"APAGÃO"
Fernandinho, gozador!
Troca
de mensagens ocorrida na lista de debates sobre negócios Widebiz:
Assunto: [widebiz] En: Fernandinho,
gozador !!
Data: Mon,
4 Jun 2001 13:32:24 -0300
De:
"Andre" <****@****.com.br>
: Fernandinho, gozador !!
Fernandinho Beira Lago, aquele do
"não sabia que a situação ia ficar escura", acordou
hoje inspirado, e nos brindou com mais uma piada de mau gosto.
Acabei de ouvir na CBN, e repasso
a vcs, para que riam amarelo, como eu fiz. "O Brasil, apesar do racionamento
de energia, vai continuar crescendo".
Como eu sou burro demais, peço
ajuda a todos para que me ajudem a descobrir como ele chegou a esta luminosa
conclusão.
Ora, se a energia elétrica
é insumo para tudo o que se produz neste país, e se ela vai
faltar, como a nação poderá crescer? A não
ser que ele considere um crescimento de 1,5% do PIB, como crescimento...Sim,
pq as estimativas mais otimistas dos agentes econômicos apontam agora
para esse percentual. Levando-se em consideração o número
de empregos que o Brasil necessita gerar anualmente, nós vamos ter
é um aprofundamento da recessão, pois 1,5% de crescimento
do PIB, não pode nem ser considerado crescimento vegetativo.
André Bruno
Resposta de
Carlos Pimentel Mendes:
O Fernando Apagão Cardoso,
pelo menos desta vez, tem toda a razão. Vejam:
cresce
a escuridão nas cidades
cresce
a indignação dos manda-chuvas governamentais com a preguiça
de São Pedro
cresce
a "indústria do apagão", como cresceu (e crescerá
novamente) a "indústria da seca"
cresce
a natalidade, pois nove meses após cada apagão há
uma corrida às maternidades;
cresce
em conseqüência o número de maternidades;
cresce
a importação de fraldas e outros artigos para bebês
em 2002
cresce
o déficit escolar em 2007/8
cresce
a previsão de nível de desemprego em 2020
cresce
o índice de assaltos, estupros e crimes diversos provocados pela
escuridão;
cresce
o número de pessoas dentro de casa por temer sair à noite
cresce
o número de mortos em assaltos e outros crimes
cresce
o número de mortos por falta de assistência médica
em hospitais às escuras
cresce
o número de enfartes fulminantes de empresários que dependiam
da eletricidade
cresce
a importação de combustíveis para suprir as indústrias
que voltam a usar diesel
cresce
o número de estressados com toda essa situação maluca
cresce
a fabricação de velas para uso religioso;
cresce
a fabricação de velas para iluminar, mesmo;
cresce
o risco de incêndios pelo uso indevido de velas e outros combustíveis
cresce
o valor da tarifa de energia elétrica
cresce
o valor da tarifa da água (não digam que não avisei!)
cresce
o número de desempregados
cresce
o número de empresas falidas
cresce
o número de cultos da salvação
cresce
o número de templos nos cultos já existentes
cresce
a inflação
cresce
a quantidade de aparelhos destruídos pela flutuação
da energia elétrica
cresce
o endividamento externo do Brasil (assim falou ZaratustrACM!)
cresce
o endividamento interno do Brasil (como supra citado)
cresce
o valor dos impostos para cobrir o rombo deixado pelo governo nas contas
públicas
cresce
a quantidade de reais trocados por 1 dólar
cresce
a impopularidade do governo
cresce
a percepção de como as autoridades foram incapazes de perceber
o óbvio
cresce
a insatisfação popular
cresce
o número de autoridades "sorrindo amarelo"
cresce
o papel dos partidos de oposição
cresce
o número de manifestações contra a política
energética (e outras, por tabela)
cresce
o sentimento de que somos todos palhaços, como bem estampou a Veja
na capa
cresce
o volume de mensagens de protesto que os cidadãos estão enviando
a Brasília
cresce
o número de liminares anti-apagão
cresce
o número de brasileiros em Miami
cresce
o volume de depósitos dos de sempre nos bancos suíços
e de outros países fiscais
cresce
o número de escândalos descobertos no setor de recursos hídricos
e energéticos
cresce
o atraso (desnível) social do Brasil em relação aos
demais países
cresce
enfim (esperemos que sim) o nível de conscientização
cidadã dos brasileiros
cresce
o Brasil, enfim, se souber usar a crise para purificar as instituições
que tem, eliminando tudo aquilo que tem impedido seu crescimento até
agora.
Viu só, como cresce?
[ ]s
Carlos Pimentel Mendes
editor - jornal eletrônico
Novo
Milênio
Tréplica,
em 5/6/2001:
Não podemos esquecer:
Cresce
em 11,05% a tarifa em 81 praças de pedágios do estado de
São Paulo a partir de 1º de julho...
abs
gilberto
gonçalves |