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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 10/13/01 11:16:02
Nova turma santista queima chips na França 

Pela sexta vez, alunos de Engenharia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), de Santos/SP, fizeram estágio no Institut Nacional des Sciences Appliquées (I.N.S.A) de Toulouse, na França. Eles permaneceram de 2 a 19/7/2001 no Atelier Interuniversitário de Microeletrônica (AIME) do INSA e terminaram o curso com a construção de chips (processadores, circuitos integrados). A Unisanta é a única universidade da América do Sul credenciada no centro de pesquisas francês.

Uma das novidades desta edição é a possibilidade que os estudantes tiveram de acompanhar os estudos e o desenvolvimento de um chip de micromotor. Para a maioria, esta foi a primeira oportunidade de viajar ao exterior e obter enriquecimento cultural e tecnológico.

O professor Djalmir Correa Mendes, que coordenou a comitiva, mencionou a performance sempre elogiada dos alunos santistas naquele estágio. “Atualmente, a Santa Cecília tem cinco alunos fazendo iniciação científica na USP, o que foi possível devido à experiência adquirida no estágio em Toulouse”. 

Em 1999, o chip construído por outros três universitários da instituição santista foi classificado em quinto lugar entre os trabalhos de mais de dois mil estudantes, feitos durante os últimos 12 anos, inclusive da França.

O grupo santista, defronte ao pavilhão onde foram realizadas as pesquisas em Toulouse
Seleção - Desta vez, foram selecionados 15 alunos de um total de 60 interessados. Os critérios de escolha levaram em consideração o tempo de curso e as notas. Desde 8/2000 passado, o grupo vem recebendo aulas especiais para um melhor aproveitamento do estágio.

Pela Engenharia Eletrônica participaram Diógenes José da Silva, Giancarlo Vassão de Souza, Valmir Cláudio Consoni, Emerson Luis Eder, Fernando Cuzziol, Débora Gonçalves, William Cabral da Silva Jr. e Elton Samagaia. Pelo curso de Engenharia de Computação fizeram parte do grupo: Bruno da Silva Rodrigues, Isnaldo Cardoso da Silva Jr., Michelle Rodrigues, Luiz Fernando Toledo Jr. e Juliana Apolo da Silveira Menezes Lopes. Em Engenharia de Telemática, Sara Elizabeth Costa e Gustavo Martins Silva. Acompanharam o grupo: Jocinira Anacleto da Costa, Sára Elizabeth de Souza Costa, Ana Ferreira Noullet e Maria Abigail Apolo da Silveira.

Sala Limpa - No I.N.S.A, os universitários aprendem a fazer circuitos integrados, contendo desde transistores a portas lógicas, a partir de uma placa de silício de aproximadamente 0,3 milímetros. Todo o processo é desenvolvido num local livre de impurezas, denominado sala limpa, composto de três compartimentos. Para impedir a entrada de qualquer “corpo estranho” que possa danificar os equipamentos de alta precisão, o ambiente é submetido a uma pressão um pouco mais elevada do que a normal.

Luvas, sapatos, touca, avental e óculos especiais fazem parte do traje obrigatório usado na sala limpa. Até para falar é preciso tomar cuidado, pois qualquer partícula pode contaminar as placas, sempre manuseadas com pinças. No Brasil, explica o prof. Djalmir, existem poucos laboratórios como esse, mas que não são utilizados especial e continuadamente para a aprendizagem de alunos, e sim para pesquisas. 

Fabricação - As placas de silício passam por vários processos, que vão desde a metalização, feita em fornos com temperatura variando entre 500 e 1.000ºC, até o teste final do circuito integrado. O grupo é, normalmente, dividido em duplas, sendo que cada aluno fabrica seu próprio circuito, posteriormente encapsulado e soldado aos terminais (pontos de contato dos componentes), através de fios de ouro e emendas em alumínio. Este processo é feito através de um equipamento de solda a vácuo. Cada placa fabricada armazena 256 chips, ou seja, dá origem ao mesmo número de circuitos. 

A avaliação dos chips é feita por computadores. Após o exame efetuado por meio do micro-osciloscópio eletrônico, é calculado o desempenho dos estagiários, comparando-os com outros chips produzidos no ano corrente e nos anteriores.