Vem aí o bug do Banco
Central
Problemas na implementação
do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
A maioria
das soluções que estão sendo oferecidas no mercado
para o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) apresenta uma desconexão
entre os elementos de programação envolvidos que poderá
levar os bancos a ter de contratar novos serviços de integração,
após a instalação dos sistemas aplicativos.
O prognóstico é do
diretor de Mercadologia da Linkware,
José Ricardo Escolá, que acredita numa verdadeira corrida
dos bancos a consultorias externas após o começo da fase
de testes reais (iniciada em 6/2001). "Das mais de 20 soluções
anunciadas no mercado brasileiro, pelo menos 14 delas se baseiam quase
que exclusivamente na entrega de programas de mensageria (sistema de troca
de mensagens com o Bacen), sem uma preocupação maior com
a tesouraria dos bancos e com os sistemas legados", afirma o executivo.
Na análise de Escolá,
há uma tendência visível entre os técnicos de
Tecnologia da Informação (TI) envolvidos no SPB de simplesmente
adquirirem módulos de troca de mensagem para serem adaptados
às interfaces de dados, sem se preocupar com uma integração
prévia de todos os bancos de dados e ambientes de processamento
da instituição financeira. "No ambiente proposto pelo programa
do Banco Central, é fundamental que toda a retaguarda esteja funcionando
de forma orgânica, de modo a eliminar o elemento surpresa e a atividade
artesanal, que são incompatíveis com transações
conectadas", explica o executivo.
Parceria - Responsável
por uma solução de SPB que abrange todo o ambiente de mensagens
e tesouraria das instituições financeiras, a Linkware estabeleceu
ainda parceria com a gigante norte-americana Computer Associates para fornecer
uma solução capaz de enxergar todos os recursos de
informação dos bancos, do ponto de vista do macro sistema.
"Só com ferramentas adequadas para obter um gerenciamento eficaz
é possível vencer a desconexão do legado do sistema
financeiro, que hoje funciona bastante a contento, por conta da operação
em grande medida desconectada", completa o diretor da Linkware.
Na expectativa da Linkware, os bancos
deverão investir cerca de US$ 1,5 bilhão este ano para adaptação
ao programa do SPB, mas correm o risco de ter de dispor de pelo menos mais
20% deste total, numa fase posterior, frente às necessidades de
acertos e revisão de conceitos. De olho neste filão, a própria
Linkware já estruturou uma equipe de suporte e consultoria especialmente
direcionada para ajustes em integrações de terceiros, já
desempenhando este tipo de atividade junto a alguns bancos. |