Terceirização de escritórios
cresce na crise
A iminência
dos apagões, associada à alta do dólar e às
incertezas econômicas, está propiciando um movimento paradoxalmente
positivo para as empresas de terceirização de escritórios
no País. A afirmação é de Mauro Koraicho, presidente
da subsidiária brasileira da empresa internacional de escritórios
terceirizados HQ Brasil. Ela está registrando crescimento da ordem
de 20% na procura por novos contratos de empresas que pretendem reduzir
custos de operação, desde o início do ano.
Na verdade, afirma Koraicho, o setor
de terceirização já vinha ampliando seus negócios
desde o início de 2000, quando as empresas da Internet passaram
a rever suas estratégias, em face da crise da Nasdaq. Segundo o
executivo, o paradoxo deste fenômeno (crescimento impulsionado por
crises) é uma das peculiaridades do mercado de escritórios
terceirizados, cuja grande vantagem é possibilitar o crescimento
com risco de capital zero para as empresas. Além de permitir a abertura
imediata de novas frentes de negócios, sem necessidade de investimentos
em novos ativos, o sistema apresenta flexibilidade para mudanças
de infraestrutura, uma condição indispensável em momentos
de crise.
Ainda segundo Koraicho, o impacto
do novo quadro de incertezas no nicho de negócios da HQ é
sentido também pela forma como as empresas lançam mão
desta flexibilidade do serviço: "Algumas empresas que tradicionalmente
ocupam grandes instalações em nossos ambientes corporativos
acabam transferindo a operação para instalações
menores, por conta da redução de pessoal. Já outras,
que normalmente usam o site terceirizado como unidade de apoio, acabam
contratando novas salas para ampliar ou transferir toda a operação
para o nosso ambiente", explica ele.
Curto prazo - "Como o hábito
de se trabalhar com balanços trimestrais começa a se espalhar
pelo País, a necessidade de replanejar o negócio em curto
prazo é outro ponto favorável para a terceirização",
comenta o diretor. Koraicho aponta ainda que, ao partir para o sistema
flexível, as empresas podem optar por terceirizar também
uma parte da mão de obra administrativa, o que viabiliza, por exemplo,
a rápida abertura de filiais sem necessidade de compromissos trabalhistas.
Além de dispor de office-boys, recepcionistas etc., a HQ
oferece aos clientes a figura da "assistente de negócios", uma espécie
de coordenadora de escritórios com habilidade para gerenciar toda
a infraestrutura e assegurar o encaminhamento dos contatos de interesse
das empresas.
Pelos cálculos da HQ, os negócios
mundiais com terceirização de ambientes de escritório
movimentam cerca de US$ 3 bilhões ao ano, dos quais US$ 600 milhões
representam a participação da HQ. No Brasil, a empresa faturou
R$ 12 milhões em 1999, saltando para R$ 18 milhões em 2000.
Animada com as altas taxas de crescimento
do setor, a HQ inaugurou recentemente uma rede de salas públicas
de videoconferência, ligando sete capitais brasileiras entre si e
com 300 outras cidades no mundo. "A racionalização de custos
nas grandes empresas exigirá, sem dúvida, a revisão
das grandes despesas com viagens de negócios, o que torna a videoconferência
um nicho altamente interessante", completa Koraicho.
"Empresas de tecnologia que estavam
em fase de start optaram pelos nossos escritórios, ao longo
do ano passado, como forma de eliminar o investimento de longo prazo em
sedes próprias", comenta o executivo. No Brasil, a maioria dessas
empresas opera com lucros significativos, porém o corte das despesas
é uma decisão expressa das matrizes para todas as filiais
pelo mundo. Com centros de escritórios mobiliados nas sete principais
capitais brasileiras, a HQ oferece a mais completa solução
para escritórios, que viabiliza o crescimento sem significar imobilização
de capital.
Veja mais:
HQ
inaugura instalações e 11 cibercafés |