1º Eclipse solar do milênio
é atração na África
Previsto
para ter seu ponto máximo avitado na costa brasileira às
7h30, pela hora legal do Brasil - coincidindo com o início oficial
do inverno austral e o solstício de verão no Hemisfério
Norte (21/6/2001), o primeiro eclipse do Sol deste terceiro milênio
vem provocando a criação de inúmeras páginas
africanas na Internet, especialmente em Angola, um dos países onde
poderá ser observado em sua plenitude, cujas autoridades criaram
inclusive um site na Internet e uma
comissão governamental composta por nove ministros, altos funcionários
e diretores de várias repartições públicas
para cuidar da divulgação desse fenômeno cósmico
junto à população angolana. O site educacional Exploratorium,
por sua vez, promete transmitir ao vivo o evento pela Internet, a partir
do Sul da África.
O fenômeno - que no litoral
Sul/Sudeste brasileiro será visto apenas parcialmente (máximo
de 80% de cobertura do Sol pela Lua), junto à linha do horizonte
(como registra a página
de Alexandre Amorim, referente a Florianópolis/SC) - é descrito
por Fred Spenak,
astrônomo da agência espacial norte-americana Nasa, e por Joseph
B. Gurman, do Goddard Space Center/Nasa. Eles informam que a área
do eclipse começa no Oceano Atlântico, na direção
do Rio da Prata (entre Argentina e Uruguai), subindo em direção
ao Equador na costa atlântica africana, atravessando o Sul da África
e Madagascar, até o poente no Oceano Índico.
O
navio de passageiros Royal Star está navegando no Oceano
Índico, próximo a Madagascar, para que os turistas possam
observar o eclipse, com a orientação de astrônomos,
fotógrafos e meteorologistas. O navio saiu de Mombasa, no Quênia,
para uma viagem de 15 dias, com 220 passageiros.
Diversas outras páginas foram
criadas para tratar desse primeiro eclipse do terceiro milênio, como
o Museum Eclipse
2001 da Universidade de Berkeley/Califórnia (EUA), a da publicação
Getaway
to Africa. Em inglês, francês e português, a página
africana da publicação Sky & Space destaca,
já no alto da tela, entretanto: "Cuidado com os olhos!"
Explicações - Em
sua página
sobre os eclipses da Lua e do Sol - que inclui ampla explicação
sobre o fenômeno e as datas dos próximos, o cientista Dr.
André de Castro Milone, da Divisão de Astrofísica
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (DAS/INPE), em São
José dos Campos/SP, informa que o nascer do Sol ocorrerá
às 06h48 e o ocaso às 17h29. O instante máximo do
eclipse será às 9h04, próximo à costa atlântica
africana.
Segundo André Milone, "O Sol
é uma fonte luminosa extensa. Tanto a Lua como a Terra projetam
no espaço uma sombra em forma de um cone, cuja base é o próprio
corpo, e uma penumbra. O cone de sombra situa-se interno à penumbra.
Por definição, o cone umbral não recebe luz solar
alguma e a penumbra não recebe luz de todos os pontos do disco solar.
"No entanto, para a Terra, que possui
uma camada de ar ao seu redor, os limites do cone de sombra e da penumbra
não são bem determinados. A luz do Sol é espalhada
quando atravessa a atmosfera terrestre. O mesmo não ocorre para
a Lua.
"Os eclipses do Sol ocorrem quando
a Lua (na fase nova) se coloca entre o Sol e a Terra, projetando sua sombra
e/ou penumbra na superfície terrestre. Podem ser parciais ou totais.
O eclipse solar parcial é quando o Sol é parcialmente "encoberto"
pelo disco lunar. Há projeção somente da zona de penumbra
sobre a Terra. Um tipo especial de eclipse solar parcial é o anular;
quando o Sol, a Lua e a Terra ficam alinhados mas devido a uma separação
relativa maior da Lua à Terra, o Sol não é totalmente
encoberto pela Lua, restando apenas um anel visível do disco solar.
O eclipse solar anular é observado apenas da região da superfície
terrestre que está exatamente naquele alinhamento Sol-Lua-Terra.
Esse eclipse é observado apenas como parcial não-anular da
região terrestre por onde a penumbra passa.
"O eclipse solar total acontece quando
a Lua projeta sobre a superfície terrestre tanto seu cone de sombra
(a umbra lunar) como sua zona de penumbra. Da região da superfície
da Terra por onde a umbra da Lua passa, o eclipse é observado realmente
como total. Das regiões da Terra por onde somente a penumbra lunar
passa, avista-se um eclipse solar parcial aparente."
"A extensão média do
cone da sombra terrestre é de 1.400.000 km. O diâmetro desse
cone na distância média da Lua é cerca de 9.000 km.
A duração máxima da etapa umbral de um eclipse lunar
é de 3 horas e 20 minutos. A duração da observação
de um eclipse da Lua depende do intervalo tempo que a Lua (cheia) fica
acima do horizonte do lugar durante a noite do mesmo. A duração
da etapa umbral de um eclipse do Sol (totalidade), a partir de um único
ponto terrestre, é de poucos minutos. Já a duração
completa de um eclipse solar, incluindo as etapas penumbral (parcialidade)
e umbral, fica por volta de 2 horas.
"Ocorrem no mínimo 2 eclipses
por ano (que são solares) e, no máximo, 7 eclipses por ano:
2 lunares e 5 solares, ou 3 lunares e 4 solares. A cada 18 anos aproximadamente,
todos os eclipses acontecem com a mesma regularidade. Esse intervalo de
tempo é denominado de Período de Saros, quando ocorrem 41
eclipses do Sol e 29 eclipses da Lua", completa o cientista brasileiro.
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Web
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