Nova turma santista queima chips
na França
Pela
sexta vez, alunos de Engenharia da Universidade Santa Cecília (Unisanta),
de Santos/SP, fizeram estágio no Institut Nacional des Sciences
Appliquées (I.N.S.A) de Toulouse, na França. Eles permaneceram
de 2 a 19/7/2001 no Atelier Interuniversitário de Microeletrônica
(AIME) do INSA e terminaram o curso com a construção de chips
(processadores, circuitos integrados). A Unisanta é a única
universidade da América do Sul credenciada no centro de pesquisas
francês.
Uma das novidades desta edição
é a possibilidade que os estudantes tiveram de acompanhar os estudos
e o desenvolvimento de um chip de micromotor. Para a maioria, esta
foi a primeira oportunidade de viajar ao exterior e obter enriquecimento
cultural e tecnológico.
O professor Djalmir Correa Mendes,
que coordenou a comitiva, mencionou a performance sempre elogiada dos alunos
santistas naquele estágio. “Atualmente, a Santa Cecília tem
cinco alunos fazendo iniciação científica na USP,
o que foi possível devido à experiência adquirida no
estágio em Toulouse”.
Em 1999, o chip construído
por outros três universitários da instituição
santista foi classificado em quinto lugar entre os trabalhos de mais de
dois mil estudantes, feitos durante os últimos 12 anos, inclusive
da França.
Seleção - Desta
vez, foram selecionados 15 alunos de um total de 60 interessados. Os critérios
de escolha levaram em consideração o tempo de curso e as
notas. Desde 8/2000 passado, o grupo vem recebendo aulas especiais para
um melhor aproveitamento do estágio.
Pela Engenharia Eletrônica
participaram Diógenes José da Silva, Giancarlo Vassão
de Souza, Valmir Cláudio Consoni, Emerson Luis Eder, Fernando Cuzziol,
Débora Gonçalves, William Cabral da Silva Jr. e Elton Samagaia.
Pelo curso de Engenharia de Computação fizeram parte do grupo:
Bruno da Silva Rodrigues, Isnaldo Cardoso da Silva Jr., Michelle Rodrigues,
Luiz Fernando Toledo Jr. e Juliana Apolo da Silveira Menezes Lopes. Em
Engenharia de Telemática, Sara Elizabeth Costa e Gustavo Martins
Silva. Acompanharam o grupo: Jocinira Anacleto da Costa, Sára Elizabeth
de Souza Costa, Ana Ferreira Noullet e Maria Abigail Apolo da Silveira.
Sala Limpa - No I.N.S.A, os
universitários aprendem a fazer circuitos integrados, contendo desde
transistores a portas lógicas, a partir de uma placa de silício
de aproximadamente 0,3 milímetros. Todo o processo é desenvolvido
num local livre de impurezas, denominado sala limpa, composto de
três compartimentos. Para impedir a entrada de qualquer “corpo estranho”
que possa danificar os equipamentos de alta precisão, o ambiente
é submetido a uma pressão um pouco mais elevada do que a
normal.
Luvas, sapatos, touca, avental e
óculos especiais fazem parte do traje obrigatório usado na
sala
limpa. Até para falar é preciso tomar cuidado, pois qualquer
partícula pode contaminar as placas, sempre manuseadas com pinças.
No Brasil, explica o prof. Djalmir, existem poucos laboratórios
como esse, mas que não são utilizados especial e continuadamente
para a aprendizagem de alunos, e sim para pesquisas.
Fabricação -
As placas de silício passam por vários processos, que vão
desde a metalização, feita em fornos com temperatura variando
entre 500 e 1.000ºC, até o teste final do circuito integrado.
O grupo é, normalmente, dividido em duplas, sendo que cada aluno
fabrica seu próprio circuito, posteriormente encapsulado e soldado
aos
terminais (pontos de contato dos componentes), através de fios de
ouro e emendas em alumínio. Este processo é feito através
de um equipamento de solda a vácuo. Cada placa fabricada armazena
256 chips, ou seja, dá origem ao mesmo número de circuitos.
A avaliação dos chips
é feita por computadores. Após o exame efetuado por meio
do micro-osciloscópio eletrônico, é calculado o desempenho
dos estagiários, comparando-os com outros chips produzidos
no ano corrente e nos anteriores. |