"APAGÃO"
Bits
Pontos
para pensar, recolhidos aqui e ali:
Setor
de mídia elétrica (painéis eletrônicos de informação
dinâmica) tiveram seu fechamento total decretado pelo governo com
as decisões de racionamento de energia - disse o deputado Marcos
Cintra na audiência pública mista (deputados e senadores)
sobre a crise energética, realizada em Brasília em 5/6/2001.
Apagão
de abril de 1999 já sinalizava para uma situação grave
no setor de energia. Em 2000, ocorreu também um seminário
em Brasília sobre os problemas do setor. Esses e outros alertas
foram ignorados pelo governo, como salientou o deputado Salatiel Carvalho,
de Pernambuco, na audiência pública de 5/6/2001, defendendo
ainda o investimento maciço nos programas de co-geração
de energia.
A
criação da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) foi debatida por apenas 15 minutos na Câmara dos Deputados,
apesar da importância do assunto e do debate sobre como deveria ser
estruturada, lembrou na audiência de 5/6/2001 o deputado Luciano
Zica, do Partido Verde.
80%
da exportação de aluminio - produzido com energia a preço
altamente subsidiado e um dos setores altamente consumidores de eletricidade
- é exportada - estamos exportando energia. Tal exportação
deveria ser adiada até que a questão energética seja
resolvida, sugeriu o deputado Luciano Zica na audiência de 5/6/2001.
Lâmpadas
de 127 volts têm vida útil 25% menor, e sua produção
vem sendo mantida em função de acordo com o governo, pois
essas lâmpadas economizam energia, citou o deputado Luciano Zica
na audiência de 5/6/2001.
Governo
deveria determinar a construção de usinas de energia termelétrica
no eixo do gasoduto Bolívia-Brasil, onde há linhas de transmissão.
Não há consumidores do vapor gerado no processo, mas seria
um fator de atração de outras indústrias para esses
lugares. O governo não deveria aceitar que as usinas termelétricas
sejam instaladas em lugares inadequados, como a bacia do rio Piracicaba,
no interior paulista (deputado Luciano Zica).
Sugerida
a criação da Agência Nacional de Combustíveis
Renováveis (deputado João Caldas, de Alagoas, no debate de
5/6/2001)
Empresas
com uso intensivo de energia elétrica - altamente subsidiada -,
os eletro-intensivos estão querendo vender ao governo energia elétrica
economizada, mas a preços de mercado, destacou o senador Ademir
Miranda, em pronunciamento no Congresso em 6/2001. Questionamento sobre
o subsídio também foi feito na audiência pública
da Câmara dos Deputados, em 5/6/2001, com a resposta do ministro
Pedro Parente de que este setor está recebendo a determinação
de economizar 25% de energia, mais que os outros setores.
Feriado
nacional para economizar energia não funciona, pois não há
como reservar energia de um dia para o outro, o ideal serial feriados regionalizados,
citou na audiência de 5/6/2001 o deputado federal José Caldas.
Pedro
Parente, presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia
e Ministro da Casa Civil: foi criada a Agência de Águas, para
tratar do uso múltiplo dos recursos hídricos. No caso de
hospitais e escolas - que não podem ficar sem energia elétrica
- há um grupo de trabalho liderado pelo general Cardoso, para prover
esses estabelecimentos com geradores e tomar outras providências.
Haverá também estímulo tarifário à importação
de geradores de energia que não sejam produzidos no Brasil. Será
estudada a idéia de um conjunto para economia de energia (lâmpadas
econômicas) para a população de baixa renda que não
pode pagar R$ 25,00 por uma dessas lâmpadas.
Senador
José Alencar, presidente da Comissão Mista para estudar a
crise do setor de energia, em 5/6/2001, depois de citar que o Brasil é
o país da imprevidência ("Há imprevidência até
na Previdência Social"): "Costuma-se apagar a luz para dormir, mas
o apagão está servindo para despertar a consciência
nacional para o problema".
