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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 06/28/01 11:28:08
Empresas da Web de olho na Velha Economia 

Consultorias de Internet mudam o foco e atendem empresas convencionais

Um dos mercados que mais crescem no Brasil é o formado pelas e-builders (construtoras eletrônicas, na tradução literal), as empresas especializadas em oferecer consultoria e desenvolver toda a estrutura de negócios de uma companhia na Internet, passando desde o posicionamento da corporação no mercado, até a escolha das tecnologias e os serviços a serem prestados. Esse setor fatura, anualmente, entre US$ 10 milhões e US$ 100 milhões.

Porém, até pouco tempo atrás, o panorama não era esse. A crise do mercado de Tecnologia da Informação (TI) pegou em cheio a Internet. Projetos para empresas pontocom, que eram a maioria dos clientes das e-builders, tornaram-se escassos. Para contornar esse problema, essas empresas encontraram uma solução: atacar as companhias chamadas bricks (por existirem no mundo físico, com paredes de tijolos), ou seja, as da Velha Economia. Um estudo do The Yankee Group comprova isso ao apontar que 62% da demanda de serviços das e-builders hoje vêm do setor industrial (22%), varejo (15%) e telecomunicações (25%). Não incluído aí o setor governamental, que até 2003 será responsável por 16% dos projetos de negócios eletrônicos. 

Novo mercado - Essa mudança de foco reposicionou o mercado de e-builders, mas também gerou grandes alterações na forma de trabalhar dessas empresas para atender uma nova demanda de produtos e serviços. Ao invés de venderem soluções completas, como faziam ao iniciar um projeto Web, as e-builders passaram a dividir suas soluções em vários pedaços.

Agora, têm como clientes empresas tradicionais, que já tem o sistema legado e precisam apenas de um ou outro serviço na Web. "O cliente olha o portifólio e escolhe uma das opções. Usa aquela que se enquadra dentro de sua estrutura já existente, para agregar mais valor aos seus serviços", explica Marcos Guaraná, diretor executivo da Alterbrain, um dos maiores e-builders do Brasil e que também passou por essa reestruturação. Tal mudança e sucesso são comprovados pelo instituto de pesquisa e consultoria The Yankee Group. 

Segundo Luciana Hayashi, analista sênior do The Yankee Group , as e-builders tiveram que se adaptar à nova realidade. Dentro desse novo cenário, a mudança mais significativa aconteceu na filosofia de trabalho. "Elas tiveram que passar de desenvolvedoras de sistemas a consultorias de projetos Web. Esse serviço é fundamental, pois a maioria das bricks não faz a menor idéia de como iniciar os negócios on-line. Além de desenvolver o sistema, a e-builder terá a missão de orientar a melhor solução para o projeto a ser realizado", completa Luciana.

Os números do Yankee mostram que 35% das bricks têm pouco conhecimento sobre negócios eletrônicos e comércio eletrônico. Porém, 56% de seus projetos têm como objetivo maior o comércio eletrônico: "A falta de conhecimento faz com que grandes corporações invistam milhões de dólares em projetos Web, quando muitos poderiam ser feitos da mesma forma com menor custo", finaliza Luciana.