CRM - Construa e eles virão
Gladis Costa (*)
Colaboradora
"Be
glad there's one place in the world
Where everybody
knows your name,
And they're
always glad you came;
You want
to go where people know,
People
are all the same;
You want
to go where everybody knows your name."
Trecho da música
tema do seriado "Cheers", um dos maiores sucessos da TV norte-americana
nos anos 80. No Brasil é exibido pela Sony
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O que
há em comum entre a padaria do seu bairro e o balcão do bar
do seriado "Cheers"? Clientes sendo bem atendidos. Estamos falando de ações
voltadas ao consumidor, cliente, frequentador, usuário, freguês...
- você pode escolher o nome. Porque CRM (Customer Relationship Management
- gerenciamento de relações com o cliente) pode até
ser uma tecnologia/solução relativamente nova, mas o conceito
de atendimento personalizado é antigo e é aplicado há
muito tempo na padaria do seu bairro ou no bar que você freqüenta...
ou não?
O trecho da música acima,
basicamente, diz: "Fique feliz porque há um lugar no mundo onde
todos sabem seu nome e ficam felizes quando você aparece. Você
gosta de ir a estes lugares, onde as pessoas te conhecem, onde as pessoas
são as mesmas. Você gosta de ir aonde onde todo mundo sabe
seu nome". Se o CRM fosse uma música, estes versos certamente seriam
o refrão.
Freqüento uma padaria no bairro
onde moro, onde meu café com leite (escuro) e meu pão (na
chapa com pouca manteiga) vêm à mesa sem que eu precise pedir.
É só entrar, dizer "bom dia" e o serviço tem início.
Muito prático e bastante cômodo. É como na música
do Cheers, você quer um lugar onde as pessoas te conheçam.
Eles sabem o que você quer, antes mesmo de você pedir, porque
conhecem seus hábitos.
CRM na padaria - Quer dizer
que a padaria adotou o CRM? Você pode perguntar. No conceito de atendimento
e previsão das necessidades, sim; no âmbito da tecnologia,
provavelmente não. Mas o consumidor é o mesmo, tem os mesmos
desejos e quer serviço. Se você é freqüentador
de um bar, hotel, site, ou utiliza constantemente os serviços da
mesma companhia aérea e sempre te perguntam as mesmas coisas, há
algo errado. Significa que seus dados estão lá apenas para
atender a questões administrativas ou para efeito de estatísticas.
Você não é alguém, você é um número.
Até pouco tempo atrás,
informações quantitativas eram o output (N.E.: informação
retornada) mais importante do negócio: quantos compraram, quantos
deixaram de comprar, quantos pagaram, etc. Agora, as perguntas são
outras: Quem comprou? O que ele comprou? Do que ele precisa? Como podemos
desenvolver produtos atraentes para este consumidor? Por que ele entrou
no site? Em que ponto ele abandonou o carrinho de compras?
Crescimento - Por compreender
a importância do consumidor no processo dos negócios, o CRM
captou a visão dos executivos, o voto dos consumidores e os recursos
do mercado, como indica recente pesquisa de múltipla escolha conduzida
entre profissionais de TI nos Estados Unidos pela revista InformationWeek.
Nela, CRM e XML foram consideradas as duas principais tecnologias no ano
passado. Perguntados sobre quais das categorias tiveram maior impacto na
empresa em 2000, 57% responderam "infra-estrutura de Internet", 55% indicaram
"comércio eletrônico" e 55%, CRM (numa clara demonstração
de que as empresas estão incluindo funções de CRM
em sua plataforma de comércio eletrônico). O IDC estima que
em 2003 os investimentos em CRM no Brasil chegarão a US$ 1.4 bilhão
(estimativa envolvendo hardware, software, serviços
e rede de trabalho).
O fato é que as empresas perceberam
que é preciso personalizar o atendimento - principalmente no ambiente
Web - e aí a tecnologia vem para dar suporte a esta necessidade.
Regis McKenna, renomada autoridade nos conceitos do novo marketing,
lembra que é preciso "desmassificar os mercados, fragmentar o público
e aumentar a individualidade" - ou seja, estamos falando da efetiva administração
do relacionamento com o consumidor, que forma sua percepção
com base no acesso, na experiência interativa, na resposta do sistema
e contando com uma interface acessível e inteligente. Como diria
o próprio McKenna, "a verdade é que quando os consumidores
experimentam a conveniência e a velocidade do auto-serviço,
não querem outra coisa".
Neste momento, milhões de
internautas estão navegando na Internet. Uma boa parte está
comprando algo - estima-se que haja 1 bilhão de transações
por dia na Web. Alguns podem estar agora em seu site. O que você
tem a oferecer? O que você vai fazer para que ele fique no balcão
do seu bar? E para ele voltar mais vezes?
(*) Gladis
Costa é gerente de Marketing
da Sun Microsystems do Brasil. |