Maior fabricante chinês de equipamentos de telecomunicações e um dos maiores do mundo, a Huawei Technologies definiu sua estratégia de ação nos mercados brasileiro e latino-americano, por meio da instalação de uma grande fábrica no Brasil na primeira metade de 2001, já iniciando suas atividades. 

A empresa, que faturou no ano passado um total de US$ 2,66 bilhões com suas vendas mundiais, se sente especialmente atraída pelo grande potencial do mercado brasileiro - representado pelas novas operadoras que começam a surgir no País - e também pela crescente renovação e ampliação das infra-estruturas de telefonia fixa e celular das operadoras já instaladas.

A Huawei conseguiu com o Banco da China um aporte de financiamentos para as operadoras brasileiras interessadas na aquisição facilitada de seus equipamentos. Há seis meses, vem investindo na montagem da estrutura de suporte e atendimento para o mercado brasileiro, que já conta com centros de suporte nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Uberlândia (MG). A partir de seu escritório em São Paulo, vem também mantendo estreitos contatos com as operadoras brasileiras.

Estratégia - Antes de se definir pela montagem da fábrica brasileira, a Huawei realizou um mapeamento do mercado latino-americano que apontou o Brasil como o principal mercado da região e explicitou a necessidade de uma estratégia específica para o País, diferente do tratamento em bloco que será destinado aos demais. 

"Um dos pontos mais importantes da nossa estratégia está justamente numa forte estrutura local de suporte e na capacidade de personalizar soluções para as necessidades dos clientes. Com uma linha de produção local, teremos maiores chances não só de operar modificações em equipamentos a pedido dos clientes, mas também contaremos com a base tecnológica para ajudá-los a projetar soluções de telecomunicação integralmente orientadas para a maior competitividade das operadoras", comenta Jimmy Guo, diretor-geral da empresa no Brasil.

Além disso, a companhia também já conta com a certificação da Anatel, que atesta a adequação de seus produtos aos padrões do mercado nacional. Na fábrica brasileira, a Huawei empregará tecnologia de última geração, reproduzindo no País o mesmo ambiente de outras unidades mundiais. O objetivo de Guo é estabelecer um grande centro de treinamento voltado não só à mão-de-obra de produção, mas também à formação de pessoal certificado para as áreas de assistência técnica e suporte. 

Com cerca de 16 mil funcionários em todo o mundo, a Huawei domina mais de 30% do mercado chinês de telecomunicações, hoje o segundo maior do mundo e um dos mais avançados. Na China, seus equipamentos estão na base de sistemas de telecomunicações altamente sofisticados, como a rede pública de Hong Kong, envolvendo desde infra-estrutura para telefonia convencional, até redes de fibra óptica ou sistemas sem fio banda larga de altíssima velocidade para a comerciailização de comunicação multimídia. 

Presente em mais de 40 países, a Huawei investe anualmente cerca de 10% de sua receita em pesquisa e desenvolvimento e domina o estado-da-arte em tecnologia de telecomunicação e Internet. Durante a Telexpo 2001, a empresa apresentou em seu estande toda a gama de soluções para telefonia fixa ou móvel e para serviços de dados necessárias às operadoras e provedores de telecomunicações. Entre as novidades estão os mais novos comutadores para telefonia celular de última geração nos padrões GSM e GPRS.

Receita aumenta - A Huawei Technologies adentra o novo milênio com um recorde de vendas de US$ 2,66 bilhões, um aumento considerável em relação às vendas globais de US$ 1,5 bilhão do ano passado e que reflete o sucesso da expansão global da companhia (com receita prevista de US$ 5 bilhões), que garantiu sua vantagem competitiva em mercados de ponta como rede óptica, comunicação móvel e banda larga. 

Para o mercado de telecomunicações, 2000 foi um ano rico em oportunidades. O foco dos provedores de serviços foi a criação de redes ópticas de alta velocidade, que exigem sistemas de gerência de rede e serviços integradas, suportadas por redes baseadas em pacotes. Dentro desse ambiente, a empresa reagiu de forma ágil às constantes alterações do mercado. Conjugando características de inovação e evolução, legado e desenvolvimento, formulou novas soluções totais, capazes de atender às diferentes necessidades das operadoras. Esta estratégia orientada ao cliente gera uma relação de confiança que lhe tem possibilitado a contínua evolução tecnológica e a ampliação de sua presença no mercado global.

Rede óptica - A empresa fez progressos significativos no ramo de produtos de rede óptica de última geração, mantendo posição de destaque em relação a produtos SDH. A Huawei disponibilizou sistemas 320G DWDM, produtos SDH de 10Gbps, soluções de rede para área metropolitana e protótipos OXC 256x256 (Optical Cross-connect), que geraram plataformas de rede óptica inteligente. O 320G DWDM (32l /10Gbps) da Huawei entrou em operação em Jiangsu, Shangdong, Shanghai etc. Seu sistema DWDM DE 15/32l entrou em operação comercial. O DWDM 80l /160l começará em breve a ser aplicado comercialmente. Em 2000, a Huawei vendeu equipamentos de rede óptica, equivalentes a 32.000 nós de rede com fatia de mercado superior a 30% na China. Os equipamentos em operação totalizam 50.000 nós de rede, colocando a empresa na posição de principal fornecedora do mercado de rede óptica da China.