As
distribuidoras des energia elétrica não podem considerar
como consumo mensal de energia, para efeito de comparação
e cálculo de racionamento, leituras dos medidores com apenas 25
dias de intervalo, como foi
denunciado que a Eletropaulo fez em vários casos na capital
paulista. A observação é também da internauta
santista Sandra Mendonça.
Sobre
essa questão, o internauta Sérgio Salles Galvão Neto
registrou, na lista de debates sobre o apagão mantida pelo jornal
O Estado de São Paulo, em 28/5/2001, que a informação
sobre a média de consumo deve chegar ao consumidor com cerca de
15 dias de retardo, portanto "restando 15 dias para se correr atrás
do prejuízo..."
Lembra
ainda Sérgio Salles que toda hidrelétrica, "antes de ser
instalada, deve prever estiagem de até 5 anos. No mínimo,
o governo instalou as hidroelétricas com 50% das turbinas geradoras
necessárias e usando 150% de água, ou sejs, desperdício!".
E pergunta por quê o governo não zera a alíquota de
importação das lâmpadas eletrônicas, que permitem
maior economia de eletricidade, mesmo sem entrar em análise sobre
a duvidosa durabilidade/qualidade desses produtos.
O
internauta Márcio Maganha destacou em 4/5/2001, na lista de debates
sobre negócios Widebiz,
notícia publicada em 5/3/2001 no jornal O Estado de São
Paulo, com o título "Aquecedor
solar para chuveiro à partir de R$ 15".
Destacado
pelo internauta Júlio César Vidal, na lista de debates Widebiz,
sobre publicação no jornal estadunidense The New York
Times, em matéria sobre o racionamento de energia no Brasil,
citando a colaboração de uma senhora para o racionamento
de eletricidade, desligando as lâmpadas da estatueta da Virgem Maria
em sua sala: "I've even disconnected the lights illuminating
the little statue of the Virgin Mary in my living room." - Aurora Nascimento
Fonseca, an 81-year-old in Brazil, where households have been ordered to
meet conservation targets.
Lembrado
em alguns debates: nos Estados Unidos, a geração de energia
é considerada tão estratégica que em vários
estados é administrada pelo Exército. Poucos países
privatizaram as hidrelétricas, como quer o FMI que o Brasil faça,
pois essa atividade implica no fornecimento de água à população,
manutenção do nível de navegabilidade em rios e lagos,
na possibilidade de uma empresa estrangeira, ao controlar a hidrelétrica,
firmar contratos especiais com determinadas indústrias - as estrangeiras,
inclusive - em condições vantajosas para o fornecimento desse
insumo, prejudicando as concorrentes que não têm acesso às
mesmas condições vantajosas de obtenção de
água e energia.
Respondendo
a questionamento sobre a qualidade das lâmpadas "frias" vendidas
no Brasil, feito pelo editor de Novo
Milênio na lista de debates Widebiz,
Valdecir José Sartor comentou, em 16/5/2001: "Como sou eletricista,
vou opinar o que sei: essas lâmpadas fluorescentes compactas, com
reator eletrônico importadas da China realmente não duram
nada, já comprei aqui para minha casa e foi só prejuízo.
O problema é o reator eletrônico que ainda não está
com a tecnologia confiável, mesmo de marcas conhecidas para as lâmpadas
fluorescentes comuns, que dirá então made in China.
As lâmpadas fluorescentes circulares com reator convencional (aquele
pesado) são mais confiáveis e se pode trocar apenas a lâmpada,
se ela queimar. Uso aqui em casa sem problemas. Outra solução
é usar lâmpadas fluorescentes comuns de 20W ou 40W, desde
que o usuário consiga fazer a instalação, fica mais
barato que as compactas. Quanto à vida útil estimada das
lâmpadas: incandescentes, 1.000 horas; fluorescentes, 10.000 horas.
Quanto ao consumo ou potência dos aparelhos, é medido em KW
igual a corrente vezes tensão. Quando a tensão cai, a corrente
pode subir para compensar mas o medidor mede KW, entao não há
aumento de consumo."
Mensagem
de internauta, na lista de debates sobre o Apagão do jornal O
Estado de São Paulo:, destacando modelo de ação
disponível
na Justiça Federal:
|