O brasileiro fora das lojas
Sites Web podem ser meios
de comunicação eficientes para o comerciante
Luiz Alberto Marinho (*)
Colaborador
A Connection,
empresa de pesquisa paulista, desenvolveu um estudo para investigar as
motivações e restrições do consumidor brasileiro
as compras fora das lojas. Foram realizadas discussões de grupo
em São Paulo, com pessoas das classes A, B e C, para avaliar suas
reações as compras por catálogos, Internet, telemarketing
e programas de televisão.
A pesquisa revelou que a principal
restrição ao consumo a distância no Brasil é
a mesma que atravanca as vendas remotas lá fora - a vontade do consumidor
de ver e tocar o produto que está comprando. Outro forte obstáculo
é a questão da segurança da transação.
Ainda é muito grande o receio dos consumidores de todas as classes
sociais de fornecer o número do cartão de crédito
ou da conta bancária a desconhecidos.
"É perigoso dar o número
de cafetão (N.E.: sic! teria o autor querido dizer "cartão"?)
de crédito ou da conta bancária, não confio" - declarou
um dos pesquisados. Entretanto, os consumidores foram unânimes ao
afirmar que marcas conhecidas podem atenuar estas restrições,
o que reforça os argumentos daqueles que garantem que marcas fortes
são um requisito básico para a ompetitividade no varejo
- "Só dá pra comprar por telefone se a marca for conhecida"
- verificou um consumidor.
Tráfego indireto -
Mas talvez a descoberta mais importante deste estudo refira-se a capacidade
dos canais diretos de gerar tráfego nas lojas tradicionais. A pesquisa
comprovou que estes canais, apesar de não estarem concretizando
vendas com a freqüência esperada, são fortes motivadores
de visita aos pontos de venda de tijolo e cimento, porque funcionam como
fonte de pesquisa e orientação - "É bom porque eu
posso ver o produto, eles demonstram" - afirmou um dos pesquisados, mencionando
especificamente os programas de TV como Shop Tour ou Shoptime.
Outro dado interessante obtido pela
Connection é que catálogos e malas diretas, quando alcançam
corretamente o público alvo, costumam ser ferramentas muito eficazes.
Foram registrados depoimentos de consumidores que guardaram uma mala direta
ou catálogo por algum tempo, para consulta-los posteriormente -
o que significa que uma peça pode não gerar retorno imediato
e mesmo assim cumprir um papel importante como fonte de orientação
ao cliente.
É por essas e por outras que
o varejo em todo o mundo está adotando a estratégia multicanal.
não apenas para proporcionar mais pontos de acesso dos clientes
a loja, mas também para criar mais pontos de contato da marca com
seus clientes. Afinal, bons catálogos e sites Web podem vir a ser
os meios de comunicação mais eficientes para o comerciante.
(*)
Luiz
Alberto Marinho é especialista na área de varejo e centros
de compras, faz palestras sobre o tema em toda a América Latina,
é co-autor do livro Marketing Direto no Varejo e escreve todas as
segundas-feiras em Blue
Bus. Artigo divulgado via boletim eletrônico Varejo
Século 21. Esse fórum conta com mais de 1.100 participantes
e o objetivo dos trabalhos é apresentar idéias, tendências,
experiências e opiniões que contribuam para a melhoria do
comércio varejista brasileiro. |