem confirmados) que o ataque não matou mais americanos, mas sim a estrangeiros de 52 países diferentes, sem incluir o Canadá (cujos desaparecidos e mortos estão sendo contados junto com os americanos nessa listagem).

Os números não são finais, mas até o fechamento dessa edição eles não tinham sido divulgados por outras fontes.

É importante destacar que os números abaixo incluem, também, turistas. No caso brasileiro o número é bem superior ao que está sendo oficialmente divulgado. Não encontramos Wayne Madsen para comentar essa discrepância. Apenas registramos seus dados.

Até o fechamento dessa edição Wayne informava que 3.061 cidadãos não-americanos foram mortos no ataque, enquanto 2.589 eram cidadãos dos Estados Unidos. Esses números são aproximados, mas é importante lembramos que muitos estrangeiros (incluindo brasileiros) trabalhavam no World Trade Center já na condição de cidadão americanos -- portanto não estão na lista de brasileiros, abaixo.

Os Mexicanos perderam cerca de 500 vidas. Estima-se que mais de 6 mil famílias em mais de 50 países perderam entes queridos. Veja a lista completa abaixo.

México    -    500
Colômbia    -    295
Índia    -    250
Chile    -    250
Alemanha    -    205
Honduras   -    200
Turquia    -    131
Rússia    -    117
Filipinas    -    117
Equador    -    101
El Salvador    -    100
Japão    -    100
Grã-Bretanha    -    100
Austrália    -    95
Brasil    -    84
Bangladesh    -    50
Itália    -    49
Áustria    -    40
Coréia do Sul    -    27
Portugal    -    25
Irlanda    -    24
Paquistão    -    21
Camboja    -    20
Hong Kong    -    19
Finlândia    -    17
Indonésia    -    16
França    -    10
Israel    -    10
Taiwan    -    9
Espanha    -    8
Malásia    -    7
Suíça    -    6
África do Sul    -    6
Peru    -    6
Zimbábue    -    6
Guatemala    -    5
Dinamarca    -    5
Egito    -    4
Gana    -    4
República Dominicana    -    3
Nova Zelândia    -    3
Venezuela    -    3
Tailândia    -    2
Paraguai    -    2
Argentina    -    2
Ucrânia    -    1
Uruguai    -    1
Bélgica    -    1
Jordânia    -    1
Quênia    -    1
Noruega    -    1
Suécia    -    1

Outra mensagem que vem circulando na Internet brasileira (e chegou a Novo Milênio em 21/9/2001) transcreve texto atribuído ao comentarista Arnaldo Jabor:
 
O mundo está chorando.

Depois de assistir a uma grande catástrofe, que resultou em dezenas de milhares de inocentes mortos (agora já se sabe que nem meia dezena de milhar morreu...). Trata-se do atentado contra o World Trade Center.
Um atentado contra a vida, à liberdade e à democracia. Pessoas do mundo inteiro se sensibilizaram com as cenas chocantes e o sofrimento das pessoas que morreram lá.  Pessoas que tiveram uma vida feliz, saudável, e cheia de oportunidades. Realmente, as pessoas do mundo são muito solidárias, e isso pode ser comprovado vendo-se essa comoção geral.

Mas o engraçado é que ninguém se assusta com os países pobres.

No mundo inteiro, todos os dias morrem milhares, talvez dezenas de milhares de pessoas, de fome e doenças.

Pessoas que nunca tiveram um dia tranqüilo na vida.

Pessoas para quem a vida foi a sobrevivência. Mas ninguém se incomoda.

Países que foram explorados pelos Estados Unidos, hoje têm pessoas que morrem de fome, mas ninguém se incomoda.

Na África morrem diariamente milhares de pessoas de AIDS, enquanto os EUA não liberam os remédios, porque estão preocupados com o lucro dos  Rolareis.

E ninguém se importa.

Mas o mundo inteiro sofre pelos americanos mortos.

Os EUA invadiram a Guatemala, financiaram os contra-Nicarágua.

Causaram o genocídio de 800.000 ruandeses em 1994.

Bombardearam o palácio La Moneda no Chile, mataram Allende.

Sustentaram a ditadura de Idi Amim Dada, sanguinário que comia, literalmente, seu próprio povo.

Forneceu recursos, instrução militar e de guerra suja a Osama Bin Laden, para que lutasse contra os soviéticos durante a ocupação do Afeganistão; hoje chama-o de "inimigo no 1" e quer comê-lo vivo.

Treinaram os torturadores do mundo todo, inclusive os brasileiros. Sacrificaram e ainda sacrificam o povo iraquiano (já morreram 1 milhão e 200 mil, desde 1990, por causa de doenças e contaminação nuclear, e não podem comprar AAS,  porque é produto químico --- armas químicas --- nem inaladores, porque têm tubos, e de tubos se fazem armas e canhões...)

Destituíram governos matando a humanidade em nome da humanidade.

Intitularam-se "delegados do mundo", achando-se no direito de interferir em qualquer país. Bancaram e armaram Israel e subjugaram Palestinos.

Begin, antes de ser primeiro-ministro em Israel, foi um terrorista fichado no Reino Unido, tendo sido o responsável por inúmeros atentados.

Defenderam o regime do Xá Reza Palevhi, no Irã, a ditadura turca, invadiram a Baía dos Porcos, em Cuba.

Anexaram parte do México à força.

Jogaram as bombas em Nagasaki e Hiroshima quando a guerra já havia acabado, apoiaram incondicionalmente o regime do apartheid na África do Sul, financiaram a UNITA em Angola, bombardearam junto com outros países a república espanhola, bancaram as ditaduras militares na América Latina, inclusive as do narcotraficante Hugo Banzer e Somoza.

Ocuparam o Vietnã, mataram seus próprios soldados, dividiram a Coréia do Norte e do Sul, detonaram o Camboja.

Mas ninguém se incomodou com as vítimas desses atentados cometidos pelos EUA. Muito mais do que dezenas de milhares. Talvez dezenas de milhões. Talvez mais.

Mas ninguém se importou.

ARNALDO JABOR
  Comentarista

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