Medo da vaca louca traz chance
para Brasil
Na América
Latina, o Brasil está liderando os estudos no sentido de padronizar
a rastreabilidade da carne, seguindo o modelo europeu, que vigora desde
1/2001. Este trabalho, coordenado pela Associação Brasileira
de Automação (EAN Brasil), será importante para que
a carne brasileira conquiste fatias maiores do mercado internacional, aproveitando
o fato de que o rebanho nacional está livre da doença da
"vaca louca" e o verdadeiro pânico que esta provocou no consumidor
europeu.
A reação do consumidor
europeu, perante a comprovação de que a doença da
"vaca louca" – nome popular da Encefalopatia Espongiforme Bovina – é
também transmissível ao homem, tem sido simplesmente parar
de consumir este produto. Estão sendo realizados diversos estudos
para determinar com segurança tanto a presença da doença
em pessoas e animais, como um caminho para a sua prevenção
e cura.
Normas - Para que o consumidor
tenha mais segurança de que está consumindo carne saudável,
órgãos reguladores europeus criaram meios que permitem atestar
a origem do produto. Este sistema de rastreabilidade da carne, que assegura
ao consumidor a procedência e possibilita identificar até
mesmo o animal do qual se originou um específico corte de carne,
hoje está normatizado no Regulamento da União Européia
sob os números (CE) 1760/2000 e 1825/2000.
Esta regulamentação
entrou em vigor em janeiro de 2001 e determina que toda carne comercializada
no continente europeu, de origem local ou importada, deve ter identificação
que permita saber o país de nascimento, engorda, abate do animal
e processamento da carne, aplicando-se também aos exportadores brasileiros
de carne.
Os trabalhos técnicos que
subsidiaram o sistema de rastreamento foram conduzidos pela Seção
Especial para Padronização da Carne das Nações
Unidas, que conta com a participação de especialistas de
todo mundo, incluindo-se aí a EAN International, que coordenou mais
de 50 organizações da indústria da carne (provenientes
de 30 países) e contribuiu de forma decisiva com os padrões
de identificação por código de barras, que constam
em seu "Guia para Rastreabilidade da Carne Bovina".
Grupo de trabalho - A EAN
Brasil está coordenando a formação "Grupo de Trabalho
para Automação e Rastreabilidade da Carne Bovina" no Brasil.
O objetivo é aumentar a eficiência e assegurar a qualidade
dos produtos, bem como fornecer um sistema aceito internacionalmente para
a rastreabilidade das informações.
Este grupo de trabalho conta com
a participação de representantes das principais empresas
da cadeia de suprimentos da carne, especialmente o elo exportador. "Estamos
diante de uma oportunidade única de o Brasil se consolidar como
importante provedor de carnes, sobretudo porque o rebanho brasileiro está
livre desta doença", destaca Roberto Matsubaiashi, gerente técnico
da EAN Brasil. Mais informações sobre este trabalho podem
ser obtidas na EAN Brasil, pelo telefone 0800.11.0789 ou por correio
eletrônico. |