Rede móvel - Na comunicação móvel, os sistemas GSM e WIN (wireless intelligent network - rede inteligente sem fio) da Huawei alcançaram aplicação comercial considerável e a comercialização de seu GPRS e o desenvolvimento do 3G acompanharam o nível de outros líderes mundiais. Foram criadas soluções totais para rede móvel constituídas basicamente de redes GSM, GPRS, WCDMA/CDMA2000 e de redes inteligentes móveis. 

Os sistemas MSC, BTS, gateway MSC e de mensagem abreviada da Huawei foram maciçamente implantados no mundo todo. Entre eles, o equipamento GSM foi colocado em operação comercial em mais de 20 províncias da China, tendo também sido implementado em outros 10 países. As vendas acumuladas de estações de rádio base ficaram próximas de 30.000 TRX, o GMSC excedeu 1.300.000 portas digitais e as vendas de MSC registraram aproximadamente 10 milhões de assinantes. 

A Huawei informou ainda ter logrado enorme sucesso ao colocar em operação comercial seu GPRS nas redes da China Mobile, em três províncias da China, nos últimos meses de 2000, tendo também registrado pedidos de 85 patentes em RTT (wireless transfer technology - tecnologia de transferência sem fio). Concluiu o projeto, a materialização e o trabalho experimental de todos os chipsets RTT críticos e em breve lançará seu sistema de comunicação móvel 3G. 

Comunicação de dados - Tornando-se importante concorrente no setor de comunicação de dados, a empresa vem disseminando amplamente seus servidores de acesso carrier-class, roteadores seriais e comutadores Ethernet, em operações comerciais no mundo todo. Seus roteadores de comutação Gigabit, comutadores de serviço híbrido (HSR), nós de serviços IP inteligentes (iSN) e plataformas de acesso a serviços múltiplos (MA) estão rodando nas principais redes de telecomunicação do mundo todo. 

De modo especial, o servidor de acesso A8010 da Huawei sustentou a aceleração do crescimento das vendas. Em 1999, ficou com 40% da fatia do mercado de servidores de acesso da China, elevando-se ainda mais em 2000. No momento, existem 1,3 milhão de portas implantadas em redes de telecomunicações de 28 províncias e cidades. Na China, 40% dos usuários da Internet acessam a rede por meio do A8010 da Huawei. Transformou-se no equipamento líder de acesso à Internet nas arenas de negócios de Pequim, Xanghai, Guangzhou e província de Jiangsu, além de ter encontrado aplicação maciça em Hong Kong, na Tailândia, na Argélia etc. 

Banda larga - Em 2000, a Huawei lançou soluções avançadas de banda larga para área metropolitana que a colocaram em posição de destaque entre os fornecedores de equipamentos para rede de banda larga para provedores de serviço. Com a plataforma de rede integrada C&C08 iNET, é uma das principais empresas do setor, na nova geração de sistemas de comutação, com ênfase na convergência e na evolução. Isto permitiu às operadoras realinhar suas redes de telecomunicações com soluções de rede modulares, personalizadas e seletivas, de acordo com as necessidades emergentes do mercado. 

Hoje, suas soluções metropolitanas de banda larga já foram colocadas em operação comercial extensiva em mais de 20 áreas, como Pequim, Xangai, Zhejiang, Hong Kong etc. Pequim é um exemplo: a rede comercial de banda larga da Huawei é constituída de 12 centrais de comutação multi-serviços de banda larga e de 200 pontos de acesso multi-serviços; fornece a clientes institucionais ampla variedade de serviços de banda larga como VPN de banda larga, vendas por atacado por porta ISP virtual, serviços de telefonia IP, acesso de alta velocidade à Internet, serviços de mensagem por vídeo, e serviços de banda estreita como Centrex, RDSI, tarifação cifrada etc. 

Redes inteligentes - Sendo o primeiro fornecedor de produtos de rede inteligente que cumpre rigorosamente o protocolo Camel Phase II, a Huawei desenvolveu redes inteligentes móveis TellIN que desfrutam de grande popularidade entre os mais diversificados tipos de cliente, trazendo com isso, enormes retornos a provedores de serviços. 

A China Mobile adotou o sistema WIN da Huawei para oferecer serviço pré-pago para 31 províncias e cidades até agora, com uma capacidade de sistema de mais de 30 milhões de assinantes. O sucesso desse projeto fez do serviço de cartão pré-pago Pan-China uma marca comercial renomada no setor de telecomunicações na China. 

A Huawei foi contratada para o fornecimento de mais de 50 projetos de rede inteligente, que abrangem 7 redes inteligentes nacionais, 32 redes inteligentes em províncias (fixas, móveis) e redes inteligentes locais. Seus produtos de rede inteligente penetraram mercados de seis países e os serviços inteligentes que rodam nas redes conquistaram mais de 150 milhões de clientes.

Para acelerar o desenvolvimento de mercados estrangeiros, a Huawei estabeleceu sua presença em 46 países e introduziu seus produtos em mais de 40 países, fincando assim bases sólidas para seu crescimento global futuro. A empresa planeja faturar US$ 1 bilhão fora da China, que correspondem a 20% da meta planejada de US$ 5 bilhões de receita para 2001.

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