Empresa de alta tecnologia de telecomunicações, com sede na região do Vale do Silício (Califórnia/EUA), a TransAccess Corp. está anunciando a instalação de uma fábrica no Brasil para a produção de sistemas avançados de acesso a serviços de comunicação em alta velocidade. A fábrica, que ficará baseada em São Paulo, resulta de investimentos totais da ordem de US$ 16 milhões, provenientes de sua controladora, Setal Telecom S.A. (presente na Telexpo 2001 com o estande C22-C24 no Pavilhão Verde), e de aportes realizados recentemente pelo BNDESPar.

Com sua instalação no Brasil, a empresa inicia um processo de globalização que estava determinado desde a sua origem em 1997. Fundada por um grupo de empresários e cientistas internacionais liderados pelo brasileiro Seilly Heumann, a TransAccess elegeu o Vale do Silício como ponto de partida de suas operações, devido à grande disponibilidade de massa crítica, materiais e laboratórios de prestação de serviço instalados na região. "Embora o projeto original da empresa tenha nascido no Brasil, nossa decisão foi a de só introduzir uma fábrica no país após atingir a maturidade tecnológica", afirma Heumann, hoje presidente mundial da companhia. 

Pioneira - Na nova fábrica de 3,8 mil m², a TransAccess passa a ser a primeira empresa a produzir uma plataforma de acesso multisserviços (capaz de concentrar servicos de voz, vídeo, fax, Internet e redes locais) com tecnologia própria em toda a América Latina. De acordo com Amitava Dutta-Roy, diretor de tecnologia da empresa, a principal virtude do m@ss, como ficou batizado seu sistema de acesso, está em reunir o máximo de sofisticação, em termos de serviços para o usuário, com um nível inédito de simplicidade de instalação e uso, o que abre novas frentes de lucro para os provedores de serviços.

De fato, para usuários empresariais ou domésticos, a solução m@ss consiste num pequeno dispositivo, de baixo custo, instalado na linha telefônica, que não apenas permite o compartilhamento de voz e dados na mesma linha, como transforma instantaneamente a linha telefônica num duto para serviços antes só disponíveis através de conexões mais caras e sofisticadas. "Para que esta solução funcione de forma quase instantânea, basta que a operadora ou o provedor de serviços instale um concentrador igualmente simples em sua base de operações, independentemente da tecnologia de transmissão empregada, seja ela xDSL, RDSI, ATM ou qualquer outra", explica Seilly Heumann.

De acordo com o executivo, ao usar o fio telefônico como meio de entrega de serviços avançados e aproveitar todas as tecnologias disponíveis no mercado, o m@ss representa uma revolução tecnológica que deve repercutir em importantes negócios para a TransAccess nos próximos anos. Na expectativa de John Atkinson, vice-presidente da empresa, só as vendas das unidades fabricadas no Brasil devem atingir o patamar acumulado de US$ 150 milhões até 2003 e superar os US$ 30 milhões na América do Sul. Já a fábrica norte-americana deve alcançar os US$ 250 milhões em vendas distribuídas para os mercados norte-americano e europeu no mesmo período.

Personagens marcantes - O projeto empresarial e tecnológico da TransAccess foi arquitetado e levado a termo por um núcleo de cientistas e empresários com amplo trânsito na comunidade internacional de tecnologia de telecomunicações e Internet. Depois de analisar o cenário de crescimento mundial da Internet, no final dos anos 90, em paralelo com a desregulamentação das telecomunicações, este grupo desenvolveu o plano de negócios da empresa, cuja base de sustentação era uma tecnologia de acesso capaz de responder à multiplicidade de padrões de transmissão e se adaptar a toda a sorte de infraestruturas utilizadas pelas operadoras e provedores de serviços para atender à demanda de comunicação convergente de alta velocidade.

Com investimentos próprios da ordem de US$ 4 milhões, os fundadores deram início ao desenvolvimento da plataforma m@ss e passaram a buscar a adesão dos sócios capitalistas, para um aporte adicional de US$ 12 milhões. Hoje no auge de suas carreiras empresariais e acadêmicas, os fundadores da TransAccess ajudaram a escrever algumas das páginas históricas da tecnologia de informática no Brasil e no Mundo:

Seilly Heumann - O presidente Seilly Heumann iniciou sua carreira em 1968, projetando centrais de comutação analógica para a Philips. Nas décadas de 70 e 80, Heumann protagonizou um dos mais importantes momentos das telecomunicações no Brasil ao fundar a Elebra S.A. e transformá-la em poucos anos na maior empresa de tecnologia do País, que atingiu mais de 1500 funcionários, e um nível de capacitação que a habilitava a produzir o estado da arte mundial em sistemas de controle de processo para uso na indústria de ponta.

A partir de 1982, Heumann se dedicou a atividades de consultoria, pesquisa e desenvolvimento e manteve forte engajamento junto a entidades de caráter técnico empresarial. Foi por duas vezes diretor da Associação Brasileira da Indústria Eletro-Eletrônica (Abinee); é membro ativo da Instrumentation Standard Association (ISA) e do Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE). O executivo é também detentor de inúmeras patentes no campo de conversores de sinalização entre sinais telefônicas e responsável pela patente do Sistema de Acesso Multiserviços, o m@ss. 

Amitava Dutta-Roy - Cientista com trânsito internacional junto à comunidade de alta tecnologia, o diretor de novas tecnologias da TransAccess, Amitava Dutta-Roy, é PhD em tecnologia de telecomunicações. Atuando como colaborador de revistas técnicas e órgãos de comunicação da indústria, Dutta-Roy é também escritor com ampla bibliografia dedicada a assuntos tecnológicos e aclamado no Vale do Silício como uma autoridade em assuntos de telecomunicações e redes convergentes. Uma pesquisa pelo nome de Amitava Dutta-Roy, através de motores de busca como Yahoo ou Alta Vista, pode revelar o intenso engajamento do cientista e empresário como liderança da comunidade técnica internacional. 

John Atkinson - Vice-presidente de vendas da TransAccess, John Atkinson é um experiente articulador do marketing de insumos para Internet e telecomunicações, com sólida bagagem de conhecimento sobre os diversos mercados mundiais. Entre suas diversas atividades nesta área, Atkinson exerceu a função de vice-presidente de vendas da ADC Telecom e foi fundador da TTI, uma importante distribuidora de soluções de comunicação com atuação em âmbito global.

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